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      Marine Le Pen diz que acordo entre UE e EUA é “fiasco econômico e moral”

      Líder da direita francesa critica acordo firmado por Ursula von der Leyen com o presidente Donald Trump e afirma que soberania da França foi sacrificada

      A líder de extrema direita francesa Marine Le Pen discursa em um comício em seu apoio, após apelos por uma mobilização pacífica após a condenação de Marine Le Pen por desvio de fundos da UE, o que resultou em sua proibição de concorrer a cargos públicos por cinco anos, em Paris, França, em 6 de abril de 2025 (Foto: REUTERS/Gonzalo Fuentes)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 – O novo pacto entre Bruxelas e Washington promete acirrar o debate político na Europa sobre os rumos da política comercial do bloco, especialmente em meio ao fortalecimento de vozes soberanistas e nacionalistas, como a de Le Pen, que se preparam para disputar a liderança nas eleições europeias de 2026.  na qual ela responsabiliza diretamente a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e denuncia o q ue considera uma capitulação europeia diante das exigências do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reeleito para seu segundo mandato em 2025.

      A declaração de Le Pen foi uma reação imediata à tentativa de Ursula von der Leyen de justificar os termos do pacto firmado com Washington. Segundo a agência Reuters, Von der Leyen defendeu o acordo como "o melhor que conseguimos" frente à ameaça de tarifas de até 30% sobre produtos europeus. Ainda de acordo com a presidente da Comissão, o tratado estabeleceu uma tarifa básica de 15% sobre a maioria das exportações europeias — incluindo automóveis, semicondutores e produtos farmacêuticos —, além da promessa de importação de 750 bilhões de dólares em gás natural liquefeito (GNL) e combustível nuclear dos EUA ao longo de três anos.

      Marine Le Pen, no entanto, condenou o resultado da negociação. "O acordo comercial concluído por Ursula von der Leyen com Donald Trump é um fiasco político, econômico e moral", escreveu ela. E detalhou os motivos de sua oposição em três frentes:

       Fiasco político: “A União Europeia, com seus 27 Estados membros, obteve condições piores do que o Reino Unido. As soberanias, em matéria comercial, não se somam: elas se diluem, ou, neste caso, se anulam sob o peso da burocracia de Bruxelas.”
       Fiasco econômico: “A Comissão aceitou cláusulas assimétricas que jamais a França, governada por um executivo patriota, teria aceitado. Centenas de bilhões de euros em gás e armamentos deverão ser importados todos os anos dos Estados Unidos. É uma capitulação em campo aberto para a indústria francesa e para nossa soberania energética e militar.”
       Fiasco moral: “Mais uma vez os agricultores franceses foram sacrificados no altar das indústrias alemãs, com cláusulas que nos obrigam a abrir ainda mais o mercado único às produções agrícolas americanas, em troca de uma redução de tarifas sobre as exportações de automóveis alemães.”

      Von der Leyen, por sua vez, minimizou as críticas e enfatizou que a prioridade era evitar tarifas ainda mais elevadas que poderiam ter sido impostas por Trump. “15% não deve ser subestimado, mas foi o melhor que conseguimos”, afirmou ela a jornalistas, destacando ainda que o acordo inclui tarifa zero para produtos estratégicos como aeronaves, peças aeroespaciais, alguns produtos químicos e medicamentos genéricos.

      A oposição francesa, no entanto, vê no acordo a continuidade de uma política de globalização que prejudica a soberania das nações europeias. “Essa globalização que nega e quebra as soberanias está superada há muitos anos. Já seria tempo de essa informação chegar aos ouvidos da Comissão Europeia”, alertou Le Pen. “E, enquanto isso não acontece, o mínimo seria reconhecer esse fracasso retumbante, ao invés de pedir aos franceses, que serão os primeiros a sofrer com ele, que se regozijem.”

      O novo pacto entre Bruxelas e Washington promete acirrar o debate político na Europa sobre os rumos da política comercial do bloco, especialmente em meio ao fortalecimento de vozes soberanistas e nacionalistas, como a de Le Pen, que se preparam para disputar a liderança nas eleições europeias de 2026. Confira sua postagem:

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