<p><b>247 - </b>As taxas de juros de curto prazo na Argentina dispararam nesta quarta-feira (8) em meio à ofensiva do governo de Javier Milei para defender o peso. De acordo com a <i>Bloomberg</i>, o Tesouro argentino vendeu dólares pelo sétimo dia consecutivo, injetando ao menos US$ 320 milhões no mercado, numa tentativa de conter a pressão cambial que ameaça a estabilidade econômica do país.</p>
<p>Os rendimentos dos títulos Lecap, com vencimento em 28 de novembro, saltaram para 87%, frente a 74% na véspera e 51% no fim da semana passada. O movimento ocorre em um cenário de forte restrição de liquidez e crescente especulação sobre uma inevitável desvalorização do peso.</p>
<h3>Intervenção sem precedentes</h3>
<p>O governo tem atuado em múltiplas frentes: retomou controles cambiais, intensificou vendas no mercado futuro e utilizou recursos do Tesouro para conter a queda da moeda. Só nos últimos sete pregões, essas operações somaram cerca de US$ 1,8 bilhão. O Banco Central, que já gastou US$ 1,1 bilhão em reservas no mês passado, só pode intervir diretamente se a moeda romper a banda de flutuação definida no acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI).</p>
<p>Para analistas, o ritmo das vendas evidencia o caráter insustentável do atual regime cambial. “O mercado parece precificar uma mudança no sistema de câmbio logo após as eleições, o que aumenta a pressão sobre o peso conforme a data se aproxima”, afirmou Santiago Resico, economista da corretora one618.</p>
<h3>Eleições e risco político</h3>
<p>Milei resiste à desvalorização porque teme o impacto inflacionário às vésperas das eleições legislativas de 26 de outubro, quando metade da Câmara dos Deputados será renovada. O presidente busca ampliar apoio no Congresso para aprovar suas reformas de viés liberal.</p>
<p>No entanto, a crise econômica, derrotas políticas regionais e denúncias de corrupção contra aliados fragilizam sua base. Mesmo com a expectativa de conquistar entre 34% e 37% dos votos, segundo relatório do Barclays, Milei deve manter poder de veto e governar por decreto. O problema é que a Câmara discute uma proposta para restringir esse mecanismo, o que pode limitar sua margem de manobra.</p>
<h3>Pressão dos mercados</h3>
<p>A instabilidade também se reflete nos títulos soberanos. Após forte alta na segunda-feira, os papéis com vencimento em 2035 recuaram no dia seguinte diante da continuidade das vendas de dólares. A volatilidade só arrefeceu após a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, declarar à <i>Reuters</i> que uma nova ajuda ao país deve ser anunciada em breve.</p>
<p>Investidores, no entanto, já antecipam que o governo terá de abandonar as intervenções. “Os mercados querem que eles desvalorizem a moeda e permitam um câmbio totalmente flutuante. Sem bandas, sem intervenção. Isso vai acontecer de uma forma ou de outra”, afirmou David Austerweil, gestor de portfólio da VanEck, em Nova York.</p>

Luis Mauro Filho

Um cliente conta notas de peso argentino antes de pagar em um supermercado, em Buenos Aires, Argentina, em 13 de janeiro de 2025

