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      Pressão na Câmara leva Hugo Motta a debater anistia após julgamento no STF

      "Os líderes estão cobrando, estamos avaliando e temos que conversar mais", afirmou o presidente da Câmara

      Hugo Motta (Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados)
      Guilherme Levorato avatar
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      247 - A possibilidade de uma votação sobre a anistia para os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, com a possibilidade de beneficiar Jair Bolsonaro (PL), ganhou força dentro da Câmara dos Deputados. Segundo o O Globo, líderes de partidos tentam construir um consenso para que o tema seja debatido após o julgamento da trama golpista, previsto para ser concluído no dia 12 deste mês. Em meio a esse cenário, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que até então vinha resistindo à ideia de pautar a anistia, admitiu que a pressão por parte dos líderes partidários aumentou.

      "Os líderes estão cobrando, estamos avaliando e temos que conversar mais", afirmou Motta, reconhecendo o crescimento do movimento favorável à proposta. A articulação tem sido reforçada pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que está se posicionando como uma alternativa de oposição à candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2026. Tarcísio, que tem buscado o apoio de Bolsonaro, conversou por telefone com Motta na segunda-feira (1) sobre o avanço da pauta.

      Embora tenha declarado que uma anistia ampla não passaria na Câmara, Motta não descartou a discussão do tema. Ele se reuniu com líderes partidários na tarde de ontem e, segundo relatos, descartou a possibilidade de votação imediata da anistia. Contudo, deixou claro que o assunto voltará à pauta nas próximas reuniões, previstas para esta semana ou para terça-feira da próxima. Em paralelo, as pressões das bancadas do União Brasil, Progressistas (PP) e Republicanos intensificaram-se, enquanto até mesmo deputados governistas reconhecem que o tema tem ganhado relevância e pode ser colocado em votação.

      Na terça-feira (2), o líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), criticou o movimento crescente em favor da anistia. "Existe essa discussão, cresceu o movimento com a presença do governador de São Paulo, Tarcísio, aqui em Brasília, de colocar em discussão essa questão da anistia para depois do julgamento. Isso é um equívoco", afirmou Farias.

      O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) também se manifestou sobre as articulações. Ele elogiou a dedicação do governador Tarcísio nas negociações pela anistia, afirmando: "Ele é leal ao Bolsonaro. Espero que possamos nos próximos dias entregar esse projeto de anistia. Ele tem mergulhado de cabeça nisso". Além disso, Tarcísio tem se empenhado em conversas com figuras chave, como o presidente do Republicanos, Marcos Pereira, para acelerar a votação do projeto.

      Em entrevista recente, Tarcísio afirmou que, se eleito presidente, concederia um indulto a Bolsonaro como "primeiro ato". A declaração gerou reações no governo, com o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), questionando a postura do governador. "É lamentável ver um governador que foi empossado pela Justiça dizer que não crê na Justiça", disse Costa, ressaltando que a eleição de Tarcísio só foi possível graças à Justiça Eleitoral.

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