Índia critica pressão da União Europeia por importação de petróleo russo: “Segurança energética é prioridade”
Nova Délhi defende importação e refino de petróleo russo e critica “dois pesos e duas medidas” do bloco europeu
247 - A Índia criticou publicamente, nesta quarta-feira (23), a pressão exercida pela União Europeia contra suas importações de petróleo russo, afirmando que a segurança energética nacional está acima de pressões externas. A informação foi divulgada inicialmente pela agência Reuters, que relatou o impacto direto das sanções europeias sobre uma refinaria indiana.
Durante uma coletiva de imprensa, o secretário de Relações Exteriores da Índia, Vikram Misri, rechaçou as medidas adotadas pelo bloco europeu em seu 18º pacote de sanções contra Moscou. As restrições afetam diretamente uma refinaria que tem sido estratégica para Nova Délhi desde o início da guerra na Ucrânia.
Misri foi enfático ao dizer que “a segurança energética é a mais alta prioridade do governo da Índia” e que o país “fará o que for necessário” para garantir o abastecimento à sua população. Segundo ele, o contexto internacional precisa ser considerado de forma mais ampla, sem a aplicação de “padrões duplos”.
“É importante não ter dois pesos e duas medidas e ter uma percepção clara da situação global em relação ao mercado de energia, de onde vêm os fornecedores e para onde vão os recursos”, afirmou o chanceler indiano.
A fala do diplomata foi uma resposta à nova rodada de sanções de Bruxelas que mira, entre outros alvos, a exportação de combustíveis refinados a partir de petróleo russo por países que não fazem parte do bloco. De acordo com Reuters, dois navios cancelaram carregamentos que estavam programados para serem abastecidos na refinaria indiana sob sanção.
Misri também destacou que embora compreenda os desafios enfrentados pela Europa diante do conflito com a Rússia, outras regiões do mundo enfrentam “questões existenciais” e não podem ser ignoradas.
“Entendemos que há uma questão importante e séria de segurança para a Europa, mas o resto do mundo também existe. Também está lidando com questões existenciais, e é importante manter o equilíbrio e a perspectiva ao abordar esses assuntos”, declarou.
Desde o agravamento do conflito na Ucrânia, em fevereiro de 2022, a Rússia tornou-se o principal fornecedor de petróleo bruto da Índia, representando cerca de 40% das importações. Em contrapartida, a Índia passou a desempenhar um papel relevante como fornecedora de combustíveis refinados para a própria Europa, movimento que agora está na mira das sanções do bloco.
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