247 – A Nvidia anunciou que pretende investir até US$ 100 bilhões na OpenAI, além de fornecer chips avançados para data centers da empresa responsável pelo ChatGPT. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (22) pela Reuters, que destaca o peso estratégico da aliança entre duas das companhias mais influentes na corrida global da inteligência artificial.
O acordo prevê duas etapas: a Nvidia passará a deter ações sem direito a voto na OpenAI, enquanto a startup de Sam Altman utilizará o capital recebido para adquirir superchips da fabricante norte-americana. Segundo fontes próximas à negociação, a primeira injeção será de US$ 10 bilhões, com entregas de hardware previstas para começar em 2026, na plataforma batizada de Vera Rubin.
<h2>“Tudo começa com computação”, diz Altman</h2>
O CEO da OpenAI, Sam Altman, ressaltou a centralidade do poder computacional para o avanço da IA.
<blockquote>&nbsp;“Tudo começa com computação. A infraestrutura de computação será a base da economia do futuro, e vamos utilizar o que estamos construindo com a Nvidia para criar novas descobertas em inteligência artificial e levar esses avanços a pessoas e empresas em escala”, declarou.</blockquote>
As empresas assinaram uma carta de intenções para instalar pelo menos 10 gigawatts de sistemas Nvidia nos data centers da OpenAI — capacidade energética suficiente para atender mais de 8 milhões de residências nos Estados Unidos.
<h2>Impactos no mercado e no setor</h2>
O anúncio levou as ações da Nvidia a subirem até 4,4% em um único pregão, alcançando máxima histórica. Já a Oracle, parceira da OpenAI, também se beneficiou, com valorização de cerca de 6%, em meio à expectativa pelo avanço do projeto Stargate, iniciativa global de US$ 500 bilhões para erguer megacentros de dados de IA, que também envolve Microsoft e SoftBank.
Embora a notícia tenha sido bem recebida por investidores, analistas apontam riscos de um “ciclo circular”, já que parte dos recursos aportados pela Nvidia retornaria para a própria empresa na forma de compras de chips. “Isso ajuda a OpenAI a entregar metas ambiciosas de infraestrutura, mas reforça preocupações sobre dependência e concentração”, avaliou Stacy Rasgon, analista da Bernstein.
<h2>Olho das autoridades regulatórias</h2>
A dimensão do negócio pode atrair atenção das autoridades antitruste. O Departamento de Justiça e a Comissão Federal de Comércio já haviam sinalizado, em 2024, disposição para investigar os papéis de Microsoft, OpenAI e Nvidia no ecossistema de IA. No entanto, especialistas avaliam que o governo do presidente Donald Trump tem adotado uma postura mais pró-mercado e menos rigorosa em relação a barreiras concorrenciais.
O advogado antitruste Andre Barlow destacou que a aliança pode consolidar a liderança da Nvidia em chips de IA e dificultar a escalada de concorrentes como AMD ou de novos desenvolvedores de modelos de linguagem. “O acordo pode mudar os incentivos econômicos e reforçar um quase monopólio de hardware”, afirmou.
<h2>Estratégias paralelas da OpenAI</h2>
Apesar da parceria, a OpenAI mantém planos para desenvolver seus próprios chips, em cooperação com Broadcom e TSMC, como alternativa mais barata à dependência da Nvidia. A empresa também trabalha em conjunto com a Microsoft em sua reestruturação societária, em direção a um modelo com fins lucrativos.
Com a operação, a OpenAI, avaliada em cerca de US$ 500 bilhões, ganha fôlego financeiro para sustentar sua posição de liderança em um mercado cada vez mais competitivo, enquanto a Nvidia assegura a expansão de sua dominância no fornecimento de infraestrutura essencial para a era da inteligência artificial.

