HOME > Mundo

Turquia pede ação unificada de países muçulmanos contra plano de Israel para Gaza

Ministro Hakan Fidan acusa Israel de políticas genocidas e expansionistas e convoca reunião de emergência da Organização de Cooperação Islâmica

Palestinos desesperados aguardam para receber comida em Khan Younis, na Faixa de Gaza, em meio aos ataques de Israel - 04/08/2025 (Foto: REUTERS/Hatem Khaled)

247 – O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Hakan Fidan, afirmou que as nações muçulmanas precisam agir de forma coordenada para mobilizar a oposição internacional contra o plano de Israel de assumir o controle da Cidade de Gaza. A declaração foi feita neste sábado (9), após conversas no Egito, e foi publicada pela agência Reuters.

Na sexta-feira (8), Egito e Turquia condenaram publicamente a iniciativa, que Ancara classificou como uma nova etapa das “políticas genocidas e expansionistas” de Israel. O governo turco pediu medidas concretas da comunidade internacional para impedir que o plano seja executado. Israel rejeita essas acusações e nega que suas ações tenham caráter genocida.

Em coletiva de imprensa conjunta em El Alamein, ao lado do chanceler egípcio Badr Abdelatty, Fidan informou que a Organização de Cooperação Islâmica (OCI) foi convocada para uma reunião de emergência. Ele declarou que a política israelense tem como objetivo forçar os palestinos a deixar suas terras por meio da fome e que a intenção é ocupar Gaza de forma permanente.

 “Não há desculpa justificável para que as nações continuem apoiando Israel”, disse o ministro turco.

O governo de Israel, por sua vez, nega manter uma política de privação de alimentos na Faixa de Gaza e afirma que o grupo palestino Hamas — responsável pelo ataque de outubro de 2023 que matou 1.200 pessoas — poderia encerrar a guerra caso se rendesse.

O chanceler egípcio também condenou a iniciativa israelense, alertando para seus impactos mais amplos.

 “O que está acontecendo hoje é um desenvolvimento muito perigoso... não apenas para o povo palestino ou para os países vizinhos”, afirmou Abdelatty, acrescentando que os planos de Israel são “inadmissíveis”.

As declarações refletem a crescente tensão diplomática em torno do conflito, com dois dos principais atores regionais buscando ampliar a pressão internacional sobre Israel, ao mesmo tempo em que defendem medidas conjuntas do mundo islâmico para conter a escalada.

Artigos Relacionados

Carregando anúncios...