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      Rússia se prepara para testar novo míssil nuclear às vésperas de reunião entre Putin e Trump

      Imagens de satélite mostram intensa movimentação no Ártico antes de cúpula que discutirá a guerra na Ucrânia e controle de armas

      O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o presidente dos EUA, Donald Trump, participam de uma reunião à margem da cúpula do G20 em Osaka, Japão, em 28 de junho de 2019 (Foto: Sputnik/Mikhail Klimentyev/Kremlin via REUTERS/Foto de arquivo)
      José Reinaldo avatar
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      247 - A Rússia pode estar nos estágios finais de preparação para testar seu míssil de cruzeiro nuclear Burevestnik, de acordo com imagens de satélite analisadas por pesquisadores norte-americanos e uma fonte de segurança ocidental. A movimentação ocorre às vésperas do encontro entre o presidente russo, Vladimir Putin, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, marcado para esta sexta-feira (15), quando ambos devem discutir a guerra na Ucrânia e o futuro de acordos de controle de armamentos. As informações foram publicadas pela agência Reuters.

      Segundo Jeffrey Lewis, do Instituto Middlebury de Estudos Internacionais, e Decker Eveleth, da organização de pesquisa CNA, imagens da Planet Labs registradas nas últimas semanas indicam intensa atividade no campo de testes de Pankovo, no arquipélago de Novaya Zemlya, no Mar de Barents. O local apresenta aumento no número de equipamentos, pessoal, aeronaves e embarcações, todos compatíveis com operações anteriores do míssil conhecido pela OTAN como SSC-X-9 Skyfall. “Podemos ver toda a atividade no local de testes, que inclui tanto enormes quantidades de suprimentos chegando para dar suporte às operações quanto a movimentação no local onde eles realmente lançam o míssil”, disse Lewis.

      Histórico e importância estratégica

      O Burevestnik é um míssil de cruzeiro com propulsão nuclear que, segundo Putin, seria “invencível” para os sistemas atuais e futuros de defesa, possuindo alcance quase ilimitado e trajetória imprevisível. No entanto, dados da organização Nuclear Threat Initiative apontam que, dos 13 testes realizados, apenas dois tiveram sucesso parcial.

      Analistas destacam que o desenvolvimento do armamento ganhou relevância para Moscou desde que Trump anunciou, em janeiro, a criação do escudo antimísseis norte-americano Golden Dome. Especialistas ressaltam que não está claro se o Burevestnik é capaz de superar tais defesas ou se oferece novas vantagens militares, além de alertarem para o risco de contaminação radioativa ao longo de sua rota.

      Movimentação militar e logística

      Lewis e Eveleth identificaram que, desde o fim de julho, grandes carregamentos de contêineres e equipamentos têm chegado à região, junto com aeronaves especializadas em coleta de dados, posicionadas no aeroporto militar de Rogachevo. Imagens mostram dois jatos equipados com radares em forma de cúpula, além de ao menos cinco navios envolvidos em testes anteriores — um sexto, o cargueiro Teriberka, estaria a caminho.

      As autoridades norueguesas informaram à Reuters que o Mar de Barents é uma “área privilegiada” para testes de mísseis russos e que avisos à navegação emitidos recentemente indicam preparativos para atividades dessa natureza, embora não confirmem oficialmente o tipo de armamento a ser testado.

      Impacto político

      O teste poderia ter sido planejado antes do anúncio do encontro entre Putin e Trump, mas o presidente russo tem a opção de adiar a operação como gesto político, sinalizando abertura para negociações de paz na Ucrânia e retomada de conversas sobre controle de armas. O atual tratado New START, que limita arsenais nucleares estratégicos de ambos os países, expira em 5 de fevereiro do próximo ano.

      Para Lewis, a movimentação vista nas imagens indica que os preparativos estão a todo vapor. “Está tudo a pleno vapor”, resumiu o pesquisador.

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