Redação Brasil 247

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Economia

Nvidia vai investir até US$ 100 bilhões na OpenAI e reforçar corrida global da inteligência artificial

247 - A Nvidia anunciou nesta segunda-feira (22), em reportagem publicada pela Bloomberg, que investirá até US$ 100 bilhões na OpenAI para financiar a construção de centros de dados e infraestrutura voltada à inteligência artificial. O acordo, firmado por meio de uma carta de intenções, reforça a demanda crescente por ferramentas como o ChatGPT e o imenso poder computacional necessário para sustentar sua operação.
Segundo a Bloomberg, o plano prevê a instalação de centros de dados com capacidade mínima de 10 gigawatts de energia, equipados com chips avançados da Nvidia. O aporte será feito em etapas: a primeira tranche, de US$ 10 bilhões, será liberada na assinatura do contrato. Em troca, a fabricante receberá participação acionária na OpenAI. Cada incremento seguinte dependerá da ativação de 1 GW adicional de capacidade computacional.
<h3>Impacto imediato no mercado</h3>
O anúncio repercutiu no mercado financeiro, com as ações da Nvidia subindo 3,9% em Nova York, ampliando a valorização da companhia para 37% em 2025. A fabricante já ocupa o posto de empresa mais valiosa do mundo, enquanto a OpenAI é considerada a maior startup de tecnologia do planeta, avaliada em cerca de US$ 500 bilhões após negociações recentes.
O presidente-executivo da Nvidia, Jensen Huang, classificou o acordo como “o próximo salto adiante”. Em comunicado, ele afirmou: “Este investimento e parceria de infraestrutura marcam o próximo passo — implantar 10 gigawatts para alimentar a próxima era da inteligência”.
<h3>Escala sem precedentes</h3>
A dimensão do projeto chama atenção: 10 GW equivalem ao pico de demanda elétrica da cidade de Nova York. De acordo com Huang, a iniciativa exigirá até 5 milhões de chips da Nvidia, número equivalente a toda a produção anual da empresa.
Sam Altman, CEO da OpenAI, ressaltou que a parceria garantirá avanços na área: “Tudo começa com o poder de computação. A infraestrutura computacional será a base da economia do futuro”, declarou.
O ChatGPT, produto mais conhecido da startup, é utilizado semanalmente por cerca de 700 milhões de pessoas e exige grande capacidade de processamento para funcionar. A OpenAI tem enfrentado gargalos de infraestrutura para atender à demanda em lançamentos recentes, e Altman já antecipou novos produtos de alto consumo computacional nas próximas semanas.
<h3>Alinhamento estratégico e política</h3>
A Nvidia tem se posicionado como peça-chave da infraestrutura tecnológica doméstica, alinhando-se à prioridade do governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Recentemente, a companhia também anunciou investimentos de até US$ 5 bilhões na Intel, fortalecendo laços com Washington em meio a restrições de exportação para a China.
O acordo reforça ainda a dependência da OpenAI em relação à Nvidia, ao mesmo tempo em que a startup busca diversificar fornecedores. O movimento ocorre em meio a uma corrida global bilionária por centros de dados, com projetos paralelos envolvendo gigantes como Oracle, Microsoft e Meta.
<h3>Projeções e riscos</h3>
Analistas estimam que a receita gerada pelo projeto pode superar o próprio investimento. Um único gigawatt em capacidade de centro de dados pode movimentar dezenas de bilhões de dólares em produtos da Nvidia.
Apesar da euforia, especialistas alertam para riscos de formação de uma bolha no setor, semelhante à vivida durante a era das empresas pontocom. O próprio Altman reconheceu recentemente a possibilidade, embora tenha defendido que o impacto transformador da inteligência artificial sustentará o crescimento de longo prazo.