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América Latina

Argentina intensifica venda de dólares para sustentar o peso

<p><b>247 - </b>A crise cambial na Argentina voltou a se intensificar. Segundo reportagem do <a href="https://valor.globo.com/financas/noticia/2025/10/07/tesouro-argentino-queima-dolares-e-restariam-apenas-us-700-milhoes-em-seus-cofres-dizem-operadores.ghtml?utm_source=aplicativoValor&amp;utm_medium=aplicativo&amp;utm_campaign=compartilhar">Valor Econômico </a>publicada nesta terça-feira (7), o Tesouro argentino estaria praticamente sem dólares, restando apenas cerca de US$ 700 milhões em suas contas, conforme estimativas de operadores de mercado. Para tentar conter a desvalorização do peso, o governo do presidente Javier Milei vem promovendo uma série de intervenções no câmbio, que já consumiram mais de US$ 1,5 bilhão em apenas seis dias de operações.</p>
<p>Na terça-feira, o Tesouro vendeu dólares pela sexta sessão consecutiva, com gasto estimado entre US$ 250 milhões e US$ 330 milhões. A ação teve efeito limitado, mantendo o peso praticamente estável, mas à custa de um grande desgaste das já escassas reservas em moeda norte-americana.</p>
<h2>Banco Central limitado e pressão do FMI</h2>
<p>O Banco Central da Argentina ainda detém cerca de US$ 10 bilhões em reservas internacionais, de acordo com cálculos privados. No entanto, o acordo firmado com o Fundo Monetário Internacional (FMI) impede o uso dessas reservas para intervenções diretas, exceto quando a cotação do peso ultrapassa a banda de flutuação autorizada — que, na terça-feira, variou entre 943 e 1.484 pesos por dólar.</p>
<p>No mês passado, o Banco Central já havia vendido US$ 1,1 bilhão para tentar conter a volatilidade. Agora, a estratégia passou a ser centralizada no Tesouro, que realiza as operações sem divulgar oficialmente os valores diários. Essa falta de transparência amplia o clima de incerteza e alimenta a especulação no mercado financeiro.</p>
<h2>Governo busca apoio dos Estados Unidos</h2>
<p>Com o caixa em colapso e os prazos de pagamento da dívida se aproximando, Milei tenta garantir um pacote de ajuda financeira de Washington. O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, afirmou que está em contato com o ministro da Economia, Luis Caputo, que viajou a Washington junto com o presidente do Banco Central, Santiago Bausili, para negociar um possível apoio emergencial.</p>
<p>Até o momento, o tamanho e o cronograma desse pacote seguem indefinidos. O governo argentino espera que uma sinalização positiva dos Estados Unidos — sob a liderança do presidente Donald Trump — possa aliviar as pressões sobre o câmbio e acalmar os investidores.</p>
<h2>Peso derrete no mercado paralelo</h2>
<p>Apesar das medidas restritivas adotadas nas últimas semanas, como a proibição de revenda de dólares por 90 dias e o aumento das vendas de contratos futuros de câmbio, a procura pela moeda norte-americana não diminuiu. A cotação no mercado paralelo já supera 1.500 pesos por dólar, enquanto o câmbio oficial está em 1.429,5 pesos.</p>
<p>A precificação dos contratos futuros indica que o mercado espera uma desvalorização de até 60% nos próximos 12 meses — um sinal de descrença nas políticas econômicas do governo Milei. Além disso, o país precisa pagar US$ 500 milhões em dívidas que vencem em novembro, o que agrava o quadro fiscal.<br/>
Eleições e tensão política</p>
<p>A crise ocorre em meio à campanha para as eleições legislativas de meio de mandato, marcadas para 26 de outubro. Milei tenta recuperar terreno político após a derrota contundente em uma votação provincial no mês passado. Enquanto isso, os títulos públicos argentinos continuam em queda: os papéis em dólar com vencimento em 2035 recuaram quase um centavo, sendo negociados a cerca de 56 centavos por dólar, segundo dados da Bloomberg.</p>
<p>O esgotamento das reservas, a instabilidade do peso e a incerteza política criam um cenário de alta vulnerabilidade para o governo argentino. A busca desesperada por apoio internacional expõe o fracasso das políticas de dolarização e ajuste fiscal radical, pilares do programa econômico de Javier Milei.</p>

Guilherme Levorato

O presidente argentino Javier Milei, em Buenos Aires - 
27/01/2025

Crise cambial se agrava e Argentina tem apenas US$ 700 milhões no Tesouro, dizem operadores

<p><b>247 -</b> O presidente ultradireitista da Argentina, Javier Milei, transformou o Movistar Arena, em Buenos Aires, em um palco de excentricidades nesta segunda-feira (6), durante o lançamento de seu novo livro. O evento, que combinou discurso político, show de rock e culto à personalidade, contou com uma plateia lotada de militantes e ministros de seu governo — entre eles Patricia Bullrich, Sandra Pettovello, Federico Sturzenegger, Luis Petri, Diego Santilli e Daniel Scioli.</p>
<p>Segundo o jornal <a href="https://www.lanacion.com.ar/politica/javier-milei-parodio-una-pelicula-de-star-wars-el-como-el-heroe-que-se-enfrenta-a-cristina-kirchner-nid07102025">La Nación</a>, Milei cantou nove músicas — incluindo versões próprias de canções de La Renga, Gilda, Sandro e Charly García — e chegou a entonar o Hino Nacional argentino a capella. Ele também atravessou o público em caminhada pseudotriunfal até o palco.</p>
<p>O momento mais comentado, no entanto, foi a projeção de um vídeo que parodiava uma cena de “Star Wars: Os Últimos Jedi”, em que o presidente se apresentava como Luke Skywalker, enfrentando seus inimigos políticos — Cristina Kirchner e Axel Kicillof, retratados respectivamente como Kylo Ren e General Hux, além de veículos de imprensa argentinos como Clarín, Perfil, LN+ e C5N.</p>
<div class="embed-block"><blockquote class="twitter-tweet" data-media-max-width="560"><p lang="es" dir="ltr">&quot;Luke Skywalker&quot; <br/><br/>Porque durante la presentación del libro de Javier Milei, proyectaron una escena de Star Wars con Cristina Kirchner en reemplazo de Kylo Ren y el presidente en lugar de Luke Skywalker.<a href="https://t.co/ScWToFYljk">pic.twitter.com/ScWToFYljk</a></p>&mdash; Tendencias en Argentina (@porqueTTarg) <a href="https://twitter.com/porqueTTarg/status/1975363807896871257?ref_src=twsrc%5Etfw">October 7, 2025</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script></div>
<h2><i>Star Wars</i> de extrema direita</h2>
<p>O vídeo, de 1 minuto e 36 segundos, mostra Milei como o suposto herói que, sozinho, enfrenta a “Nova Ordem” representada por seus adversários políticos. Os trechos do diálogo foram alterados com legendas que atacavam a oposição e a imprensa, enquanto o público no estádio reagia com aplausos e insultos à ex-presidente Cristina Kirchner.</p>
<p>A montagem terminava com Milei “ileso” após um bombardeio de tiros laser, levantando-se para limpar o ombro coberto de cinzas.</p>
<p>Durante o discurso, ao lado do porta-voz Manuel Adorni, Milei voltou a atacar as “malditas operetas” do kirchnerismo, defendeu suas políticas econômicas e afirmou que o país “está no caminho correto”. Ele também chamou seus apoiadores à mobilização para as eleições legislativas de outubro, nas quais buscará consolidar sua base parlamentar.</p>

