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      Lindbergh critica tentativa da oposição em reverter medidas contra Bolsonaro: 'não há chance de aprovação no Congresso'

      Bolsonaristas querem o fim do recesso parlamentar para traçar estratégias com o objetivo de blindar o ex-mandatário, réu no inquérito da trama golpista

      Lindbergh Farias (Foto: Kayo Magalhaes / Câmara)
      Leonardo Lucena avatar
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      247 - O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), defendeu a decisão da Polícia Federal (PF), que impôs medidas cautelares a Jair Bolsonaro (PL) como uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno e proibição de acesso a redes sociais. A PF atendeu a um pedido feito pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, relator do inquérito da trama golpista no STF, onde o político da extrema-direita é réu.

      Em postagem na rede social X, nesta sexta-feira (18), o parlamentar também criticou uma proposta da oposição ao governo Lula no Congresso Nacional. Parlamentares bolsonaristas querem o fim do recesso parlamentar e a votação de algumas pautas para reverter a decisão anunciada pelo ministro do STF.

      Segundo Lindbergh, “essa conversinha da oposição pedir o fim do recesso parlamentar é desespero de bolsonaristas que sabem que a casa dos golpistas caiu”. “Zero possibilidade dessa proposta ser levada a sério. O Brasil não é uma colônia dos EUA. O Brasil é um país livre e soberano. Hoje está sendo um dia importante para reafirmarmos, enquanto nação, que as nossas instituições não se intimidam com ameaças. #BrasilSoberano”.

      O líder do Partido dos Trabalhadores também havia pedido ao Supremo a prisão de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por causa das articulações feitas pelo deputado licenciado com o governo Donald Trump (EUA).

      No último dia 9 de julho, o presidente norte-americano anunciou um tarifaço de 50% sobre as exportações brasileiras aos EUA. Em carta endereçada ao presidente Lula (PT), Trump citou o processo judicial contra Jair Bolsonaro (PL) na investigação da trama golpista.

      O governo Lula já reuniu ministros e representantes de diversos setores da economia para elaborar uma resposta às medidas de Trump. A estratégia inclui fortalecer parcerias com outros mercados, como os países do BRICS, com o objetivo de evitar que a guerra comercial imposta pelos EUA cause graves prejuízos à população brasileira.

      Jair Bolsonaro responde a cinco crimes perante o Supremo Tribunal Federal (STF), com penas que, somadas, podem ultrapassar 30 anos de prisão. As acusações incluem:

      • Formação de organização criminosa armada
      • Tentativa de golpe de Estado
      • Ameaça ao Estado Democrático de Direito
      • Danos a bens patrimoniais protegidos
      • Crimes contra o patrimônio com agravante de violência

      Após o anúncio das acusações, os Estados Unidos iniciaram uma investigação sobre práticas comerciais do Brasil, por meio do USTR (Escritório do Representante Comercial dos EUA). Em resposta, o governo brasileiro começou a discutir possíveis contra-medidas.

      Contexto geoeconômico

      A ação norte-americana vai além do caso jurídico interno do Brasil, refletindo:

      • A ascensão do BRICS na economia global
      • A criação de sistemas financeiros independentes do dólar
      • O enfraquecimento gradual da dominância monetária dos EUA

      A força do BRICS em números

      1. Economia

      • 39% do PIB global (PPC)
      • 24% do comércio mundial

      2. Recursos Naturais

      • 72% das reservas de terras raras
      • Influência sobre 36% do território global

      3. Energia

      • 43,6% da produção de petróleo
      • 36% do gás natural
      • 78,2% do carvão mineral

      Essa combinação de poder econômico, energético e geopolítico ajuda a explicar a postura defensiva do governo Trump contra países emergentes, posicionando o Brasil como um alvo estratégico nessa disputa pela reordenação do poder mundial.

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