Luis Mauro Filho

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Mundo

Nvidia fecha megaparceria de US$ 100 bi com a OpenAI

247 - A Administração do Ciberespaço da China (CAC) proibiu as maiores empresas de tecnologia do país de adquirirem novos chips de inteligência artificial (IA) desenvolvidos para a China pela gigante norte-americana Nvidia, a fim de promover tecnologias nacionais, informou o jornal Financial Times nesta quarta-feira (17), conforme reportagem da agência Sputnik, reproduzida abaixo:&nbsp;
Na segunda-feira (15), a Administração Estatal para a Regulação do Mercado da China afirmou que a Nvidia foi considerada em violação das leis antimonopólio do país, o que significa que seguirá sujeita a investigações locais. O órgão regulador chinês exigiu que empresas como a ByteDance e a Alibaba interrompessem os testes e os pedidos do chip RTX Pro 6000D, produto da Nvidia desenvolvido especificamente para a China, segundo a publicação.
Diversas companhias haviam anunciado a intenção de encomendar dezenas de milhares de unidades do RTX Pro 6000D e iniciado os testes, mas após a ordem da CAC, suspenderam a aquisição, disse o jornal, citando fontes familiarizadas com o assunto.
O diretor executivo da Nvidia, Jensen Huang, afirmou que gostaria de discutir a possibilidade de continuar fazendo negócios na China com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante sua visita ao Reino Unido.
“Só podemos servir a um mercado se o país quiser que estejamos lá… Estou desapontado com o que vejo. Mas eles têm agendas maiores a resolver, entre China e EUA, e eu compreendo isso. Somos pacientes em relação a isso”, disse Jensen, citado pelo Financial Times.
Ao mesmo tempo, autoridades chinesas acreditam que os fabricantes locais de chips já atingiram um nível alto e comparável, o que permite ao país reduzir a importação dessa tecnologia e desenvolver seu próprio produto doméstico, informou o jornal, citando uma fonte da indústria.
Em agosto, a agência Bloomberg noticiou que autoridades chinesas haviam aconselhado recentemente empresas nacionais a evitar o uso dos processadores H20 da Nvidia, sobretudo em aplicações relacionadas ao governo.
A Nvidia anunciou o fim da proibição de envio dos chips H20 para a China em meados de julho, coincidindo com negociações comerciais entre Washington e Pequim. O Financial Times também informou que a Nvidia e a Advanced Micro Devices (AMD) concordaram em pagar 15% de suas receitas geradas na China ao governo dos EUA em troca da suspensão das restrições à exportação de chips para o país.

Leonardo Sobreira

Imagem ilustrativa de logo da Nvidia - 19/08/2025

China proíbe grandes empresas de comprarem chips da Nvidia

247 - A CoreWeave anunciou nesta segunda-feira (15) um contrato de US$ 6,3 bilhões com a Nvidia, segundo informações publicadas pelo Valor Econômico. O acordo, inicialmente firmado em abril de 2023 e renovado no último dia 9, obriga a fabricante de chips a comprar qualquer capacidade de computação em nuvem não utilizada até 13 de abril de 2032, caso os data centers da parceira não estejam totalmente ocupados pelos próprios clientes.
O negócio fortalece a posição da CoreWeave no mercado de infraestrutura digital, mas também expõe a Nvidia a riscos consideráveis. Ainda de acordo com o Valor, enquanto as ações da CoreWeave subiram após a divulgação do acordo, os papéis da Nvidia recuaram devido a uma investigação preliminar do regulador chinês, que concluiu que a companhia violou leis antimonopólio.
<h3>Dependência de investimentos pesados</h3>
A CoreWeave tem acelerado seus aportes em data centers, com previsão de investimentos entre US$ 20 bilhões e US$ 23 bilhões apenas em 2025. Esse modelo implica alto endividamento, elevando o risco de sobra de capacidade não utilizada no futuro. Para tentar tranquilizar investidores, a empresa sustenta que seus gastos são estratégicos e “baseados em sucesso”.
“Não estamos comprando infraestrutura na esperança de que as pessoas venham e a usem”, afirmou Brannin McBee, cofundador e diretor de desenvolvimento da CoreWeave, em entrevista à Barron’s.
<h3>Relação de longo prazo</h3>
Além do novo contrato, a Nvidia já atua como fornecedora de GPUs para a CoreWeave e, em 30 de junho, detinha cerca de 6,6% das ações da companhia. A renovação do acordo de 2023, agora divulgada publicamente, evidencia o esforço das duas empresas em consolidar uma parceria estratégica de longo prazo, mesmo diante de pressões regulatórias e de um mercado em transformação acelerada pela corrida global em inteligência artificial e computação de alto desempenho.