Guilherme Paladino

Javier Milei e Cristina Kirchner em paródia de Star Wars

Milei encena "show de rock", ataca Cristina e vira Luke Skywalker em paródia de Star Wars

<p><a href="https://www.c5n.com/politica/denunciaron-javier-milei-admitir-que-fue-el-quien-tomo-la-decision-meter-presa-cristina-kirchner-n216699"><b>Por Vanesa Petrillo, do C5N</b></a><b> -</b> O presidente Javier Milei foi denunciado criminalmente por abuso de autoridade e intromissão na Justiça após admitir publicamente que foi ele quem "tomou a decisão" de prender a ex-mandatária Cristina Kirchner.</p>
<p>As denúncias são pelo crime de "abuso de autoridade", figura prevista no artigo 248 do Código Penal: "Será reprimido com prisão de um mês a dois anos e inabilitação especial por tempo duplo, o funcionário público que ilegalmente arrogar atribuições que não lhe competem, ou exercer as próprias de forma abusiva".</p>
<div class="embed-block"><blockquote class="twitter-tweet"><p lang="es" dir="ltr">Denuncian a Milei por abuso de autoridad tras admitir que fue él quien tomó la decisión decisión de poner presa a Cristina Kirchner. Una de las denuncias la presentó el abogado Dalbon y la otra la abogada Carreras <a href="https://t.co/Sl83elXB4T">pic.twitter.com/Sl83elXB4T</a></p>&mdash; Vanesa Petrillo (@Vanepetrillo) <a href="https://twitter.com/Vanepetrillo/status/1975185965779210692?ref_src=twsrc%5Etfw">October 6, 2025</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script></div>
<p>Em uma entrevista ao canal La Nación+, Milei declarou: "Posso assegurar que isto é a vingança por eu ser o primeiro Presidente que tomou a decisão de que ela vá presa".</p>
<p>Uma das denúncias foi apresentada pelo advogado Gregorio Dalbón, por direito próprio, que pediu diretamente a "inquirição" de Milei por invadir a esfera de outro poder do Estado. A outra foi realizada pela advogada Valeria Carreras. Ambas as representações tramitarão nos tribunais de Comodoro Py.</p>
<p>Para os denunciantes, as declarações de Milei implicam "um claro exercício abusivo do poder e uma violação direta à independência do Poder Judiciário". Segundo Dalbón, advogado que representa CFK em alguns processos civis, o que disse o presidente reforça a posição do "lawfare" e tudo o que ocorreu no caso Vialidad, no qual a ex-presidente terminou condenada com sentença definitiva da Corte.</p>
<div class="embed-block"><blockquote class="twitter-tweet"><p lang="es" dir="ltr">📻 <a href="https://twitter.com/hashtag/AUDIO?src=hash&amp;ref_src=twsrc%5Etfw">#AUDIO</a> | &quot;Milei confiesa que el lawfare existió, que la persecución fue política y que él la avala&quot;, afirmó Gregorio Dalbon, abogado, en diálogo con <a href="https://twitter.com/Gatosylvestre?ref_src=twsrc%5Etfw">@Gatosylvestre</a> por los dichos de Milei sobre Cristina.<br/><br/>🎧 <a href="https://t.co/sCT48elTRD">https://t.co/sCT48elTRD</a><a href="https://twitter.com/hashtag/Ma%C3%B1anaSylvestre?src=hash&amp;ref_src=twsrc%5Etfw">#MañanaSylvestre</a> <a href="https://t.co/g7VuG1K8SS">pic.twitter.com/g7VuG1K8SS</a></p>&mdash; Radio 10 - AM 710 (@Radio10) <a href="https://twitter.com/Radio10/status/1975163179824185695?ref_src=twsrc%5Etfw">October 6, 2025</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script></div>
<p>"As declarações de Milei não fazem mais do que reforçar esse quadro de parcialidade exposto nos referidos autos. Esta declaração institucional compõe um relato de justiça subordinada ao poder político, legitimando a ideia de que os juízes atuaram já condicionados por decisões prévias do Executivo", manifestou o advogado na petição judicial.</p>
<p>Por sua vez, a advogada Carreras afirmou na denúncia que a confissão de Milei "expoe explicitamente a intromissão do Poder Executivo sobre o Poder Judiciário". "É uma barbaridade que na Argentina não só se perpetre a perseguição política, mas que o Presidente decida a quem prender, proscrição, acima da divisão de poderes, e as garantias de devido processo, entre outras, dos cidadãos", acrescentou.</p>

