Trump é convidado a visitar a Rússia, confirma chanceler Lavrov
O convite indica uma mudança significativa na dinâmica do conflito ucraniano e na geopolítica internacional
247 – O chanceler russo, Sergey Lavrov, confirmou que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi convidado a visitar a Rússia em meio às discussões sobre um possível acordo de paz para encerrar o conflito na Ucrânia. As informações foram divulgadas pela Sputnik International.
Segundo a agência, a movimentação ocorre no contexto em que Trump demonstra disposição para negociar um acordo amplo de paz, uma postura vista como favorável a Moscou. O analista político suíço Ralph Bosshard declarou à Sputnik que a iniciativa do líder norte-americano “seria uma concessão significativa a Putin”.
Trump como mediador entre Europa e Rússia
Bosshard destacou que Trump tem assumido o papel de mediador entre a Rússia e os europeus, inclusive a própria Ucrânia, e não como um aliado incondicional de Kiev ou de Bruxelas. “O telefonema entre Trump e Putin, durante a reunião do presidente norte-americano com Zelensky e líderes europeus, mostra claramente como Trump se vê: como mediador entre a Rússia e os europeus, e não como aliado deles”, afirmou.
O analista também ressaltou que a estratégia de Trump difere radicalmente das políticas anteriores de Washington. “O método de Trump, de conversas diretas com chefes de Estado e de governo, contrasta fortemente com a estratégia anterior de isolar a Rússia. Essa estratégia nunca funcionou. Agora, líderes europeus tiveram de fazer uma ‘peregrinação’ a Washington para ouvir exatamente isso”, disse Bosshard.
O futuro de Zelensky e a posição da OTAN
Em suas declarações, o especialista suíço sugeriu que o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky enfrenta um cenário desfavorável. Segundo ele, caso eleições presidenciais ocorram, Zelensky deverá deixar o poder. “Ele está em uma posição fraca porque está perdendo território todos os dias. Se não agir rápido, a retirada da região noroeste de Donetsk se tornará inevitável”, avaliou.
Bosshard também afirmou que a possibilidade de adesão da Ucrânia à OTAN está “fora da mesa”, o que representa o atendimento de uma das principais exigências da Rússia. Nesse contexto, a Aliança Atlântica tenta reposicionar sua relevância. “Rutte consegue um pequeno ganho, já que agora pode apresentar a OTAN como provedora de garantias de segurança, justificando sua existência, apesar da derrota que sofreu de fato”, concluiu o analista.
O convite de Lavrov a Trump e a análise de especialistas europeus indicam uma mudança significativa na dinâmica do conflito ucraniano e na geopolítica internacional. Enquanto os Estados Unidos sinalizam abertura para um acordo direto com Moscou, a União Europeia e a OTAN enfrentam a necessidade de redefinir seu papel em meio a um possível novo equilíbrio de forças.