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      Índia rebate acusações dos EUA sobre compra de petróleo russo

      Ministro das Relações Exteriores afirma que importações atendem aos interesses globais e ajudam a estabilizar preços

      Subrahmanyam Jaishankar (Foto: MSC / Kuhlmann)
      Luis Mauro Filho avatar
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      247 - O ministro das Relações Exteriores da Índia, Subrahmanyam Jaishankar, afirmou que ninguém é “forçado” a adquirir petróleo ou derivados de seu país, em resposta às acusações dos Estados Unidos de que Nova Délhi estaria se beneficiando do comércio de petróleo russo. As declarações foram feitas durante um evento promovido pelo Economic Times em Nova Délhi e foram noticiadas pelo portal RT.

      Jaishankar rejeitou de forma categórica a narrativa de que as compras indianas contribuiriam indiretamente para o conflito na Ucrânia. “Se você tem um problema em comprar petróleo ou produtos refinados da Índia, não compre”, afirmou. “Ninguém o obriga a comprar. A Europa compra, os Estados Unidos compram, então, se não gosta, não compre”.

      Washington aumenta pressão

      As críticas vindas de Washington ganharam força após o conselheiro de comércio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Peter Navarro, acusar a Índia de lucrar com um “esquema de partilha de lucros do refino”, chegando a classificar o processo como “uma lavanderia para o Kremlin”. Antes disso, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, já havia dito que Nova Délhi estaria “lucrando” com a revenda de petróleo russo.

      O chanceler indiano defendeu que as importações cumprem um papel essencial no equilíbrio do mercado energético global. Segundo ele, as compras de petróleo russo “atendem tanto ao interesse indiano quanto ao interesse mundial, pois ajudam a estabilizar os preços”.

      Tarifas adicionais e tensões comerciais

      Além das críticas, o governo norte-americano tem aumentado a pressão por meio de medidas econômicas. No início de agosto, Trump anunciou um novo pacote de tarifas de 25% sobre importações vindas da Índia, que passa a vigorar em 27 de agosto, em represália à continuidade das compras de petróleo russo. Esse valor se soma a tarifas já impostas anteriormente, após o fracasso nas negociações comerciais entre os dois países.

      Apesar do endurecimento da postura de Washington, Jaishankar ressaltou que o diálogo diplomático não foi interrompido. Uma nova rodada de negociações estava agendada para 25 de agosto, mas acabou cancelada unilateralmente pelos EUA. “As negociações continuam no sentido de que ninguém disse que estão encerradas. As pessoas seguem conversando”, observou o ministro.


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