Trump diz estar desapontado, mas não rompido com Putin
Presidente dos Estados Unidos afirma manter relação aberta com líder russo, anuncia envio de armas à Ucrânia e endossa apoio à Otan
247 – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou estar “desapontado, mas não rompido” com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, durante uma entrevista exclusiva por telefone concedida à BBC. A conversa, conduzida pelo correspondente-chefe na América do Norte, Gary O'Donoghue, foi publicada nesta terça-feira (15) pelo portal britânico e ocorreu no contexto de novas sanções contra Moscou e do primeiro aniversário da tentativa de assassinato contra Trump durante um comício na Pensilvânia.
Ao ser questionado sobre sua relação com Putin, Trump foi direto: “Eu confio em quase ninguém”. O presidente norte-americano anunciou o envio de armas para a Ucrânia e advertiu que, se um acordo de cessar-fogo não for alcançado em 50 dias, tarifas severas serão impostas contra a Rússia. “Estou desapontado com ele, mas não terminei com ele. Mas estou desapontado nele”, reforçou Trump, ao ser perguntado se considerava encerrada sua relação com o líder russo.
Pressão sobre Putin e crise na Ucrânia
Na entrevista, o presidente detalhou sua frustração com a postura russa ao longo do conflito. Trump afirmou que chegou a acreditar na possibilidade de um acordo com Putin em quatro ocasiões distintas. Entretanto, segundo ele, sempre que um entendimento parecia próximo, a situação se agravava. “Estamos trabalhando nisso, Gary”, disse Trump ao ser questionado sobre como pressionaria Putin para encerrar o conflito. E completou: “Teremos uma ótima conversa. Eu direi: ‘Está bom, acho que estamos perto de resolver’, e então ele derruba um prédio em Kiev”.
A BBC destacou que, nas últimas semanas, a Rússia intensificou ataques com drones e mísseis contra cidades ucranianas, resultando em recordes de vítimas civis.
Reaproximação com a Otan
A conversa também abordou a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que já foi alvo de duras críticas por parte de Trump, sendo classificada por ele como “obsoleta”. Desta vez, no entanto, o presidente norte-americano adotou um tom mais positivo em relação à aliança militar. “Acho que a Otan está se tornando o oposto disso”, declarou, referindo-se à percepção anterior de obsolescência. Trump elogiou o fato de os países membros estarem “pagando suas próprias contas” e reiterou sua crença no princípio de defesa coletiva, fundamental para que nações menores possam se proteger de ameaças maiores.
Após encontro com o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, na Casa Branca, Trump aproveitou para enfatizar sua influência entre líderes internacionais, mencionando que chefes de Estado de países como Alemanha, França e Espanha passaram a respeitá-lo mais após sua reeleição. “Eles veem muito talento em ser eleito duas vezes para a presidência”, afirmou. Quando questionado se alguns líderes exageravam em seus elogios, respondeu que via aquilo como uma tentativa de serem “apenas gentis”.
Relacionamento com o Reino Unido e visita a Londres
O presidente dos Estados Unidos também falou sobre a relação com o Reino Unido. “Acho que é um lugar maravilhoso — você sabe, eu tenho propriedades lá”, comentou. Sobre o Brexit, Trump avaliou que o processo foi conduzido de maneira “bagunçada”, mas ponderou: “Acho que agora está sendo consertado”.
Trump também teceu elogios ao primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, apesar das diferenças ideológicas. “Eu realmente gosto muito do primeiro-ministro, mesmo ele sendo um liberal”, declarou, destacando ainda seu apreço pelo acordo comercial entre Reino Unido e Estados Unidos.
O presidente confirmou que fará uma segunda visita de Estado ao Reino Unido em setembro deste ano, o que será um marco inédito. Sobre os objetivos da viagem, Trump foi objetivo: “Ter um bom momento e respeitar o rei Charles, porque ele é um grande cavalheiro”.
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