Milei é denunciado por admitir decisão de prender Kirchner

<p><b>247</b> - O deputado argentino José Luis Espert (La Libertad Avanza) anunciou neste domingo (5) sua renúncia à candidatura à reeleição pela província de Buenos Aires, a apenas 20 dias das eleições legislativas. A decisão ocorre após denúncias sobre sua relação com o empresário Fred Machado, acusado de envolvimento com o narcotráfico e atualmente em prisão domiciliar na Argentina, além de ser alvo de pedido de extradição pelos Estados Unidos. As informações são da <a href="https://www.c5n.com/politica/narcoescandalo-jose-luis-espert-renuncio-su-candidatura-diputado-nacional-n216640">C5N</a>.</p>
<p>Espert liderava a chapa do partido governista La Libertad Avanza (LLA), comandado pelo presidente Javier Milei, e vinha sendo pressionado diante das sucessivas contradições em suas declarações sobre o vínculo com Machado.</p>
<p>“Pela Argentina, dou um passo ao lado”, escreveu Espert em um comunicado publicado nas redes sociais, no qual confirmou que a renúncia foi aceita por Milei. O parlamentar classificou as denúncias como “uma operação claramente orquestrada por um sistema que destruiu a Argentina por décadas” e denunciou ter sido alvo de “um julgamento midiático impiedoso”.</p>
<p>“Ao contrário dos que, em toda campanha, usam as mesmas armas, eu não tenho nada a esconder”, afirmou. “Vou provar minha inocência perante a Justiça, sem recorrer a foros nem privilégios. O tempo mostrará que tudo isso foi uma grande mentira para manchar o processo eleitoral.”</p>
<p>Mesmo ao deixar a disputa, Espert reforçou seu alinhamento com o presidente e pediu que a militância não se desmobilize: “Não se deixem psicopatear. Aproveitem cada segundo até a eleição para mostrar aos argentinos a oportunidade que temos pela frente”.</p>
<h2><b>Impasses com substituto e incerteza na Justiça Eleitoral</b></h2>
<p>Segundo a imprensa argentina, o nome cogitado por Javier Milei para ocupar o topo da lista de LLA na província de Buenos Aires é Diego Santilli, atualmente em terceiro lugar na chapa. A possível substituição, no entanto, enfrenta obstáculos jurídicos.</p>
<p>Como as cédulas eleitorais na Argentina são impressas de forma unificada com as de outros partidos, a Justiça Eleitoral já sinalizou que não há tempo hábil para reimpressão a menos de três semanas da votação. Isso pode inviabilizar a troca, mesmo com o aval do partido.</p>
<h2><b>Milei reforça discurso e minimiza impacto político</b></h2>
<p>O presidente Javier Milei reagiu à renúncia publicamente, tentando conter o desgaste político. Em publicação na rede X (antigo Twitter), afirmou: “O processo de mudança profunda que estamos levando adiante é o que importa. Não vamos permitir que uma operação maliciosa o coloque em risco”.</p>
<p>“O país está acima das pessoas. Garantir a continuidade do nosso projeto é mais importante que qualquer nome”, reforçou o presidente, em uma tentativa de blindar o núcleo duro da campanha de La Libertad Avanza.</p>

