Europa acelera plano para envio de tropas à Ucrânia com apoio de Trump
Líderes europeus discutem garantias de segurança e presença militar multinacional, enquanto Kremlin rejeita proposta
247 - Líderes europeus estão em ritmo acelerado para aproveitar o apoio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a um plano que prevê o envio de tropas europeias à Ucrânia como parte de um possível acordo de paz. A movimentação ocorre após uma cúpula na Casa Branca que consolidou um compromisso norte-americano mais firme em oferecer garantias de segurança a Kiev.
Segundo fontes da Bloomberg, próximas às negociações, o encontro de líderes europeus nesta semana concentrou-se em uma proposta inicial de enviar militares britânicos e franceses para a Ucrânia. A ideia seria estruturar uma força multinacional, com participação de até dez países, para reforçar a posição ucraniana em eventual reunião entre Vladimir Putin e Volodymyr Zelenskiy.
Trump descarta tropas dos EUA, mas promete apoio
Em entrevista à Fox News, Donald Trump afirmou: “Quando se trata de segurança, eles estão dispostos a colocar pessoas no terreno. Nós estamos dispostos a ajudá-los com outras coisas, especialmente pelo ar, porque ninguém tem o que nós temos. Mas não acho que será um problema
Apesar de descartar o envio de soldados norte-americanos, Trump tem dado sinal verde para que Washington colabore com inteligência, vigilância de fronteiras, fornecimento de armamentos e possivelmente sistemas de defesa aérea. A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, destacou que o presidente entende que as garantias de segurança são “criticamente importantes para assegurar uma paz duradoura”.
Europa busca garantias rápidas
O presidente do Conselho Europeu, António Costa, afirmou em Lisboa que os termos das garantias devem ser definidos “nos próximos dias, de preferência ainda esta semana”. Paralelamente, chefes militares europeus e representantes da OTAN devem se reunir com autoridades norte-americanas para detalhar um pacote de “garantias robustas de segurança” e preparar a eventual implantação de uma força multinacional caso as hostilidades cessem.
O plano em elaboração prevê uma primeira fase de reforço e treinamento das forças ucranianas, seguida pela instalação de tropas europeias em território ucraniano, porém afastadas da linha de frente. Reino Unido e França já estariam dispostos a enviar centenas de militares.
Resistência do Kremlin e ceticismo europeu
Apesar da pressão ocidental, o Kremlin rejeita categoricamente a presença de soldados da OTAN na Ucrânia. Moscou insiste em que Kiev deve ceder territórios no leste do país, condição que segue sendo um dos maiores obstáculos para qualquer negociação de paz.
Embora líderes europeus tenham celebrado o resultado da reunião na Casa Branca, há ceticismo quanto à real viabilidade de um acordo. Setores do continente questionam se as garantias de segurança seriam suficientes para conter Vladimir Putin.
A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, que defende um modelo de garantias semelhante ao da OTAN sem necessariamente integrar Kiev à aliança, reforçou em Washington que essa é uma das propostas em análise.