Nvidia fecha acordo para bancar nuvem ociosa da CoreWeave

247 - A Nvidia Corp., gigante da tecnologia conhecida por seu papel central no desenvolvimento de chips para inteligência artificial (IA), anunciou o lançamento de um novo produto, o Rubin CPX. A informação foi divulgada em um comunicado da empresa e será lançado no final de 2026.&nbsp;
Esse novo sistema tem como objetivo otimizar tarefas exigentes como geração de vídeos e criação de software. O Rubin CPX será disponibilizado em formato de placas que podem ser integradas aos servidores já existentes ou usadas em computadores discretos operando de forma autônoma nos centros de dados.
A Nvidia, que se destaca pelo seu ritmo acelerado no lançamento de inovações tecnológicas, acredita que o Rubin CPX é crucial para melhorar a eficiência de certos processos da IA. O novo chip é uma evolução da linha Rubin, prevista para o próximo ano, e vem com uma proposta diferente das soluções convencionais de chips gráficos, ou GPUs.&nbsp;
Atualmente, uma única GPU lida com o entendimento das entradas e também gera as respostas. Com a nova arquitetura do Rubin CPX, esse processo será dividido, permitindo maior eficiência no manuseio de grandes volumes de dados. A empresa afirma que ao investir US$ 100 milhões em hardware com o novo chip, os clientes podem gerar até US$ 5 bilhões em receitas, uma métrica que, segundo o CEO Jensen Huang, tem ganhado destaque à medida que a indústria busca quantificar os retornos sobre os investimentos em novas tecnologias.
Huang também destacou que o CPX é o primeiro chip desenvolvido especificamente para lidar com modelos de IA capazes de realizar raciocínios complexos com grandes quantidades de dados, conhecidos como tokens. Em relação à criação de software, o novo sistema permitirá que as plataformas evoluam de simples sugestões de código para a compreensão e desenvolvimento de projetos de software em larga escala.&nbsp;
No campo da geração de vídeos, o Rubin CPX promete ser uma solução avançada, capaz de realizar decodificação, codificação e processamento em um único chip, simplificando processos que atualmente exigem múltiplos componentes.
(Com informações da Bloomberg)

