Vance diz que acordo de paz na Ucrânia dificilmente agradará a Moscou ou Kiev

247 – O vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, afirmou que um eventual acordo de paz entre Rússia e Ucrânia dificilmente satisfará plenamente qualquer um dos lados envolvidos no conflito. As declarações foram dadas em entrevista ao programa Sunday Morning Futures, da Fox News, e repercutidas pela agência Reuters neste domingo (10). Segundo ele, o objetivo de Washington é buscar um entendimento que seja, ao menos, aceitável tanto para Moscou quanto para Kiev.

 “Não vai deixar ninguém muito feliz. Tanto os russos quanto os ucranianos, provavelmente, no fim das contas, vão ficar insatisfeitos com isso”, disse Vance, destacando que o desafio é encontrar um ponto comum possível.

As declarações acontecem poucos dias antes do encontro previsto entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente russo, Vladimir Putin, marcado para 15 de agosto, no Alasca. A reunião foi solicitada por Putin e, de acordo com Trump, pode resultar em um cessar-fogo que encerraria a guerra iniciada há mais de três anos e meio — acordo que, possivelmente, exigiria da Ucrânia a cessão de parte significativa de seu território.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, reagiu no sábado (9) afirmando que seu país não pode violar a Constituição em questões territoriais. “Os ucranianos não vão dar de presente sua terra aos ocupantes”, declarou.

Na entrevista gravada na última sexta-feira (8), Vance revelou que os EUA trabalham para viabilizar uma reunião que inclua Trump, Putin e Zelenskiy. No entanto, ele ressaltou que não considera produtivo que Putin e Zelenskiy se encontrem antes de uma conversa direta com Trump.

 “Estamos num ponto agora em que estamos tentando descobrir, francamente, questões de agenda e logística, sobre quando esses três líderes poderiam sentar e discutir o fim deste conflito”, afirmou o vice-presidente.

De acordo com um funcionário da Casa Branca ouvido pela Reuters, Trump está aberto a um encontro tripartite, mas, no momento, o planejamento do governo se concentra na reunião bilateral solicitada por Putin.