Plano de Israel para tomar Gaza com apoio tácito dos EUA provoca reação internacional
Comunidade global condena ação que viola o direito internacional e agrava crise humanitária
247 – O plano do governo de Israel para assumir o controle de Gaza gerou forte condenação internacional, especialmente de países europeus e árabes, diante de seu potencial para aprofundar a crise humanitária e comprometer os esforços de paz. A notícia foi divulgada pela agência Xinhua, que destacou que, apesar das críticas generalizadas, os Estados Unidos sinalizaram apoio tácito à medida, contrariando o apelo global por uma solução diplomática.
Apoio tácito de Washington
Na quinta-feira (7), o gabinete de segurança de Israel aprovou a proposta do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para que as Forças de Defesa de Israel assumam o controle de Gaza e áreas adjacentes. Segundo o comunicado oficial, o plano prevê a distribuição de ajuda humanitária a civis fora das zonas de combate.
Antes do anúncio, o presidente Donald Trump afirmou a jornalistas que estava focado em aumentar a ajuda a Gaza para combater a fome, mas evitou se opor à ocupação: "Quanto ao resto, realmente não posso dizer — isso vai ser praticamente uma decisão de Israel". O secretário de Estado Marco Rubio reforçou a posição, declarando que caberá a Israel decidir o que é necessário para sua segurança.
O embaixador dos EUA em Israel, Mike Huckabee, também reiterou que a decisão cabe exclusivamente ao governo israelense: "Não é nosso trabalho dizer o que eles devem ou não fazer. Se pedirem conselhos, tenho certeza de que o presidente os oferecerá, mas, no fim, é uma decisão apenas dos israelenses".
Condenação internacional
A decisão foi classificada pelo líder da oposição israelense Yair Lapid como "um desastre que levará a muitos outros desastres", alertando que a ação prolongará o conflito, colocará em risco reféns israelenses, provocará a morte de soldados e custará bilhões aos cofres públicos.
Na União Europeia, o presidente do Conselho Europeu Antonio Costa pediu a reversão imediata da medida, enquanto o primeiro-ministro britânico Keir Starmer afirmou que ela não contribuirá para encerrar o conflito nem para libertar reféns. França e Alemanha alertaram para a violação grave do direito internacional, sendo que Berlim suspendeu todas as exportações militares que possam ser usadas em Gaza. A Itália, por sua vez, enviou 100 toneladas de suprimentos humanitários para a Jordânia, destinados a lançamentos aéreos no enclave.
Países como Jordânia, Turquia, Kuwait e Egito acusaram Israel de aprofundar políticas expansionistas e genocidas, inviabilizar a solução de dois Estados e consolidar a ocupação ilegal de territórios palestinos. O secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Aboul Gheit, afirmou que o plano confirma a intenção de Israel de ocupar Gaza totalmente desde o início da guerra e de liquidar a causa palestina.
Impacto humanitário devastador
As autoridades de saúde de Gaza informaram que, desde outubro de 2023, ao menos 201 pessoas, incluindo 98 crianças, morreram de fome e desnutrição. Desde o início da intensificação dos ataques israelenses em 18 de março, 9.824 palestinos foram mortos e 40.318 ficaram feridos, elevando o total de vítimas desde o início da guerra para 61.330 mortos e 152.359 feridos.
A comunidade internacional teme que a execução do plano de Netanyahu intensifique ainda mais a tragédia humanitária e aprofunde a instabilidade política e de segurança em toda a região do Oriente Médio.
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