Otávio Rosso

Aliado de Milei desiste de candidatura após escândalo com o narcotráfico

<p><b>247 – </b>Em <a href="https://www.pagina12.com.ar/863038-carcel-o-bala">artigo</a> publicado no jornal argentino <i>Página/12</i>, o jornalista Luis Bruschtein expôs as conexões entre o deputado José Luis Espert e o empresário argentino-norte-americano Federico “Fred” Machado, acusado pela Justiça dos Estados Unidos de liderar uma rede internacional de narcotráfico, lavagem de dinheiro e estelionato. A revelação lança sombras sobre a decisão do presidente Javier Milei de manter Espert como cabeça de lista da coligação La Libertad Avanza na província de Buenos Aires, mesmo diante de provas e acusações graves.</p>
<p>Segundo a investigação, a Procuradoria do Texas apresentou documentos comprovando que Espert recebeu, pelo menos, 200 mil dólares de Machado, além do uso de um avião particular e de uma caminhonete blindada. “Segundo se investiga — indicou uma nota de <i>Página/12</i> —, sob a fachada de sua empresa South Aviation, com sede na Flórida, comprava aviões de maneira fraudulenta, utilizava registros falsos para ocultar sua titularidade e depois os levava a Colômbia, Venezuela ou México para contrabandear grandes carregamentos de cocaína para os Estados Unidos”.</p>
<p>Apesar da gravidade das denúncias, Milei decidiu proteger Espert e mantê-lo na linha de frente da disputa eleitoral. O deputado tentou se defender afirmando que não conhecia todos os empresários que financiaram sua campanha em 2019. No entanto, Clara Montero Barre, ex-responsável pela imprensa de Espert, desmentiu a versão: afirmou que o político se reuniu diversas vezes com Machado, que inclusive participava da definição de estratégias de campanha.</p>
<p>Espert ainda tentou transferir responsabilidades para José Bonacci, apoderado do partido UNITE. Mas Bonacci também negou qualquer envolvimento com o manejo do dinheiro. Para completar, a versão final do deputado foi que teria recebido pagamentos de uma mina na Guatemala, também controlada por Machado, que é acusado de usar o empreendimento para lavar dinheiro e realizar mineração ilegal.</p>
<p>Além da ligação com Espert, Machado teria financiado campanhas presidenciais na Guatemala, como a de Jimmy Morales e Alejandro Giammattei, ambos posteriormente acusados de corrupção. O empresário cumpre prisão domiciliar há mais de três anos em uma mansão de seu primo Claudio Ciccarelli, marido da deputada libertária Lorena Villaverde, detida nos Estados Unidos em 2017 por porte de cocaína.</p>
<p>A lista de personagens ligados ao caso reforça o impacto político: o advogado Francisco Oneto, que defende tanto Espert quanto o próprio presidente Javier Milei em diversas causas, também é o responsável pela defesa de Machado. Para Bruschtein, o “fanatismo anti-Estado” do grupo parece atrair marginais e criminosos, em um cenário em que até figuras como Matías Ozorio — acusado de triplo feminicídio e descrito como “libertário fanático” — circulam no mesmo universo político.</p>
<p>Em meio à crise econômica que assola a Argentina, a manutenção de Espert na chapa oficialista causa perplexidade e levanta suspeitas sobre as reais motivações do governo Milei. Para Bruschtein, o custo eleitoral da decisão é alto: “Com toda a informação que circula, Espert é indefensável em público, é o pior candidato, afasta votos e ainda mancha a imagem do governo”.</p>
<p>A questão central, segundo o jornalista, é por que Milei insiste em manter Espert, mesmo com a candidatura cercada por denúncias de financiamento do narcotráfico e com impactos diretos na credibilidade de sua gestão. O escândalo, além de fragilizar o discurso oficial sobre “segurança”, expõe o risco de que a política argentina se veja cada vez mais enredada nas redes de poder do crime organizado.</p>

Redação Brasil 247

O presidente da Argentina, Javier Milei, participa de um evento que marca o 31º aniversário do atentado a bomba de 1994 contra o centro comunitário da Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA), em Buenos Aires, Argentina, em 18 de julho de 2025

Gestão Milei combina crise econômica com narcoescândalo

<p><b>247 - </b>Os mercados argentinos atravessam dias de forte instabilidade, com títulos soberanos em dólar registrando oscilações intensas a cada novo sinal político ou econômico. Segundo a Bloomberg, investidores locais têm sido apontados como protagonistas nos movimentos mais recentes, enquanto estrangeiros se mostram mais cautelosos diante da volatilidade.</p>
<p>Na última semana, os papéis tiveram a maior alta em três anos, mas logo perderam quase todo o avanço antes de voltarem a subir. A causa principal foi sempre a mesma: a expectativa em torno de um eventual apoio dos Estados Unidos ao governo de Javier Milei.</p>
<h3>Montanha-russa após falas de Bessent</h3>
<p>A instabilidade ficou evidente na quinta-feira (2), quando os títulos dispararam após o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, reafirmar o compromisso de ajudar a Argentina. No entanto, os ganhos evaporaram quando ele esclareceu que a assistência não incluiria novos recursos diretos. Horas depois, os papéis voltaram a se valorizar diante da notícia de que o ministro da Economia, Luis Caputo, e o presidente do Banco Central, Santiago Bausili, viajariam a Washington para discutir uma linha de swap de US$ 20 bilhões.</p>
<h3>Peso sob pressão</h3>
<p>A pressão também recai sobre a moeda local. O peso argentino se aproximou do limite de sua banda de negociação e perdeu mais de 7% em apenas cinco sessões, apesar de intervenções do Banco Central estimadas em US$ 850 milhões nos últimos quatro dias. Antes mesmo da promessa de apoio de Bessent, a autoridade monetária já havia vendido US$ 1,1 bilhão para tentar conter a desvalorização.</p>
<p>O temor dos mercados é que Milei perca capital político às vésperas das eleições legislativas de 26 de outubro, após a derrota expressiva dos libertários nas eleições provinciais de Buenos Aires em setembro.</p>
<h3>O papel do FMI</h3>
<p>Nesta sexta-feira (3), a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, Kristalina Georgieva, afirmou em publicação na rede X que discutiu com Bessent os planos de assistência financeira dos EUA, incluindo o uso de Direitos Especiais de Saque (SDRs) do FMI. Essa alternativa permitiria aliviar a pressão sobre a Argentina sem a necessidade de desembolsos diretos de Washington.</p>
<p>O país deve ao FMI cerca de 40,3 bilhões em SDRs, o equivalente a US$ 55 bilhões, referentes a programas fracassados desde 2018. Em março, o governo de Milei já havia recebido a maior parte de um empréstimo de US$ 20 bilhões do Fundo, mas os recursos não foram suficientes para restaurar a confiança dos investidores.</p>
<h3>Reações do mercado</h3>
<p>Enquanto investidores locais aproveitam a volatilidade para reduzir posições, algumas gestoras internacionais enxergam oportunidade. O Citi, após visita a Buenos Aires, classificou o atual nível dos títulos como “um ponto de entrada interessante”. David Austerweil, da gestora VanEck, afirmou que aumentou exposição aos papéis argentinos após a derrota de Milei em Buenos Aires.</p>
<p>“Achamos que este é um bom ponto de entrada, assumindo que não haja um desastre total nas eleições de meio de mandato”, disse Austerweil.</p>
<h3>Incerteza à frente das eleições</h3>
<p>A análise da Bloomberg Economics alerta que a queda do peso pode corroer a confiança da população antes da votação de outubro. Para investidores estrangeiros, a possibilidade de unificação cambial seria um sinal positivo, mas há receio de que o governo consuma rapidamente suas reservas para evitar uma desvalorização que acelere a inflação.</p>
<p>Walter Stoeppelwerth, diretor de investimentos da corretora Grit Capital Group, resumiu o temor: “O maior risco que todos veem é que a equipe econômica desperdice os poucos dólares que tem antes das eleições de 26 de outubro. O pecado original de um governo é permitir uma desvalorização que resulte em inflação.”</p>

