Governo alemão saúda acordo comercial entre EUA e UE, mas diz que detalhes ainda precisam ser definidos

247 - O governo da Alemanha declarou apoio ao acordo comercial fechado entre a União Europeia e os Estados Unidos, mas ressaltou que ainda há pontos a serem ajustados. A afirmação foi feita nesta segunda-feira (28) pelo vice-porta-voz do governo federal, Sebastian Hille.

Em 27 de julho, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chegaram a um entendimento segundo o qual praticamente todas as exportações da UE para os EUA passarão a ser taxadas com uma tarifa de 15%.

"Em essência, saudamos o acordo alcançado ontem... Agora, a tarefa é trabalhar nos detalhes", afirmou Hille durante coletiva de imprensa, de acordo com a Sputnik. 

Segundo ele, tanto a Alemanha quanto a Europa têm o objetivo de reduzir sua dependência em relação ao fornecimento de energia pela Rússia.

"Esse acordo entre a UE e os EUA deve ser entendido nesse contexto. Apoiamo a eliminação gradual das importações de energia da Rússia, e a UE continuará diversificando suas fontes de fornecimento. Nesse sentido, o comércio com os Estados Unidos contribuirá para a segurança energética da Europa. Isso faz parte do acordo firmado ontem entre a Comissão Europeia e o presidente dos EUA", acrescentou o porta-voz.

A ministra da Economia da Alemanha, Katherine Reiche, também se manifestou sobre o acordo e reconheceu que a tarifa de 15% imposta às importações da UE pelos EUA representa um desafio para o bloco, embora traga certa previsibilidade diante do atual cenário internacional.

"É claro que o acordo sobre tarifas básicas de 15% será um desafio para nós", disse Reiche durante visita ao polo da indústria química de Leuna, na Alemanha.

No último dia 12 de julho, Donald Trump já havia anunciado que os EUA aplicariam tarifas de 30% sobre produtos vindos da UE a partir de 1º de agosto, mantendo em vigor tarifas setoriais já existentes. Em carta enviada à presidente da Comissão Europeia, o presidente dos EUA indicou que poderá acrescentar esse novo percentual aos 30% anteriores caso a União Europeia decida elevar suas próprias tarifas sobre produtos americanos.

Von der Leyen afirmou que o bloco europeu continuará negociando com os Estados Unidos, mas destacou que a UE está pronta para adotar contramedidas já a partir de 1º de agosto, caso as conversas fracassem. (Com informações da Sputnik).