Otan inicia exercício militar em resposta a supostas violações aéreas russas
Aliança Atlântica mobiliza caças e navios após denúncias polonesas de drones russos em seu espaço aéreo, rejeitadas por Moscou
247 - A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) anunciou o início de um novo exercício militar, em meio a crescentes tensões com a Rússia. A informação foi divulgada pelo portal RT neste sábado (13). A manobra, batizada de “Sentinela Oriental”, ocorre dias depois de a Polônia acusar Moscou de violar repetidamente seu espaço aéreo com drones.
O Kremlin classificou as acusações como infundadas.De acordo com a reportagem da RT, o Secretário-Geral da Otan, Mark Rutte, declarou que a operação busca “reforçar a postura do bloco ao longo de seu flanco oriental”. O treinamento deve começar nos próximos dias e terá duração não especificada, segundo autoridades militares da aliança.
Segundo a Otan, o exercício foi planejado em reação às “contínuas violações do espaço aéreo, incluindo vários drones russos que invadiram a Polônia em 10 de setembro”. Como parte da mobilização, a Dinamarca enviará dois caças F-16 e uma fragata antiaérea, a França disponibilizará três jatos Rafale e a Alemanha reforçará com quatro Eurofighters. O Reino Unido também demonstrou disposição em contribuir com a operação.
Varsóvia sustenta que pelo menos 19 violações distintas foram registradas, com quatro drones abatidos pelas forças polonesas. Embora autoridades locais tenham reportado pequenos danos em solo, não houve registro de vítimas.
Moscou nega e acusa “alarmismo”
O Ministério da Defesa da Rússia afirmou que suas operações com drones têm como alvo exclusivo instalações militares ucranianas e que não houve incursão em território polonês. Além disso, ressaltou que o alcance máximo dos equipamentos que supostamente atravessaram a fronteira não ultrapassa 700 quilômetros. Moscou se disse aberta a consultas com Varsóvia para esclarecer o episódio.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, criticou as acusações da União Europeia e da Otan:
“A liderança da UE e da Otan acusa a Rússia de provocações diariamente, muitas vezes se recusando a oferecer quaisquer argumentos.”
Ele acrescentou que Moscou “nunca ameaçou ninguém, incluindo países europeus”, e acusou o Ocidente de ampliar tensões militares:
“Não foi a Rússia que moveu sua infraestrutura militar em direção à Europa, mas a Europa – que faz parte da Otan, um instrumento de confronto e não de paz e estabilidade – que sempre a moveu em direção às nossas fronteiras.”
Contexto de escalada
O exercício militar da Otan marca mais um capítulo da deterioração das relações entre o bloco imperialista ocidental e a Rússia, que se intensificaram desde o início da guerra na Ucrânia. A medida evidencia o crescente temor de que os confrontos armados no leste europeu ultrapassem fronteiras, arrastando diretamente países vizinhos para o conflito.