Títulos da dívida argentina despencam com incerteza dos EUA

<p><b>Agência Brasil* - </b>O presidente da Argentina, Javier Milei, autorizou a entrada de militares norte-americanos no país. A autorização foi concedida por meio de um decreto presidencial.</p>
<p>De acordo com a agência de notícias Telesur, as tropas irão participar de exercícios militares em parceria com Chile e Argentina.</p>
<p>O primeiro, chamado "Solidariedade", será realizado entre 6 e 10 de outubro, em Puerto Varas, no Chile. O objetivo é treinamento para situações de desastres naturais, conforme prevê acordo de cooperação entre os países, firmado em 1997.</p>
<p>O outro exercício, denominado "Trident", ocorrerá na Argentina, no período de 20 de outubro e 15 de novembro, nas bases navais de Mar del Plata, Usuaia e Puerto Belgrano, para simulações de defesa naval e assistência humanitária.&nbsp;</p>
<p>A decisão de autorizar a entrada dos militares dos Estados Unidos causou divergências. Já que a Constituição exige aval do Congresso para entrada de tropas estrangeiras no país.&nbsp;</p>
<p>O governo argentino alega ter recorrido ao decreto, de forma excepcional, pois o projeto de lei que trata da medida está no Parlamento, mas não foi apreciado até o momento.&nbsp;</p>
<p>A Comissão Bicameral Permanente deve analisar a validade do decreto nos próximos dias, conforme a Telesur.&nbsp;</p>
<p>A medida foi adotada após o governo de Donald Trump ter anunciado que irá fornecer auxílio financeiro a Milei.&nbsp;</p>
<p><i><b>&nbsp;* Com informações da Telesur</b></i></p>

Milei autoriza entrada de militares dos EUA na Argentina

<p><b>247 - </b>O peso argentino sofreu nova desvalorização nesta terça-feira (30), recuando mais de 6% em seu pior tombo intradiário desde 8 de setembro. A queda levou o governo de Javier Milei a vender dólares no mercado à vista numa tentativa de conter a pressão. A informação foi publicada pela <i>Bloomberg</i>.</p>
<p>Segundo a agência, mesmo após a breve recuperação da semana passada, impulsionada pelo anúncio de um pacote de US$ 20 bilhões negociado pelo secretário do Tesouro, Scott Bessent, a moeda voltou a perder força. O temor de investidores quanto à distância entre o câmbio oficial e o paralelo, somado à falta de detalhes sobre o resgate financeiro norte-americano, está pressionando os ativos argentinos.</p>
<h3>Queda e intervenção</h3>
<p>A moeda encerrou o dia com recuo de 1,4%, cotada a 1.380 pesos por dólar. Não há informações oficiais sobre o montante de dólares vendidos pelo governo. O Banco Central se recusou a comentar e o Ministério da Economia não respondeu aos pedidos da imprensa.</p>
<p>De acordo com o economista Santiago Resico, da corretora one618, a venda em meio a forte oferta de divisas gerou ruído no mercado. “Se o governo tem de vender em um dia como hoje, quando há grande oferta, é natural que o mercado interprete negativamente”, afirmou.</p>
<h3>Desafios políticos e pressões externas</h3>
<p>A administração Milei utilizou a trégua cambial da semana anterior para recompor reservas, mas não conseguiu frear a demanda crescente por dólares. Essa pressão é alimentada por dúvidas sobre o futuro da política cambial e pela perda de apoio político, após derrota significativa nas eleições locais em Buenos Aires.</p>
<p>Além disso, o encontro marcado entre Milei e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no dia 14 de outubro na Casa Branca, é visto como crucial para dar credibilidade ao pacote de resgate. Até lá, os investidores seguem receosos diante da escassez de informações concretas.</p>
<h3>Reação nos mercados</h3>
<p>Os títulos da dívida argentina com vencimento em 2035 recuaram 1,8 centavo, cotados a 53 centavos de dólar, acumulando quatro pregões consecutivos de queda — a pior sequência em dois meses. Já o diferencial entre o câmbio oficial e o paralelo atingiu o nível mais alto desde abril, refletindo o impacto das restrições impostas pelo governo à compra de dólares.</p>
<p>Para o estrategista de câmbio Alejandro Cuadrado, do BBVA em Nova York, a recuperação observada com o apoio dos EUA não se sustenta no longo prazo. “O apoio não resolve os desequilíbrios nem a tendência da moeda. A tendência de médio prazo seguirá de alta e haverá grande foco no pós-eleição, já que este regime é visto como temporário”, destacou.</p>
<h3>Sinais do governo</h3>
<p>Em entrevista televisiva, Milei afirmou que manterá a linha de swap com a China enquanto negocia com Washington, garantindo que o país tem financiamento até o fim de 2026. O presidente também indicou que pode promover mudanças em seu gabinete após as eleições legislativas de 26 de outubro.</p>