Nvidia lança chip Rubin CPX para IA e vídeos

247 - A Nvidia, gigante do setor de tecnologia e atualmente a empresa mais valiosa do mundo, divulgou uma previsão de receita abaixo do esperado para o próximo trimestre, acendendo alertas sobre uma possível desaceleração no crescimento impulsionado pela inteligência artificial (IA). 
A companhia estima vendas de aproximadamente 54 bilhões de dólares para o terceiro trimestre fiscal, abaixo das projeções de analistas que esperavam valores superiores a 60 bilhões de dólares. A informação foi revelada pela Bloomberg nesta quarta-feira (27), gerando incertezas sobre a continuidade do ritmo acelerado de investimentos em IA.
Após um período de dois anos de crescimento expressivo, impulsionado pelo aumento global na demanda por chips de IA, a Nvidia começa a enfrentar sinais de desaceleração. No segundo trimestre deste ano, as vendas aumentaram 56%, atingindo 46,7 bilhões de dólares, o que representa uma grande expansão em comparação com o mesmo período do ano anterior. Contudo, esse crescimento foi o menor desde 2021, evidenciando um possível arrefecimento no mercado.
Durante uma teleconferência com analistas, o CEO da Nvidia, Jensen Huang, foi enfático ao negar que o interesse em infraestrutura de IA esteja diminuindo. “A oportunidade que temos pela frente é imensa. Esperamos que o gasto em infraestrutura de IA atinja entre 3 trilhões e 4 trilhões de dólares até o final da década”, afirmou Huang, que reforçou a confiança no futuro do mercado de IA. A empresa também anunciou um novo programa de recompra de ações no valor de 60 bilhões de dólares, visando fortalecer sua posição no mercado.
Tensões geopolíticas afetam negócios na China
Além dos desafios econômicos globais, a Nvidia também enfrenta complicações significativas relacionadas à sua operação na China, um mercado crucial para o desenvolvimento de seus negócios. A crescente rivalidade entre os Estados Unidos e a China tem gerado dificuldades para a empresa, que enfrenta restrições no comércio de chips de IA. Apesar do alívio parcial das sanções pelo governo de Donald Trump, as vendas na China continuam aquém do esperado, sem grandes sinais de recuperação. No segundo trimestre, a empresa não registrou vendas do chip H20, projetado para o mercado de IA, o que resultou em uma perda de aproximadamente 4 bilhões de dólares em comparação com o trimestre anterior.
A Nvidia reconheceu que as sanções dos Estados Unidos podem continuar afetando suas operações na China, e a empresa alertou sobre possíveis impactos adversos de uma proposta que visa reter uma parte da receita obtida com as vendas de chips de IA para o país asiático. Em comunicado, a empresa mencionou que esse modelo de divisão de receita pode levar a um aumento de custos e prejudicar sua competitividade. A companhia, no entanto, ainda enxerga oportunidades de recuperação, caso consiga negociar a liberação de novos chips, como o Blackwell, para o mercado chinês.
Futuro promissor e desafios no setor de semicondutores
Apesar dos desafios geopolíticos e de mercado, a Nvidia permanece otimista quanto ao futuro. Sob a liderança de Huang, a empresa se tornou a principal referência em tecnologia de IA, após adaptar suas unidades de processamento gráfico (GPUs) para rodar softwares de inteligência artificial, criando a chamada "computação acelerada". Atualmente, a Nvidia projeta alcançar 200 bilhões de dólares em vendas anuais até o final deste ano, com estimativas de que esse número ultrapasse os 300 bilhões até 2028, consolidando sua liderança no setor de semicondutores.
Contudo, a empresa ainda depende significativamente de grandes clientes, como Microsoft e Amazon, que representam metade de suas vendas. Para mitigar essa dependência, Huang tem investido em diversificação, ampliando o portfólio de produtos e serviços da Nvidia, como computadores completos, redes e softwares especializados. Além disso, a companhia segue sendo uma das líderes no mercado de chips de IA, com poucos concorrentes próximos em termos de tecnologia e volume de vendas.
Porém, um dos maiores obstáculos para o crescimento da Nvidia é a escassez de oferta. A empresa depende de fábricas terceirizadas, como a Taiwan Semiconductor Manufacturing Co., para a produção de seus chips, o que pode afetar a capacidade de atender à crescente demanda por seus produtos. Mesmo com esses desafios, a Nvidia segue na vanguarda da inovação em IA, com grandes expectativas para os próximos anos.

Nvidia divulga queda nas previsões de receita e gera preocupações sobre desaceleração do mercado de IA

