China e EUA realizarão negociações comerciais em Estocolmo

247 - A China e os Estados Unidos realizam a partir deste domingo (27) até a quarta-feira nova rodada de negociações comerciais na capital sueca, Estocolmo. A mídia estatal chinesa tem publicado comentários encorajando um diálogo aprofundado, ao mesmo tempo em que destaca o reconhecimento de Pequim da natureza complexa e de longo prazo das negociações.

Reportagem do Global Times assinala que especialistas enfatizaram que garantir que qualquer acordo concreto seja alcançado com base na igualdade e no benefício mútuo traria um novo impulso ao crescimento econômico de ambos os países e à ordem comercial global.

A nova rodada de negociações segue o consenso fundamental alcançado durante as consultas comerciais de Genebra e o estabelecimento da estrutura em Londres, marcando mais uma rodada de negociações comerciais presenciais entre a China e os EUA.

Em um comentário publicado no domingo sob o título "Zhong Sheng", o Diário do Povo observou que, apesar das reviravoltas nas relações comerciais bilaterais nos últimos anos, a China sempre assumiu uma postura construtiva, insistindo em resolver os problemas por meio do diálogo e da negociação em pé de igualdade. 

"Diante de novos atritos comerciais, a China manteve a porta para o diálogo aberta, ao mesmo tempo em que defendeu firmemente seus direitos e interesses legítimos", afirmou o comentário.

O objetivo da China continua sendo trabalhar com os EUA para alcançar soluções substantivas, afirmou, enfatizando que boa vontade não significa comprometer princípios fundamentais.

A Agência de Notícias Xinhua declarou: "Em um momento de crescentes incertezas e instabilidade globais, os esforços dos dois países para promover o diálogo em busca de consenso e buscar resultados mutuamente benéficos não apenas se alinham com seus interesses comuns, mas também respondem às expectativas da comunidade internacional."

"A China acolhe com satisfação um diálogo mais aprofundado, mas também está plenamente ciente da natureza complexa, desafiadora e de longo prazo de preencher as lacunas entre os dois países", enfatizou o comentário. Apesar dos desafios futuros, administrar as diferenças e buscar a cooperação por meio do diálogo continua sendo o único caminho viável a seguir, destacou.

As negociações de Estocolmo podem oferecer pistas sobre por quanto tempo essa distensão pode durar – e se os dois países podem reduzir ainda mais as tarifas restantes e abordar outras questões delicadas, como as restrições tecnológicas, enquanto trabalham em direção a um acordo duradouro, segundo uma reportagem da CNN no domingo.

O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, disse ao programa Kudlow, da FOX Business Network, na quinta-feira, que as relações comerciais entre os EUA e a China estão se estabilizando, permitindo que o governo Trump desvie parte de seu foco para questões econômicas mais amplas com Pequim. Ele acrescentou que "o comércio está em um bom momento" entre os dois países.

Os EUA continuam a aplicar tarifas unilaterais em escala global. Ao mesmo tempo, pressionam vários países, o que desencadeou forte oposição de muitos de seus parceiros comerciais, afirmou.

Os EUA enviarão cerca de 200 cartas a seus parceiros comerciais sobre tarifas comerciais nos próximos dias, disse o presidente dos EUA, Donald Trump, na sexta-feira, segundo a Xinhua. O governo americano ameaçou impor tarifas de importação a partir de 1º de agosto.