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Tarcísio não destrava anistia e ala do Centrão quer enterrar o projeto

Centrão já faz as contas do prejuízo político-eleitoral de levar o texto adiante

Manifestações contra a anistia (Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil)

247 - Líderes de partidos de centro, centro-direita e direita permanecem divididos em torno de um projeto de anistia ampla e irrestrita, bandeira defendida pelo clã Bolsonaro e aliados mais próximos. Mesmo com a participação do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), as negociações seguem travadas e enfrentam resistência em setores alinhados ao bolsonarismo, informa Daniela Lima, do UOL.

Setores da centro-direita enxergam que uma eventual aprovação da anistia pela Câmara poderia se transformar em uma “vitória de Pirro” - vitória que traz prejuízos tão grandes que acaba tendo efeito equivalente a uma derrota. Isso porque o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), dificilmente colocaria o tema em pauta, mesmo diante de forte pressão. 

Além disso, nomes importantes, como o senador Otto Alencar (PSD-BA), presidente da Comissão de Constituição e Justiça, já manifestaram posição contrária. “A Constituição é cristalina: não cabe anistia. A pior coisa que o Congresso pode fazer é aprovar algo inconstitucional, levando de novo o tema para o Supremo, onde há clara maioria pela ilegalidade da tese”, declarou o parlamentar.

Obstáculos políticos e judiciais

Mesmo se o projeto fosse aprovado pelo Senado, seria vetado posteriormente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Nesse caso, o Congresso teria de enfrentar novamente o desgaste da votação em pleno 2026, ano de eleições, enquanto o Supremo Tribunal Federal (STF) provavelmente já teria sido acionado para se posicionar sobre a constitucionalidade da proposta.

Diante desse impasse, uma ala bolsonarista sugere alternativas mais viáveis, como revisar as penas aplicadas por tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito ou impedir a somatória de condenações em casos relacionados a esse crime. No entanto, essa possibilidade não atende às expectativas da família Bolsonaro, que insiste em um perdão amplo.

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