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EUA querem participação acionária na Intel em troca de subsídios concedidos no governo Biden

Administração Trump negocia conversão de US$ 7,9 bilhões em subsídios em fatia de 10% da fabricante de chips

Logo da Intel entre duas placas de informática - 06/03/2023 (Foto: REUTERS/Dado Ruvic/Ilustração)

247 - O governo dos Estados Unidos avalia transformar parte dos subsídios concedidos à Intel durante a gestão do ex-presidente Joe Biden em participação acionária. A informação foi divulgada pela agência Reuters nesta terça-feira (19), citando declarações do secretário de Comércio, Howard Lutnick, e do secretário do Tesouro, Scott Bessent.

Segundo a reportagem, Washington negocia obter 10% das ações da Intel em troca de US$ 7,9 bilhões liberados no âmbito da Lei CHIPS e Ciência de 2022. Essa política marcou uma mudança em relação ao modelo anterior: durante o governo Biden, os recursos foram concedidos às empresas sem exigência de contrapartida.

Declarações oficiais

Em entrevista à CNBC, Lutnick afirmou: “Nós devemos receber participação acionária pelo nosso dinheiro. Vamos obter equity em troca disso, em vez de apenas distribuir subsídios”. Ele destacou ainda que a participação seria sem direito a voto, evitando ingerência direta na administração da empresa.

A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, confirmou as tratativas: “O presidente quer colocar as necessidades da América em primeiro lugar, tanto do ponto de vista econômico quanto de segurança nacional. É uma ideia criativa que nunca foi feita antes”.

Já o secretário do Tesouro, Scott Bessent, disse que o objetivo seria ajudar a estabilizar a Intel, que em 2024 registrou prejuízo de US$ 18,8 bilhões, o primeiro desde 1986.

Críticas ao modelo Biden

Lutnick comparou a política atual com a anterior: “A administração Biden literalmente estava dando dinheiro de graça para Intel, TSMC e outras empresas. Donald Trump transformou isso dizendo: ‘Se vamos dar o dinheiro, queremos participação para o contribuinte americano’”.

A Bloomberg já havia noticiado que o governo buscava converter os subsídios em fatia acionária, embora o Congresso não tenha exigido tal contrapartida ao aprovar o programa em 2022.

Contexto do setor

As negociações acontecem após o grupo japonês SoftBank investir US$ 2 bilhões na Intel, que perdeu espaço no mercado de semicondutores devido a falhas de gestão. Além disso, a administração Trump vem ampliando iniciativas semelhantes em outros setores estratégicos. Entre elas, negociações com a Nvidia e a AMD e um acordo que tornou o Departamento de Defesa o maior acionista da MP Materials, para expandir a produção de ímãs de terras raras.

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