247 - O mercado financeiro acompanha com expectativa a divulgação dos resultados trimestrais da Nvidia nesta quarta-feira (27), em meio à escalada da disputa comercial entre Estados Unidos e China, que coloca em xeque o futuro das vendas da companhia no gigante asiático. A informação foi publicada pela Reuters.
A Nvidia, líder mundial em chips de inteligência artificial, foi duramente atingida pelas restrições impostas pelo governo do atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e pelas medidas de Pequim para reduzir a dependência de semicondutores estrangeiros. Para manter acesso ao mercado chinês, a empresa aceitou pagar ao governo norte-americano 15% de todas as vendas realizadas no país em troca de licenças de exportação. Já o governo chinês orientou suas companhias a limitar as compras, sob a justificativa de proteger a segurança tecnológica nacional.
<h3>Dependência do mercado chinês e perdas bilionárias</h3>
No último ano fiscal, a China representou cerca de 13% da receita da Nvidia. Contudo, analistas acreditam que o desempenho do segundo trimestre, encerrado em julho de 2025, não refletirá receitas significativas vindas da região, já que a aprovação dos EUA ocorreu apenas no fim do período e a resistência chinesa segue dificultando negociações.
Em maio, a própria Nvidia havia alertado que as restrições poderiam reduzir em até US$ 8 bilhões sua receita no trimestre de julho. No trimestre anterior, o impacto já havia resultado em um prejuízo de US$ 4,5 bilhões. Os números evidenciam como a guerra comercial entre Washington e Pequim vem atingindo diretamente uma das empresas mais estratégicas da corrida global pela inteligência artificial.
<h3>Projeções e expectativas</h3>
Segundo dados da LSEG, a expectativa é que a Nvidia apresente crescimento de 53,2% na receita do segundo trimestre, chegando a US$ 46,02 bilhões. Ainda assim, o resultado deve ficar abaixo das impressionantes taxas de crescimento de três dígitos registradas em trimestres anteriores, quando a demanda por chips de IA alcançou níveis recordes.

Logo da Nvidia na sede da empresa, em Santa Clara, na Califórnia
Maio/2022


Mercado espera reflexos da disputa entre EUA e China nos resultados da Nvidia

247 - A disputa global pelo controle da inteligência artificial ganhou novo capítulo após a startup chinesa DeepSeek, com sede em Hangzhou, sugerir em uma postagem no WeChat que chips nacionais de última geração serão lançados em breve. A notícia, publicada pelo South China Morning Post, reacendeu especulações sobre quais fabricantes locais podem estar por trás dessa nova leva de semicondutores voltados para IA, mesmo diante das restrições impostas pelos Estados Unidos.
Entre as possíveis fornecedoras estão Huawei Technologies, Cambricon Technologies, Moore Threads, Hygon Information Technology e MetaX Integrated Circuits. O anúncio da DeepSeek destacou que a arquitetura do modelo “UE8M0 FP8 scale” foi projetada especificamente “para chips desenvolvidos na China a serem lançados em breve”, sem detalhar se os processadores servirão para treinar modelos ou para a etapa de inferência, quando a IA aplica o aprendizado adquirido.
<h3>Aposta em chips domésticos e desafio à Nvidia</h3>
Especialistas apontam que o movimento não se restringe a uma única empresa. “É provável que o novo modelo seja compatível com diferentes chips de IA, e não apenas com os da Huawei”, disse Liu Jie, engenheiro de uma desenvolvedora de GPUs em Xangai. Essa flexibilidade reforça a confiança na capacidade chinesa de superar as sanções dos EUA e consolidar uma indústria local robusta.
Segundo Su Lian Jye, analista-chefe da consultoria Omdia, “a arquitetura foi especificamente desenhada para acomodar a lógica de hardware dos chips chineses, permitindo que o modelo rode de forma estável nessas plataformas”. Ele acrescentou que já existem processadores nacionais compatíveis com o formato FP8, como os da HiSilicon (Huawei), Cambricon, MetaX e Moore Threads.
<h3>Huawei lidera corrida tecnológica</h3>
A Huawei tem ampliado sua presença no setor, com chips como o Ascend 910D e sistemas como o CloudMatrix 384, composto por centenas de unidades de processamento neural e CPUs de alta performance. Paralelamente, a Cambricon atingiu produção em larga escala de seus chips Siyuan 690, enquanto a Moore Threads declarou publicamente que suas GPUs já suportam o padrão FP8, um dos formatos que aumentam a eficiência de treinamento ao reduzir o uso de memória em até 75%.
Em meio a essa ofensiva, a Nvidia, líder global no fornecimento de GPUs, enfrenta crescente desconfiança das autoridades chinesas sobre a segurança de seus chips H20, amplamente usados no país. A pressão abre espaço para que fabricantes locais conquistem mercado e reduzam a dependência de tecnologias estrangeiras.
<h3>Repercussão no mercado financeiro</h3>
A especulação sobre os chips da DeepSeek teve efeito imediato na bolsa chinesa. As ações da Cambricon e da Hygon dispararam 20% na última sexta-feira, enquanto a Semiconductor Manufacturing International Corp (SMIC), principal fundição de chips da China e responsável pela produção dos processadores da Huawei, registrou alta de 10,1% em Hong Kong.
Apesar do entusiasmo, analistas reconhecem que a transição da DeepSeek para chips chineses ainda enfrenta obstáculos. “A equipe sempre utilizou GPUs da Nvidia para desenvolver seus modelos, e a adaptação para chips locais trouxe dificuldades de estabilidade, velocidade de conexão e integração com o ecossistema de software”, afirmou Su Lian Jye.
O avanço, no entanto, simboliza um passo estratégico da China em direção à soberania tecnológica no setor de inteligência artificial, reduzindo a vulnerabilidade às sanções impostas por Washington e desafiando a hegemonia da indústria norte-americana.

