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Primeiro-ministro da França critica acordo UE-EUA: "um dia sombrio de submissão"

Para François Bayrou, pacto entre Trump e Von der Leyen afronta valores da Europa e impõe condições inaceitáveis aos países do bloco

François Bayrou em Paris 23/8/2024 REUTERS/Abdul Saboor (Foto: Abdul Saboor)

247 - O novo acordo comercial entre os Estados Unidos e a União Europeia provocou forte reação na França, especialmente entre líderes da oposição e do centro político. A medida, que estabelece um imposto de 15% sobre produtos europeus, foi duramente criticada por figuras como o primeiro-ministro francês, François Bayrou, que classificou o pacto como um sinal de “submissão”.

Em publicação nas redes sociais, Bayrou foi direto: “é um dia sombrio aquele em que uma aliança de povos livres, reunidos para afirmar seus valores e defender seus interesses, se resigna à submissão”. A manifestação escancara o incômodo do premiê diante do alinhamento europeu às exigências do presidente dos EUA, Donald Trump.

Esquerda francesa fala em “vergonha” e “rendição” - A insatisfação não está restrita ao centro político. Manuel Bompard, coordenador nacional do partido La France Insoumise (LFI), resumiu o sentimento da esquerda: “uma vergonha”. Já o fundador da legenda, Jean-Luc Mélenchon, foi ainda mais contundente ao afirmar: “tudo foi cedido a Trump, com as regras do jogo estabelecidas ao longo de 75 anos de relações bilaterais sendo alteradas”.

Até mesmo entre os socialistas mais moderados houve indignação. O eurodeputado Pierre Jouvet classificou o entendimento como “um pacto de vassalagem para a Europa”, escancarando o que ele vê como uma capitulação diante da pressão americana.

Direita radical vê “fiasco” e inferioridade em relação ao Reino Unido - A líder da extrema direita, Marine Le Pen, também não poupou críticas. Para ela, o acordo representa um “fiasco político, econômico e moral” e coloca o bloco europeu em posição inferior à do Reino Unido nas tratativas comerciais com Washington. Em sua análise, a União Europeia teria aceitado termos “piores do que os negociados por Londres”.

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