Peso argentino volta a despencar e governo Milei intervém no mercado

<p><b>247 - </b>O governo argentino confirmou nesta terça-feira (30) que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, receberá o presidente da Argentina, Javier Milei, em 14 de outubro, na Casa Branca, segundo noticiou a agência Reuters. O encontro ocorrerá durante a semana das reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, em Washington, e tem como pano de fundo as negociações para uma linha de swap de US$ 20 bilhões com o banco central argentino.</p>
<p>Segundo o Ministério das Relações Exteriores da Argentina, a reunião representa “uma nova oportunidade para continuar a fortalecer a parceria estratégica entre os dois países”. O swap, se confirmado, daria a Buenos Aires acesso imediato a dólares, recurso crucial para aliviar a escassez de moeda norte-americana nas reservas do país.</p>
<h2>Pressão interna nos EUA</h2>
<p>O anúncio das negociações gerou desconforto em setores do governo norte-americano. Na semana passada, a Associated Press flagrou o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, lendo uma mensagem de texto atribuída à secretária de Agricultura, Brooke Rollins, em que ela classificava o acordo como “infeliz”.</p>
<p>“Nós socorremos a Argentina... e, em troca, eles removeram suas tarifas de exportação de grãos, reduziram o preço e venderam um monte de soja para a China, em um momento em que normalmente estaríamos vendendo para a China”, dizia a mensagem. Bessent e Rollins não comentaram o episódio, e seus gabinetes não responderam a pedidos de esclarecimento.</p>
<h2>Mercado e exportações</h2>
<p>A simples perspectiva de um apoio financeiro norte-americano fez o peso argentino e os títulos em dólar subirem na semana passada, mas parte dos ganhos foi revertida diante da ausência de detalhes concretos sobre o acordo.</p>
<p>Em paralelo, o governo Milei suspendeu temporariamente os impostos de exportação de grãos, o que resultou em cerca de US$ 7 bilhões em vendas em apenas alguns dias, principalmente de soja. A maior parte dessas cargas deverá ser enviada para a China, segundo operadores do mercado.</p>
<p>A movimentação argentina ocorre em um momento de tensões comerciais entre Washington e Pequim, que têm limitado as exportações agrícolas dos EUA e aberto espaço para fornecedores sul-americanos.</p>

