ONU: recusa de Israel em garantir alimentos a Gaza pode configurar crimes de guerra e contra a humanidade
Confira alguns dados alarmantes sobre a crise humanitária
247 - O Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, afirmou nesta segunda-feira (4) que a recusa de Israel pode comete crime de guerra e crime contra a humanidade por assegurar entregas suficientes de alimentos à Faixa de Gaza, onde, segundo o Ministério da Saúde local, mais de 60 mil palestinos morreram vítimas dos ataques israelenses desde outubro de 2023.
"Israel continua a restringir severamente a entrada de assistência humanitária em Gaza, e a ajuda permitida está muito aquém do necessário... Negar civis o acesso a alimentos pode caracterizar um crime de guerra, além de potencial crime contra a humanidade", declarou Türk em comunicado.
Dados alarmantes sobre a crise humanitária
Autoridades de Gaza estimaram nesta segunda-feira que Israel permitiu a entrada de apenas 674 caminhões de ajuda em oito dias — volume que cobre apenas 14% das necessidades do território palestino.
Türk destacou que países terceiros devem evitar contribuir para violações do direito internacional em Gaza e usar toda sua influência para impedir tais ações.
"As imagens de pessoas passando fome em Gaza são comoventes e intoleráveis. Chegarmos a esse ponto é uma afronta à nossa humanidade coletiva. Isso reforça que a violência precisa cessar de uma vez por todas. Salvar vidas deve ser a prioridade de todos", enfatizou.
O comissário também cobrou acesso imediato do Comitê Internacional da Cruz Vermelha aos reféns em Gaza.
Crise de fome se agrava
Em 23 de julho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) relatou um aumento drástico em mortes por desnutrição em Gaza. Segundo o diretor-geral Tedros Adhanom Ghebreyesus:
- Mais de 10% da população sofre de desnutrição aguda;
- Mais de 20% das gestantes e lactantes examinadas apresentam formas graves de subnutrição.
Ele alertou que a crise alimentar piora devido à interrupção de ajuda e restrições de acesso.
Distribuição limitada e violência
Em 26 de julho, Israel permitiu que países estrangeiros retomassem envios de ajuda a Gaza, gerenciados pela Fundação Humanitária de Gaza (apoiada pelos EUA), cujos pontos de distribuição concentram-se no sul do território. No entanto, tropas israelenses frequentemente disparam contra palestinos que aguardam em filas por assistência (com Sputnik).
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