Motta nega ter negociado projetos com oposição após motim bolsonarista na Câmara
Presidente da Casa afirma que não cedeu a pressões para retomar sessões e promete tomar providências contra parlamentares que travaram os trabalhos
247 - O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), negou nesta quinta-feira (7) ter feito qualquer tipo de negociação com parlamentares da oposição para encerrar a ocupação do plenário principal da Casa.
A declaração ocorre um dia após o fim da mobilização de deputados bolsonaristas, que bloquearam os trabalhos legislativos por quase dois dias em protesto contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A oposição reivindica a votação de pautas como a anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro e o fim do foro privilegiado.
Parlamentares da oposição afirmaram que deixaram o plenário na noite de quarta-feira (6) após um suposto compromisso de Motta de encaminhar as demandas do grupo. O presidente da Câmara, no entanto, rejeitou essa versão.
"A presidência da Câmara é inegociável. Quero que isso fique bem claro. As matérias que estão saindo sobre a negociação feita por esta presidência para que os trabalhos fossem retomados não está vinculada a nenhuma pauta. O presidente da Câmara não negocia as suas prerrogativas, nem com a oposição, nem com o governo, nem com absolutamente ninguém", declarou Motta em entrevista à imprensa.
Durante o protesto, houve empurra-empurra no plenário e resistência da oposição em deixar o local. A tentativa de Hugo Motta de retomar o controle da sessão foi considerada hesitante por deputados da base aliada, que avaliaram que o presidente da Casa demonstrou fraqueza diante da pressão bolsonarista.
