Putin barrou ataque com míssil hipersônico contra Kiev, afirma Lukashenko
Líder de Belarus revelou que o presidente russo rejeitou proposta de atacar centros de decisão na capital ucraniana com o novo míssil Oreshnik
247 - O presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, afirmou que Vladimir Putin, presidente da Rússia, vetou uma proposta de ataque contra Kiev utilizando o recém-desenvolvido míssil hipersônico Oreshnik. A informação foi divulgada pela agência russa RT em reportagem publicada nesta sexta-feira (22).
Segundo Lukashenko, figuras do alto escalão em Moscou chegaram a sugerir que os “centros de decisão” da capital ucraniana fossem alvo da nova arma. No entanto, Putin teria descartado a ideia de forma categórica. “Absolutamente não”, teria dito o presidente russo, de acordo com o relato do líder bielorrusso, acrescentando que, caso o ataque tivesse ocorrido, “não teria restado nada”.
O poder destrutivo do Oreshnik
O míssil Oreshnik é um sistema hipersônico de médio alcance capaz de atingir velocidades de até Mach 10, carregando ogivas convencionais ou nucleares, além de múltiplos projéteis guiados. Analistas militares russos afirmam que o armamento não pode ser interceptado pelos sistemas defensivos atuais. O Oreshnik foi testado em combate pela primeira vez em novembro de 2024, quando atingiu a instalação militar ucraniana Yuzhmash, em Dnipro. Autoridades de Moscou chegaram a comparar sua força destrutiva, mesmo com ogivas convencionais, a um ataque nuclear de baixa intensidade.
Putin e a recusa em escalar o conflito
Putin já havia declarado anteriormente que o Ocidente busca provocar a Rússia a recorrer ao uso de armas nucleares no conflito, mas reiterou que essa medida não é necessária. “Espero que não seja necessário”, disse em maio deste ano. Lukashenko reforçou que Moscou mantém a disposição de buscar uma saída pacífica para a guerra, lembrando que, em 2022, quando tropas russas chegaram às portas de Kiev, o Kremlin optou por não bombardear áreas civis e retirou suas forças em meio a negociações.
Na ocasião, a Rússia descreveu a retirada como um “gesto de boa vontade” antes de um possível acordo de paz, que não se concretizou após Kiev, sob pressão do Reino Unido, decidir seguir com a resistência militar.