Imagem da bandeira da China com chip eletrônico

China aposta em chips nacionais de IA para o novo modelo da DeepSeek e desafia a Nvidia

247 - O governo dos Estados Unidos avalia transformar parte dos subsídios concedidos à Intel durante a gestão do ex-presidente Joe Biden em participação acionária. A informação foi divulgada pela agência Reuters nesta terça-feira (19), citando declarações do secretário de Comércio, Howard Lutnick, e do secretário do Tesouro, Scott Bessent.
Segundo a reportagem, Washington negocia obter 10% das ações da Intel em troca de US$ 7,9 bilhões liberados no âmbito da Lei CHIPS e Ciência de 2022. Essa política marcou uma mudança em relação ao modelo anterior: durante o governo Biden, os recursos foram concedidos às empresas sem exigência de contrapartida.
<h3>Declarações oficiais</h3>
Em entrevista à CNBC, Lutnick afirmou: “Nós devemos receber participação acionária pelo nosso dinheiro. Vamos obter equity em troca disso, em vez de apenas distribuir subsídios”. Ele destacou ainda que a participação seria sem direito a voto, evitando ingerência direta na administração da empresa.
A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, confirmou as tratativas: “O presidente quer colocar as necessidades da América em primeiro lugar, tanto do ponto de vista econômico quanto de segurança nacional. É uma ideia criativa que nunca foi feita antes”.
Já o secretário do Tesouro, Scott Bessent, disse que o objetivo seria ajudar a estabilizar a Intel, que em 2024 registrou prejuízo de US$ 18,8 bilhões, o primeiro desde 1986.
<h3>Críticas ao modelo Biden</h3>
Lutnick comparou a política atual com a anterior: “A administração Biden literalmente estava dando dinheiro de graça para Intel, TSMC e outras empresas. Donald Trump transformou isso dizendo: ‘Se vamos dar o dinheiro, queremos participação para o contribuinte americano’”.
A Bloomberg já havia noticiado que o governo buscava converter os subsídios em fatia acionária, embora o Congresso não tenha exigido tal contrapartida ao aprovar o programa em 2022.
<h3>Contexto do setor</h3>
As negociações acontecem após o grupo japonês SoftBank investir US$ 2 bilhões na Intel, que perdeu espaço no mercado de semicondutores devido a falhas de gestão. Além disso, a administração Trump vem ampliando iniciativas semelhantes em outros setores estratégicos. Entre elas, negociações com a Nvidia e a AMD e um acordo que tornou o Departamento de Defesa o maior acionista da MP Materials, para expandir a produção de ímãs de terras raras.

