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      Tarcísio diz que “todos os Poderes precisam ceder” e defende anistia como resposta à crise institucional

      Governadores de direita pressionam STF e Lula, pedem protagonismo do Congresso e criticam condução diplomática com os EUA

      Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas 09/08/2024 (Foto: REUTERS/Carla Carniel)
      Luis Mauro Filho avatar
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      247 - Em uma reunião realizada nesta quinta-feira (7) na residência oficial do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), falou em nome de outros nove chefes de Executivo estaduais e afirmou que “todos os Poderes precisam ceder” para conter a crise institucional que se agravou com a aplicação do tarifaço de 50% pelos Estados Unidos contra produtos brasileiros e o julgamento, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), das ações penais contra os envolvidos no golpe de 8 de janeiro de 2023.

      Durante o encontro, Tarcísio defendeu a votação do projeto de anistia aos condenados pelos atos antidemocráticos, como forma de atenuar o conflito político. Segundo ele, o Congresso “tem que ter autonomia para legislar sem pressão”. “O Congresso Nacional tem um papel importante, pode atuar nessa desescalada, e os parlamentares precisam ter tranquilidade”, afirmou, sem especificar quais pressões estariam sendo exercidas sobre deputados e senadores.

      Essa posição foi apoiada por Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) e Mauro Mendes (União-MT), que classificaram a anistia como reflexo do “desejo da maioria”. Mendes, inclusive, criticou diretamente o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que, segundo a Coluna do Estadão, disse a líderes partidários que “nem com 81 assinaturas” pautaria um pedido de impeachment contra ministros do STF.

      Críticas ao STF e defesa da “harmonia entre os Poderes”

      Os governadores presentes defenderam que o Supremo deve adotar posturas menos conflituosas com o Legislativo. “A gente entende que os Poderes têm papéis na mitigação da crise. A gente não pode ter um Poder se sobrepondo ao outro”, declarou Tarcísio. Ele afirmou ainda que, para que haja uma solução, “cada um precisa ceder um pouquinho”.

      Caiado foi mais específico ao criticar as decisões monocráticas da Corte e sugeriu que o julgamento das ações penais relacionadas ao golpe de 8 de janeiro seja feito pelo Plenário do STF, e não apenas pela Primeira Turma. “Decisões monocráticas só fazem acirrar o clima entre os membros e a população”, disse.

      Encontro com governadores de direita

      Além de Tarcísio, participaram presencialmente da reunião os governadores Jorginho Mello (PL-SC), Ratinho Junior (PSD-PR), Cláudio Castro (PL-RJ), Romeu Zema (Novo-MG) e Wilson Lima (União-AM). Eduardo Leite (PSDB-RS) participou de forma remota. Mauro Mendes, que organizou a reunião, declarou ter convidado apenas governadores de direita, por afinidade e para formar um grupo “seleto” com condições de aprofundar as discussões sobre a crise.

      Pressão sobre Lula e reação ao tarifaço de Trump

      Outro ponto central da conversa foi o impacto do aumento de 50% nas tarifas imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros. Segundo Tarcísio, os governadores decidiram fortalecer o diálogo com lideranças partidárias para que o Congresso ganhe protagonismo nas tratativas sobre a chamada “guerra tarifária”.

      Para o governador paulista, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem agido com “imprudência” na condução das relações exteriores. “A gente acabou indo por um caminho muito ruim, que acabou agredindo um parceiro histórico”, disse Tarcísio, em referência aos Estados Unidos.

      Ronaldo Caiado também atacou a postura do presidente da República, classificando como “insensatez” a declaração de Lula de que não se “humilharia” para dialogar com Donald Trump.

      Boicote a reunião com Alckmin e Haddad

      Apesar da gravidade do tarifaço, os governadores não compareceram à reunião convocada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para discutir medidas de enfrentamento ao problema. Mauro Mendes afirmou que houve baixa adesão dos colegas ao convite, o que levou ao cancelamento do encontro. Segundo ele, “muitos governadores não se manifestaram” quando convidados.

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