EUA voltam a pressionar Hamas após retomada de controle em Gaza
Comando Central das Forças Armadas dos Estados Unidos pede que o movimento palestino entregue suas armas "sem demora"
247 - O Comando Central das Forças Armadas dos Estados Unidos (Centcom) pediu nesta quarta-feira (15) que o Hamas cesse a alegada violência contra civis e entregue suas armas “sem demora”, após acusações de o grupo militante retomar o controle das ruas de Gaza e executar pessoas acusadas de colaborar com Israel.
Segundo uma fonte de segurança palestina ouvida pela Reuters, o Hamas matou mais de 30 pessoas em Gaza sob a justificativa de combater o crime e restaurar a ordem, à medida que milhares de palestinos retornam ao norte devastado do enclave.
“Instamos fortemente o Hamas que suspenda imediatamente a violência e os disparos contra civis palestinos inocentes em Gaza”, afirmou o comandante Brad Cooper, chefe do Centcom, em comunicado oficial.
Apelo de Washington e sinal verde temporário
O pronunciamento do Pentágono vem após o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmar que o Hamas teria recebido um “sinal verde temporário” para patrulhar Gaza e eliminar grupos criminosos.
Na terça-feira (14), em entrevista, Trump disse que o movimento palestino “irá se desarmar porque disse que iria” — e acrescentou:
“E se não o fizerem, nós os desarmaremos.”
Durante a mesma fala, o presidente comentou que o Hamas havia eliminado “vários membros de gangues”, acrescentando que isso “não o incomodava”, segundo a Reuters.
Plano de Trump para Gaza
O plano norte-americano para o pós-guerra em Gaza prevê a retirada completa do Hamas do poder e a formação de uma administração civil palestina supervisionada por uma missão internacional de estabilização, com o envio de observadores e policiais treinados por forças estrangeiras.
Segundo o Pentágono, até 200 militares americanos poderão atuar em Israel, mas não dentro da Faixa de Gaza, para apoiar a coordenação logística e de segurança da operação.
Cooper reiterou que o Hamas deve “aderir estritamente” ao plano proposto pela Casa Branca e cooperar com os mediadores regionais — entre eles, Egito, Catar e Turquia — para “proteger civis inocentes e consolidar a paz”.
Nova administração em Gaza
Enquanto o Hamas enfrenta pressão internacional pelo desarmamento, o governo do Egito anunciou na terça-feira (14) a formação de um comitê de 15 tecnocratas palestinos para administrar Gaza.
O chanceler egípcio, Badr Abdelatty, afirmou que os nomes foram escolhidos “com a aprovação de Israel, do próprio Hamas e de outras facções palestinas”, conforme divulgado pela emissora Al Jazeera.
O movimento islâmico, no entanto, não terá papel direto na nova administração e seus líderes continuam resistindo aos chamados de desarmamento, segundo fontes regionais.


