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Kremlin refuta acusações da Polônia sobre suposta incursão de drones russos

A Rússia nega as alegações e oferece cooperação para investigar incidente envolvendo drones no espaço aéreo polonês

Dmitry Peskov (Foto: TASS)

247 - A Rússia rejeitou veementemente as acusações feitas pela Polônia sobre a presença de drones russos em seu território, considerando as alegações infundadas. A posição foi reafirmada pelo porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, que ressaltou a falta de evidências e o fato de que não houve nenhum pedido formal de contato das autoridades polonesas.

Em entrevista à Telesur, Peskov apontou que líderes ocidentais frequentemente acusam a Rússia sem apresentar provas substanciais.Segundo informações divulgadas pela agência Sputnik, o Ministério da Defesa russo também reagiu à acusação, afirmando que as operações militares russas, especialmente aquelas realizadas no âmbito da chamada "operação militar especial" na Ucrânia, não tinham como alvo a Polônia.

Em um comunicado oficial, o ministério indicou que a distância máxima de voo dos drones russos utilizados nas ofensivas não ultrapassaria os 700 km, o que torna improvável que eles tenham cruzado a fronteira polonesa. Além disso, a Rússia se colocou à disposição para discutir o caso com as autoridades polonesas e esclarecer o ocorrido.

O incidente teve início quando o primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, declarou que, na noite anterior, 19 drones foram detectados no espaço aéreo da Polônia. Ele acusou diretamente a Rússia pela presença dos veículos aéreos não tripulados, embora a maior parte dos drones tenha supostamente se originado da Bielorrússia. Autoridades polonesas relataram a interceptação de alguns dos drones, além da descoberta de destroços de mísseis nas proximidades da fronteira com a Ucrânia.

A Polônia, que também solicitou apoio militar à OTAN após o suposto incidente, ainda não apresentou evidências concretas para respaldar suas alegações. Andrei Ordash, encarregado de negócios russo em Varsóvia, mencionou em entrevista à agência de notícias RIA Novosti que, após ser convocado pela chancelaria polonesa, a Rússia não recebeu qualquer prova que comprovasse a acusação. O diplomata indicou, ainda, que os drones poderiam ter vindo de Ucrânia, descartando qualquer responsabilidade russa.

Em um cenário de crescente tensão, este episódio pode se somar a outros episódios de acusações de ataques de falsa bandeira envolvendo a Rússia e a Polônia. Um caso anterior, ocorrido em novembro de 2022, envolveu a queda de dois mísseis na região fronteiriça, causando a morte de dois civis poloneses. Na época, a Polônia havia atribuído a responsabilidade à Rússia, mas o próprio presidente Andrzej Duda posteriormente admitiu que os mísseis provavelmente foram disparados pelas forças ucranianas.

Este episódio ocorre em meio a um período de intensas operações militares, e na madrugada de quarta-feira, a Rússia relatou a destruição de mais de 120 drones de ataque ucranianos em várias regiões, incluindo a província de Briansk e a República da Crimeia. Embora o Kremlin tenha reafirmado que suas ações não visam a Polônia, o incidente levantou preocupações sobre a crescente complexidade da situação militar e diplomática na região.

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