Correia ironiza Bolsonaro: será que a tornozeleira dele tem a bandeira americana?
'Não vai fugir para os EUA e se unir ao filho para boicotar o Brasil', afirmou o parlamentar sobre o político da extrema-direita
247 - O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) ironizou Jair Bolsonaro (PL) nesta sexta-feira (18) após o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes determinar o uso de tornozeleira eletrônica pelo ex-mandatário, que é réu na investigação da trama golpista conduzida no STF e se articula com o governo do presidente norte-americano, Donald Trump, numa tentativa de conseguir mais apoio contra sanções ao Brasil por conta do inquérito.
Em postagem na rede social X, o parlamentar demonstrou repúdio à forma como a família Bolsonaro se relaciona com o governo dos Estados Unidos. O presidente Trump anunciou no último dia 9 um tarifaço de 50% sobre as exportações brasileiras e citou o processo da trama golpista no Brasil como justificativa para lançar a guerra comercial.
“Até que enfim estou tranquilo, Bolsonaro não vai fugir para os EUA e se unir ao filho para boicotar o Brasil. Reiterei 3 vezes este pedido ao STF, agora é aguardar o julgamento e a prisão. Será que a tornozeleira dele tem a bandeira americana?”, perguntou Correia.
Em 2019, Bolsonaro deu uma de suas maiores demonstrações de subserviência a interesses estrangeiros, ao bater continência à bandeira americana.

Decisão
As determinações anunciadas pelo ministro Alexandre de Moraes contra Bolsonaro têm relação com a possível obstrução de Justiça e coação no curso do processo dessa ação penal sobre a trama golpista, na qual Bolsonaro é réu, tendo sido apontado como líder do complô.
As medidas têm como justificativa o risco de fuga apontado pela Polícia Federal (PF) e pela PGR, bem como para impedir que Bolsonaro continue a atuar em prol de sanções de outros países a autoridades brasileiras.
Em sua decisão, Moraes escreveu que Bolsonaro e Eduardo praticam uma “confissão flagrante” dos crimes de coação no curso do processo e obstrução de Justiça ao trabalharem para que o governo dos Estados Unidos aplique sanções contra autoridades brasileiras e o próprio país. Em março deste ano, Eduardo pediu licença do mandato de deputado federal e foi morar nos EUA, sob a alegação de perseguição política. A licença termina no próximo domingo (20).
O ministro Alexandre de Moraes citou ainda os possíveis crimes de tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito e de ataque à soberania nacional, diante da conduta de Bolsonaro e do filho de condicionarem o arquivamento do processo sobre o golpe à retirada de taxas impostas pelos EUA sobre todos os produtos importados do Brasil.
No STF, Bolsonaro responde a cinco crimes. São penas que, somadas, podem ultrapassar 30 anos de prisão - organização criminosa armada, ameaça ao Estado Democrático de Direito, danos a bens patrimoniais protegidos, tentativa de golpe de Estado e crimes contra o patrimônio com agravante de violência.
Além de citar o processo contra Bolsonaro para anunciar o tarifaço, os Estados Unidos iniciaram uma investigação sobre práticas comerciais do Brasil, por meio do USTR (Escritório do Representante Comercial dos EUA). Em resposta, o governo brasileiro começou a discutir possíveis contra-medidas.
Defesa
Logo após ter a tornozeleira eletrônica instalada, na Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal, Bolsonaro parou para falar com jornalistas e disse que o objetivo da medida imposta por Moraes seria promover sua “suprema humilhação”. Ele negou qualquer plano de sair do país para fugir de eventual condenação.
Em nota, a defesa de Bolsonaro disse que “recebeu com surpresa e indignação a imposição de medidas cautelares severas contra ele, que até o presente momento sempre cumpriu com todas as determinações do Poder Judiciário” (com ABr).
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