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      Marco Fernandes: “vitória de Putin no Alasca foi também um triunfo do BRICS”

      Jornalista destaca impacto da cúpula do Alasca e como a reintegração russa fortalece o bloco e o sul global

      (Foto: Divulgação )
      Dafne Ashton avatar
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      247 - A conversa com Marco Fernandes — correspondente internacional do Brasil de Fato baseado em Moscou — foi ao ar no Bom Dia 247. Na entrevista, Fernandes analisa os desdobramentos da chamada “cúpula do Alasca”, classificando o encontro como uma vitória decisiva não apenas para Vladimir Putin, mas também para o fortalecimento dos BRICS e das articulações do sul global.

      Um dos pontos mais simbólicos, segundo ele, foi a aparição do chanceler russo Serguei Lavrov com um moletom estampando a União Soviética, peça que se esgotou rapidamente no mercado local. “Quando Lavrov fez isso, ele estava falando para o sul global e principalmente para a África, onde a memória da União Soviética ainda é muito viva”, explicou Fernandes, ressaltando o peso político do gesto.

      Para o jornalista, a vitória russa se confirma na reação imediata da mídia ocidental, que demonstrou desconforto diante do prestígio concedido a Putin. “A mídia ocidental e os interesses que ela representa sentiram o golpe. O complexo industrial-militar sentiu o golpe”, disse. Ele também destacou a quebra de protocolos, como o fato de Donald Trump — atual presidente dos Estados Unidos — ter dado prioridade à fala de Putin, algo incomum em encontros desse porte.

      Ao avaliar a situação da Ucrânia, Fernandes lembrou análise do Wall Street Journal que aponta apenas dois cenários possíveis: reconhecer oficialmente a perda de Donetsk, Lugansk e Crimeia, ou retornar completamente à órbita de Moscou. “Não existe um cenário três, aquele que o Zelenski alimenta, de recuperar territórios. Perdeu, playboy”, afirmou o correspondente.

      Outro ponto central foi o papel dos BRICS na reinserção da Rússia na arena internacional. Fernandes citou uma fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em encontro com Putin: “Precisamos que você volte. Se você faz guerra, não faz política. Precisamos que volte à política”. Para ele, esse movimento representa um avanço estratégico não apenas para Moscou, mas para todo o bloco.

      A entrevista ainda abordou a relação da Rússia com Índia e China, a criação de alternativas financeiras ao FMI por meio do BRICS, e a necessidade de o Brasil ampliar sua presença internacional em meios de comunicação globais, como já fazem Rússia, China e Irã. Assista: 

       

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