Netanyahu assassina mais 61 palestinos em seu genocídio
Mesmo após Trump anunciar suposto cessar-fogo em Gaza, ataques israelenses continuam e ONU denuncia mortes de crianças e civis
247 – Apesar do anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que Israel havia interrompido os bombardeios em Gaza e concordado com uma “linha inicial de retirada”, ao menos 61 palestinos foram mortos desde o amanhecer deste sábado (4), segundo informações da Al Jazeera, que continua cobrindo o conflito a partir da Jordânia devido à proibição de suas operações em Israel e na Cisjordânia ocupada.
Em publicação na rede Truth Social, Trump afirmou que Israel havia aceitado uma “linha de retirada inicial” e que o cessar-fogo seria “imediatamente efetivo” assim que o Hamas confirmasse os termos do acordo. “Quando o Hamas confirmar, o cessar-fogo será imediatamente efetivo, a troca de reféns e prisioneiros começará e criaremos as condições para a próxima fase de retirada”, escreveu.
O presidente norte-americano compartilhou ainda um mapa de Gaza com uma linha amarela atravessando o território, indicando que Israel manteria o controle sobre mais da metade da Faixa, contrariando a ideia de uma retirada ampla.
Herzog pressiona Netanyahu a adotar plano de Trump
O presidente israelense Isaac Herzog afirmou que o país vive “momentos históricos de oportunidade” e pediu a Benjamin Netanyahu que avance com o plano proposto por Trump. “Convoco o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e reforço sua determinação em continuar agindo por todos os meios para avançar rapidamente no plano apresentado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e trazer nossos entes queridos de volta para casa”, escreveu Herzog na rede X (antigo Twitter).
Herzog disse esperar que o momento abra “uma janela para o dia seguinte”, com a libertação dos reféns e uma transformação completa “da realidade em Gaza e em todo o Oriente Médio”.
“Esta é sua chance de vitória”, disse Trump a Netanyahu
Em entrevista à plataforma Axios, compartilhada pela Casa Branca, Trump revelou ter pressionado Netanyahu a aceitar seu plano de 20 pontos para Gaza. “Eu disse: ‘Bibi, esta é sua chance de vitória’. Ele concordou”, relatou o presidente. “Ele não tem escolha. Comigo, você tem que estar de acordo.”
Trump afirmou ainda que pretende “reabilitar a imagem de Israel”, manchada pelas denúncias internacionais de genocídio e pelos protestos que se multiplicam em várias partes do mundo. “Bibi levou isso longe demais e Israel perdeu muito apoio no mundo. Agora, vou recuperar todo esse apoio”, declarou.
Na Cisjordânia, pelo menos 19 palestinos foram presos no vilarejo de al-Zweidin, ao sul de Hebron, após um ataque de colonos israelenses, segundo a agência estatal Wafa. O chefe do conselho local, Saeed al-Taimat, informou que diversos detidos ficaram feridos, incluindo um jovem baleado no pé.
UNICEF denuncia mortes de crianças em Gaza
O porta-voz do UNICEF, James Elder, relatou à Al Jazeera as consequências devastadoras dos ataques israelenses. No Hospital Al-Aqsa, em Gaza, ele testemunhou crianças em estado crítico.
“Uma menina de 10 anos estava com ferimentos horríveis na cabeça, coberta de sangue”, contou Elder. “Ela foi atingida por um ataque aéreo às 10h da manhã, enquanto buscava água. Ao lado dela, um menino estava inconsciente, e os médicos não sabem se ele estará vivo amanhã.”
Elder ressaltou que os ataques ocorreram horas depois de Trump pedir publicamente a Israel que parasse os bombardeios, o que evidencia a continuidade da ofensiva israelense. “Os palestinos já viram promessas quebradas repetidas vezes. Eles mantêm a esperança, mas precisam ver mudanças concretas no chão — e isso significa, é claro, mudanças concretas vindas do céu”, concluiu.