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      Israel libera apenas 14% da ajuda humanitária necessária em Gaza, denunciam autoridades locais

      Governo do enclave afirma que comboios estão sendo saqueados com conivência de tropas israelenses e alerta para agravamento da crise de fome

      Pacotes de ajuda humanitária aguardam transferência para Gaza, no lado de Gaza da passagem de Kerem Shalom, na Faixa de Gaza, em 24 de julho de 2025 (Foto: REUTERS/Amir Cohen)
      Guilherme Paladino avatar
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      247 - As autoridades da Faixa de Gaza denunciaram nesta segunda-feira (4) que, apesar do anúncio israelense de retomada parcial da ajuda humanitária, apenas 674 caminhões com suprimentos conseguiram entrar no enclave entre os dias 27 de julho e 3 de agosto — o equivalente a apenas 14% do necessário para atender às necessidades mínimas da população local. A informação foi primeiramente noticiada pela agência russa Sputnik.

      De acordo com o comunicado divulgado pelo governo de Gaza, seriam necessários cerca de 600 caminhões de ajuda por dia, totalizando 4.800 no mesmo período, para suprir carências básicas em alimentos, medicamentos, combustível e produtos de higiene. No entanto, a entrada de suprimentos permanece drasticamente abaixo do mínimo, agravando ainda mais a crise humanitária.

       “Após o anúncio das forças de ocupação israelenses sobre a retomada da entrega de ajuda humanitária, 674 caminhões entraram em Gaza ao longo de oito dias, em vez dos 4.800 que seriam necessários para atender ao mínimo necessário da população”, afirma o comunicado.

      Ainda segundo as autoridades locais, parte significativa da ajuda tem sido alvo de saques durante a distribuição, com a suposta conivência de soldados israelenses, o que dificulta ainda mais o acesso dos civis aos itens essenciais.

      A denúncia ocorre dias após a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertar para o aumento expressivo das mortes relacionadas à desnutrição em Gaza. Segundo o diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus, mais de 10% da população sofre com formas agudas de desnutrição — índice que ultrapassa 20% entre gestantes e lactantes. A OMS atribui a piora da situação à suspensão da entrada de ajuda e às severas restrições de acesso ao território.

      Desde 26 de julho, Israel autorizou que países estrangeiros retomem os envios de ajuda humanitária, sob a coordenação da Fundação Humanitária de Gaza — entidade apoiada pelos Estados Unidos e que concentra os pontos de distribuição no sul da Faixa de Gaza. No entanto, relatos de organizações internacionais apontam que militares israelenses continuam atirando contra palestinos que aguardam nas filas para receber alimentos e suprimentos.

      As autoridades de Gaza acusam Tel Aviv de promover um colapso deliberado do sistema de distribuição, afirmando que Israel “semeia o caos” de forma sistemática para dificultar o atendimento humanitário.

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