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      Acordo entre EUA e UE é alvo de críticas de autoridades europeias: “submissão”

      Políticos, empresários e ambientalistas reagem negativamente ao acordo anunciado no último domingo

      Bandeiras dos EUA e da União Europeia (Foto: Reuters/Dado Ruvic/Illustration)
      Otávio Rosso avatar
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      247 - O acordo comercial firmado no domingo (27) entre os Estados Unidos e a União Europeia provocou uma onda de críticas por parte de autoridades, partidos políticos e representantes da indústria em vários países do bloco. As informações são do jornal O Globo.

      Entre os principais opositores está o primeiro-ministro da França, François Bayrou, que usou as redes sociais para expressar seu descontentamento. “O acordo von der Leyen-Trump: é um dia sombrio quando uma aliança de povos livres, que se uniram para afirmar seus valores e defender seus interesses, se resigna à submissão”, escreveu no X (antigo Twitter).

      O pacto, assinado entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, estabelece uma tarifa de 15% sobre a maioria das exportações europeias — uma redução em relação aos 30% inicialmente ameaçados, mas ainda considerada prejudicial por parte do bloco. Em troca, a União Europeia se compromete a adquirir centenas de bilhões de dólares em produtos energéticos e armamentos dos EUA.

      Líderes da extrema-direita também condenaram o acordo. Alice Weidel, co-líder do partido Alternativa para a Alemanha (AfD), de extrema-direita, criticou duramente o resultado das negociações: “Não é um tratado, mas um tapa na cara dos consumidores e produtores europeus!”, escreveu.

      Reação da indústria - A Federação das Indústrias Alemãs classificou o pacto como um “compromisso inadequado” e alertou que ele prejudicará o setor exportador do país. Por outro lado, a indústria automobilística viu com bons olhos a redução da tarifa sobre carros europeus exportados para os EUA — de 27,5% para 15%. A Associação dos Fabricantes Europeus de Automóveis (Acea) celebrou a medida, mas pediu mais clareza sobre os termos do acordo.

      “Para o futuro, a UE e os EUA devem focar na redução dos obstáculos ao comércio automotivo transatlântico vital, abrindo caminho para laços econômicos mais fortes e prosperidade compartilhada”, afirmou Sigrid de Vries, diretora-geral da Acea.

      Na mesma linha, a Câmara de Comércio Americana na União Europeia (AmChamEU) elogiou o avanço, mas apontou que a nova tarifa ainda “representa um aumento significativo no custo do comércio”. A entidade defendeu a ampliação da lista de produtos com isenção tarifária total.

      Impacto ambiental - A reação negativa também veio de políticos ligados ao meio ambiente. Para o eurodeputado alemão Michael Bloss, do Partido Verde, o acordo representa um retrocesso nos compromissos climáticos europeus. “Estamos nos lançando deliberadamente em uma nova dependência fóssil — desta vez, não da Rússia, mas dos EUA”, criticou.

      A presidente da Comissão do Mercado Interno no Parlamento Europeu, Anna Cavazzini, também dos Verdes, alertou para os riscos de contratos de longo prazo de importação de gás natural liquefeito (GNL), altamente poluente. “Isso comprometerá as metas climáticas europeias”, afirmou.

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