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Magda Chambriard anuncia retomada da produção nacional de fertilizantes pela Petrobras

Presidente da estatal projeta atender 35% do mercado com novas fábricas até 2028 e reduzir a dependência de importações no setor agrícola

Presidente da Petrobras, Magda Chambriard - 27/02/2025 (Foto: REUTERS/Aline Massuca)

247 – A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, anunciou nesta terça-feira (22) que a estatal voltará a produzir fertilizantes em grande escala no Brasil, com o objetivo de atender 35% da demanda nacional por ureia até 2028. A declaração foi feita durante a 5ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Fertilizantes (Confert), realizada na sede do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), e noticiada pela Agência Gov.

Atualmente, cerca de 85% dos fertilizantes nitrogenados utilizados pela agricultura brasileira são importados. Segundo Chambriard, essa dependência será significativamente reduzida com a entrada em operação de quatro unidades da Petrobras localizadas no Paraná (Araucária), Bahia e Espírito Santo (Fafen) e Mato Grosso do Sul (UFN-III, em Três Lagoas).

 “O agro e o setor de petróleo estão se fundindo cada vez mais. E o fertilizante é uma excelente oportunidade para a gente ampliar o nosso mercado de gás”, afirmou Magda Chambriard.

A retomada da produção de fertilizantes integra o plano de investimentos da Petrobras para o período de 2025 a 2029, com um aporte previsto de R$ 900 milhões. Além de contribuir para a segurança alimentar, os projetos devem gerar entre 13 mil e 15 mil empregos diretos e indiretos, impulsionando o desenvolvimento industrial e regional.

A presidente da Petrobras também destacou parcerias com a Embrapa para desenvolver fertilizantes de alta eficiência, com foco na produção de ureia, amônia e arla, utilizando tecnologias mais limpas e modernas.

Alckmin reforça importância dos fertilizantes para o agro

Durante a reunião do Confert, presidida pelo vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, a questão da autossuficiência em fertilizantes foi apontada como estratégica para o futuro do agronegócio brasileiro.

 “O Brasil é grande produtor e exportador de proteína animal e vegetal. Neste ano, teremos uma safra recorde, 10% maior. E a demanda por fertilizantes é crescente”, declarou Alckmin.

Bioinsumos ganham espaço na política nacional

A reunião também aprovou a inclusão de 16 novos projetos à Carteira de Projetos Estratégicos do Confert. Entre eles, 14 são da Embrapa — 11 voltados ao desenvolvimento de biofertilizantes, bioestimulantes e bioinoculadores, como o uso de bactérias promotoras de crescimento vegetal para espécies florestais.

Outro destaque foi o projeto da Prumo Logística, que propõe a criação de um Hub de Hidrogênio de Baixo Carbono no Porto do Açu, no Rio de Janeiro, com a produção integrada de hidrogênio verde e seus derivados, como metanol e amônia.

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) também apresentou iniciativa para regulamentar a Lei de Bioinsumos, sancionada em dezembro de 2024. A norma estabelece diretrizes para produção, fiscalização, comercialização e uso de bioinsumos no país, incluindo produção própria por agricultores e incentivo à pesquisa.

Com essa agenda de reindustrialização e fortalecimento da cadeia de insumos agrícolas, o Brasil avança rumo à soberania produtiva, aliando a expertise da Petrobras, a inovação da Embrapa e o apoio do governo federal para consolidar um novo ciclo de desenvolvimento agrícola sustentável.

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