Mundo

Casa Branca sediará encontro entre Trump e Milei em outubro

<p><b>247</b> - O dirigente peronista Juan Grabois protocolou nesta segunda-feira (30) uma denúncia penal contra José Luis Espert, de 63 anos, principal aposta do presidente da Argentina Javier Milei para o Congresso em Buenos Aires. A acusação envolve um suposto repasse de ao menos US$ 200 mil (equivalente a mais de R$ 1 milhão) oriundos de atividades ligadas ao narcotráfico.</p>
<p>De acordo com informações divulgadas pelo jornal <a href="https://oglobo.globo.com/mundo/noticia/2025/09/30/jose-luis-espert-principal-candidato-de-milei-em-buenos-aires-e-acusado-de-ligacao-com-narcotrafico.ghtml"><i>O Globo</i></a>, a denúncia sustenta que o valor teria sido transferido por Federico “Fred” Machado, empresário argentino de 53 anos, atualmente detido nos Estados Unidos e acusado de tráfico internacional de drogas, lavagem de dinheiro e fraude. Segundo a representação, documentos contábeis secretos de Machado e de sua sócia Debra Mercer-Erwin — condenada em território norte-americano pelos mesmos crimes, exceto fraude — registram a entrada de valores associados ao nome de Espert. O material poderá ser anexado a uma investigação em andamento desde 2021 nos tribunais de Comodoro Py, em Buenos Aires.</p>
<h2><b>Vínculos anteriores e negações</b></h2>
<p>O repasse suspeito teria ocorrido em 2020, mas a ligação entre Espert e Machado remonta a 2019, quando o então candidato à presidência utilizou um avião do empresário durante uma viagem a Viedma, no sul da Argentina. Em entrevista à emissora local TN, Espert reconheceu que conhecia Machado e confirmou ter viajado em uma de suas aeronaves, mas rejeitou qualquer relação ilícita. — <i>Se eu soubesse que essa pessoa era isso, não estaria agradecendo aos quatro ventos</i> — afirmou, classificando a denúncia como uma “campanha suja” promovida pelo peronismo.</p>
<p>Crítico ferrenho da criminalidade e conhecido pelo lema “cárcel o bala” (“cadeia ou bala”), o economista ultraliberal busca a reeleição como deputado. Contudo, a polêmica ameaça enfraquecer sua imagem em um momento estratégico para a coalizão governista.</p>
<p>A polêmica não se restringe à oposição. O <i>El País</i> recorda que, em 2022, o deputado Agustín Romo, hoje líder do bloco La Libertad Avanza na Câmara de Buenos Aires, chamou Espert de “carregador de malas” que aproveitou a primeira oportunidade para voar no avião de um traficante. Na mesma época, a parlamentar Lilia Lemoine, aliada próxima de Milei, declarou que Espert havia “entrado na política por dinheiro” e que já em 2019 contava com apoio de narcotraficante.No Congresso, a denúncia repercutiu de imediato. O deputado peronista Germán Martínez anunciou que pedirá a destituição de Espert da presidência da Comissão de Orçamento, responsável por iniciar nesta semana a análise da lei orçamentária de 2026. — <i>Não se pode debater seriamente o orçamento com um deputado com vínculos com o narcotráfico sentado na presidência</i> — criticou.</p>
<h2><b>Mais um caso que respinga no governo Milei</b></h2>
<p>O episódio chega em um momento delicado para o governo de Javier Milei, que já enfrenta dificuldades para consolidar maioria parlamentar. A província de Buenos Aires, onde se concentra cerca de 40% do eleitorado argentino, tem sido um território estratégico — e recentemente adverso — para os candidatos de extrema direita, derrotados por peronistas em eleições provinciais.</p>
<p>Outro fator agrava a crise: um dos advogados de Fred Machado é Francisco Oneto, militante de extrema direita e também representante legal de Milei em processos sensíveis, incluindo a investigação sobre a criptomoeda $Libra. Essa conexão eleva o potencial de desgaste político, ampliando os riscos de que o escândalo ultrapasse os limites individuais e atinja diretamente o núcleo do governo.</p>
<p>Machado, empresário com investimentos nos setores de mineração, construção e aviação, está preso desde 2021 em Rio Negro, sob pedido de extradição da Justiça do Texas. Ele é acusado de integrar esquema internacional de tráfico de cocaína, lavagem de capitais e fraude, utilizando aeronaves adquiridas de forma ilícita para transportar drogas a partir de diferentes países da América Latina.</p>

Principal aliado de Milei em Buenos Aires é acusado de receber recursos do narcotráfico

<p><b>247 - </b>O governo da Argentina anunciou nesta quinta-feira (25) a retomada dos impostos sobre exportações de grãos, medida que havia sido suspensa temporariamente para estimular a entrada de dólares no país. A decisão ocorre após o cumprimento da meta cambial estabelecida para o setor.</p>
<p>De acordo com informações divulgadas pela <i>AFP</i> e reproduzidas pelo portal <i>UOL</i>, a Agência de Arrecadação e Controle Aduaneiro (Arca) confirmou que o objetivo de arrecadar US$ 7 bilhões (cerca de R$ 37,4 bilhões) foi alcançado, o que levou ao restabelecimento da cobrança.</p>
<h3>Contexto da medida</h3>
<p>A suspensão dos tributos, anunciada no início da semana, previa isenção para exportações de grãos e carnes até 31 de outubro ou até que fosse atingida a meta estipulada em dólares. O incentivo fazia parte da estratégia econômica para ampliar a oferta de divisas e conter a pressão sobre o peso argentino, em meio à crise financeira que obrigou o Banco Central a intervir e vender mais de US$ 1 bilhão na semana passada.</p>
<p>O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, destacou nas redes sociais que Washington vinha colaborando com Buenos Aires “para finalizar as isenções fiscais para os produtores de matérias-primas que convertem divisas”.</p>
<h3>Carne segue sem impostos</h3>
<p>Apesar da retomada da taxação sobre os grãos, o governo argentino optou por manter a isenção no setor de proteínas animais. O porta-voz presidencial, Manuel Adorni, afirmou nesta quinta-feira que “o regime de zero retenção para a exportação de aves e carne bovina continua sem limite até 31 de outubro”.</p>
<p>O setor agropecuário é o motor das exportações argentinas, representando cerca de 60% das vendas externas do país. Ao liberar o mercado para carne e aves, a Casa Rosada busca garantir competitividade internacional e incentivar os produtores a acelerar os embarques, em vez de reter estoques à espera de condições cambiais mais favoráveis.</p>
<h3>Repercussão econômica</h3>
<p>A medida foi bem recebida pelo mercado, ajudando a conter a desvalorização do peso e reduzindo o risco de um calote. O alívio momentâneo reflete a importância do agronegócio na estratégia de estabilização econômica do governo argentino, que enfrenta uma das mais graves crises cambiais da última década.</p>

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