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      Lavrov diz que Rússia pode mostrar flexibilidade a propostas de Trump sobre a Ucrânia, mas Zelensky rejeita

      Chanceler russo afirmou que Moscou consideraria pontos sugeridos pelo presidente dos Estados Unidos, mas Kiev recusou todas as propostas

      Sergey Lavrov (Foto: Sergey Savostianov/TASS)
      Luis Mauro Filho avatar
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      247 - O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, afirmou em entrevista à rede norte-americana NBC News que Moscou aceitou considerar algumas propostas apresentadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para buscar uma solução ao conflito na Ucrânia. A declaração foi feita após o encontro entre Trump e o presidente russo, Vladimir Putin, realizado na semana passada no Alasca.

      Segundo Lavrov, Trump apresentou essas iniciativas também em reunião com o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, e seus apoiadores da Europa Ocidental, em Washington. “O presidente Trump sugeriu após Anchorage vários pontos que compartilhamos, e em alguns deles concordamos em mostrar alguma flexibilidade”, declarou o chanceler russo. No entanto, destacou que Zelensky recusou todas as propostas apresentadas, incluindo o compromisso de manter a Ucrânia fora da Otan e a abertura para discutir questões territoriais.

      Divergências sobre pontos centrais do acordo

      Lavrov explicou que, além de rejeitar a discussão territorial e a neutralidade da Ucrânia em relação à Otan, Zelensky também se opôs a revogar a legislação que restringe o uso da língua russa em território ucraniano. “Putin está pronto para se reunir com Zelensky quando houver uma pauta concreta para uma cúpula”, afirmou. Contudo, ressaltou que, no momento, “não há encontro planejado”.

      De acordo com Lavrov, Trump propôs que a próxima etapa das negociações de paz fosse um encontro direto entre os presidentes da Rússia e da Ucrânia, antes de um eventual diálogo trilateral. Em entrevista à Fox News, o líder norte-americano enfatizou que Zelensky “precisa mostrar alguma flexibilidade”.

      Resistência de Kiev e impasse diplomático

      Apesar dos esforços, Lavrov destacou que o governo ucraniano não demonstra disposição em construir uma paz duradoura. Ele citou declarações do assessor de Zelensky, Mikhail Podoliak, que defendeu a recuperação de territórios atualmente sob controle russo e reafirmou a intenção de Kiev em se integrar a alianças militares, mesmo que não seja a Otan.

      Para Moscou, tais posicionamentos entram em choque com os esforços conjuntos de Trump e Putin em busca de uma solução negociada. O chanceler reiterou que a Rússia defende um acordo que ataque as causas estruturais do conflito: neutralidade ucraniana, não adesão a blocos militares, desmilitarização, desnazificação e reconhecimento da nova realidade territorial.

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