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Motta diz não ver traição após PEC da Blindagem cair no Senado

Presidente da Câmara afirma que não houve traição por parte do Senado e adia pauta da anistia sobre os atos golpistas de 8 de janeiro

Hugo Motta e Davi Alcolumbre (Foto: Andressa Anholete/Agência Senado)

247 - Um dia após a rejeição da PEC da Blindagem pelo Senado, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), buscou reduzir o tom de conflito entre as duas Casas Legislativas. O parlamentar disse que não vê “sentimento de traição” na decisão dos senadores, que arquivaram a proposta aprovada pelos deputados sob desgaste público.

Segundo Motta, a rejeição faz parte do funcionamento natural do bicameralismo brasileiro. “O Senado se posicionou e bola para frente. Temos um sistema bicameral, cabe aceitar. Não tem sentimento de traição nenhum. Já teve vários episódios em que a Câmara discordou do Senado. Isso é natural da democracia”,disse o presidente da Câmara, de acordo com O Globo.

Repercussão entre deputados

Apesar da tentativa de apaziguar, integrantes da Câmara manifestaram insatisfação com a situação. O líder do PP, Doutor Luizinho (RJ), afirmou que houve quebra de um acordo que teria sido firmado entre Motta e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). 

“Hoje [ontem] a gente teve um exemplo clássico de um comportamento errático do Senado (na PEC da Blindagem), diferente do que teoricamente estava acordado com o presidente Hugo Motta e o presidente Davi Alcolumbre”, disse. Para muitos deputados, a postura de Alcolumbre refletiu uma estratégia política para se distanciar do projeto de blindagem parlamentar e responder à pressão popular.

Relação entre os presidentes das Casas

Hugo Motta também negou qualquer mal-estar direto com Alcolumbre. Ele relatou que chegou a vê-lo em um jantar na residência do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, mas que o tema não foi tratado. “Não encontrei Davi. Eu o vi em um jantar na casa do ministro Barroso, mas não tratamos sobre isso”, relatou.

Anistia em discussão

Outro tema em debate na Câmara é o projeto de anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro. Motta afirmou que ainda não há consenso em torno do tema. “Não tem uma temperatura precisa de como têm sido as conversas do relator, que não falou com todos os partidos ainda. Preciso de um pouco mais de tempo para entender qual é o sentimento da Casa e decidir se vai pautar ou não o projeto”, disse o presidente da Câmara, de acordo com a reportagem.

O relator do projeto na Câmara, Paulinho da Força (Solidariedade-SP), tem conduzido negociações com partidos da base e da oposição, mas o texto ainda não foi finalizado. A proposta prevê redução de penas para os condenados pelos atos golpistas, mas não uma anistia plena.

Motta insistiu que só pautará o projeto quando houver clareza sobre a posição majoritária das bancadas. “Eu não conversei com os líderes após essa última rodada de negociações. Preciso de mais tempo para captar o sentimento da Casa”, concluiu.

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