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Breno Altman pede 'CPI para apurar lobby sionista no Brasil'

De acordo com o jornalista, é necessário investigar 'as nebulosas fontes de financiamento e o suborno de autoridades' a favor do sionismo

Jornalista Breno Altman, primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu (círculo), Confederação Israelita do Brasil e a Faixa de Gaza (Foto: Felipe L. Gonçalves / Brasil247 | Reuters I Reprodução)

247 - O jornalista Breno Altman defendeu nesta quarta-feira (15) que o Congresso Nacional instale uma Comissão Parlamentar de Inquérito com o objetivo de apurar “o lobby sionista no Brasil”.

“Vamos ver se há coragem, ao menos entre parlamentares de esquerda, para fazer o que deve ser feito: uma CPI sobre o lobby sionista no Brasil. Precisam ser apurados a submissão de suas entidades ao Estado de Israel, as nebulosas fontes de financiamento, o suborno de autoridades”, escreveu Altman na rede social X.

A indignação do jornalista não ocorre à toa. Uma campanha, revelada pelo portal Opera Mundi, reúne assinaturas em solidariedade a Breno Altman.

O abaixo-assinado questiona a acusação feita pelo Ministério Público Federal (MPF) contra o jornalista por causa de suas críticas ao genocídio em Gaza. O MPF atendeu a um pedido feito pela Confederação Israelita do Brasil (Conib). A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) se solidarizou com Altman.

Estatísticas

Denunciado na Corte Internacional de Justiça (CIJ) pelo crime de genocídio, Israel deixou mais de 68 mil palestinos mortos na Faixa de Gaza desde outubro de 2023. Em 22 de agosto de 2025, a ONU disse que mais de meio milhão de pessoas estão passando fome no território, segundo a análise da Classificação Integrada de Segurança Alimentar. Pela primeira vez a fome foi declarada no Oriente Médio.

Há indicações iniciais de que países, incluindo Estados Unidos, Canadá, Estados árabes e europeus, sobre a hipótese de contribuir para o custo de US$ 70 bilhões da reconstrução de Gaza, disse Jaco Cilliers, representante do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) nesta terça-feira (14).

Cessar-fogo

Para viabilizar o cessar-fogo na Faixa de Gaza, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, junto a representantes do Egito, do Catar e da Turquia, assinou um acordo na última segunda-feira (13). No mesmo dia, foram liberados 250 palestinos condenados a penas longas ou prisão perpétua, além de 1.700 detidos sem acusação formal, conforme autoridades israelenses. Do total, 154 foram enviados ao Egito, segundo a Sociedade de Prisioneiros Palestinos.

O entendimento estabelece que Israel fará uma retirada parcial de suas forças militares da Faixa de Gaza. Em troca, haverá a liberação de detidos por ambos os lados: o Hamas deve soltar todos os israelenses mantidos em cativeiro desde outubro de 2023, enquanto Israel se comprometeu a libertar cerca de 2 mil palestinos, entre eles mulheres, crianças e pessoas presas há muitos anos.

O acordo também prevê a abertura de corredores humanitários para a entrada de alimentos, remédios e combustível em Gaza. A supervisão das medidas será feita por uma coalizão internacional formada por Estados Unidos, Egito, Catar, Turquia e pela Organização das Nações Unidas (ONU), responsável por acompanhar a execução do que foi estabelecido.

Denúncias contra Israel

Em dezembro de 2023, a África do Sul apresentou uma ação contra Israel na Corte Internacional de Justiça (CIJ), acusando o país de cometer atos de genocídio contra a população palestina na Faixa de Gaza. O pedido incluía a adoção de medidas urgentes contra autoridades israelenses.

De acordo com a petição sul-africana, os ataques militares e a falta de ações de Israel para proteger civis violariam a Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio. Israel contestou as acusações, afirmando que suas operações têm caráter defensivo frente a ações de grupos armados. O governo brasileiro manifestou apoio formal à iniciativa da África do Sul.

Em janeiro de 2024, a CIJ determinou que Israel adotasse providências para impedir o genocídio, punisse responsáveis por incitação à destruição do povo palestino e garantisse o envio de ajuda humanitária a Gaza. A corte, no entanto, não aceitou o pedido de suspensão imediata das operações militares. O processo recebeu o apoio de diversos países, incluindo o Brasil.

Em novembro de 2024, a CIJ expediu ordens de prisão contra o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, o então ministro da Defesa Yoav Gallant e dirigentes do Hamas, sob acusação de crimes de guerra. Tanto Israel quanto o Hamas rejeitaram as acusações.

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