Logo da Intel entre duas placas de informática - 06/03/2023

EUA querem participação acionária na Intel em troca de subsídios concedidos no governo Biden

247 - O clima de tensão voltou a dominar os mercados de tecnologia em Wall Street. Segundo reportagem publicada pelo Valor Econômico, investidores estão recorrendo a instrumentos conhecidos como “puts do desastre” para se protegerem de uma eventual derrocada das gigantes do setor, em um cenário que lembra o estouro da bolha da internet no fim dos anos 1990.
O índice Nasdaq 100 acumula alta de quase 40% desde a forte queda registrada em abril, quando as tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, derrubaram os papéis de tecnologia. O impulso veio principalmente das chamadas Sete Magníficas — grupo que inclui Nvidia, Meta e Microsoft — cujo desempenho disparou quase 50% desde então. Apesar do rali, analistas alertam que os ganhos recentes podem esconder fragilidades que podem emergir nos próximos dias, com gatilhos como o simpósio do Federal Reserve em Jackson Hole e os resultados trimestrais da Nvidia.
<h3>Sinais de risco e comparação com a bolha da internet</h3>
Para Jeff Jacobson, chefe de estratégia de derivativos da 22V Research, os operadores parecem menos preocupados com uma correção rotineira e mais atentos à possibilidade de repetição do colapso de abril. “O mercado teve uma alta tão grande. Uma infinidade de fatores pode fazer as big techs desabarem”, afirmou. Entre esses fatores, estão o impacto da inteligência artificial sobre empresas de software e a pressão inflacionária que pode levar o Fed a rever cortes de juros já precificados.
Torsten Slok, economista-chefe da Apollo Management, destacou em nota a clientes que o movimento das ações de tecnologia hoje se mostra “surpreendentemente semelhante” ao observado antes do colapso da bolha das pontocom. Já Michael Hartnett, estrategista do Bank of America, reforçou que enxerga uma bolha em ativos de risco desde dezembro e prevê queda das bolsas logo após Jackson Hole.
<h3>“Puts do desastre” e estratégias defensivas</h3>
O aumento do chamado put skew — a diferença no custo de proteção contra quedas acentuadas e moderadas — atingiu o maior nível em quase três anos, segundo Jacobson. Esse movimento evidencia a corrida de investidores por opções de venda, que permitem lucrar ou reduzir perdas em caso de queda.
“Pode haver uma rotação saindo dessas sete gigantes e indo para outras áreas que ficaram para trás”, avaliou Jacobson. Ele sugeriu ainda que parte do mercado aposta em um movimento de “venda no fato” após os resultados da Nvidia ou mesmo após o simpósio do Fed.
<h3>Divergência entre analistas</h3>
Apesar da postura cautelosa, nem todos em Wall Street acreditam que apostar contra o Nasdaq 100 seja uma boa estratégia. Analistas do J.P. Morgan sugerem o movimento contrário: vender o índice Russell 2000, de empresas menores, e comprar o Nasdaq 100.
Jacobson, contudo, mantém seu tom de alerta. “Claramente, há essa possibilidade, certo? Você tem uma concentração tão forte nesses nomes. Não seria preciso muito”, concluiu.

Operadores na bolsa de Nova York - 12/02/2025

Investidores preveem tombo de big techs e se protegem com ‘puts do desastre’

247 – O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, elogiou um polêmico acordo que autoriza as gigantes norte-americanas Nvidia e Advanced Micro Devices (AMD) a vender chips de inteligência artificial de menor desempenho para a China, com a condição de que 15% da receita obtida seja repassada ao governo norte-americano. As declarações foram dadas em entrevista à Bloomberg na última quarta-feira (13) e <a href="https://www.globaltimes.cn/page/202508/1340842.shtml">repercutiram no Global Times</a>, que destacou críticas de especialistas chineses à medida.
Bessent afirmou que o arranjo “poderia servir como modelo para outros setores” e que, após essa “fase beta”, nada impediria sua expansão para diferentes áreas da economia. Segundo a Bloomberg, trata-se de um “acordo incomum e juridicamente questionável”, que revela a disposição do governo do presidente Donald Trump em flexibilizar controles de exportação em troca de compensações financeiras.
<h2>Críticas à “coerção financeira” e riscos ao comércio global</h2>
Para o especialista chinês em telecomunicações Xiang Ligang, ouvido pelo Global Times, a medida é “uma forma de coerção financeira” que prejudica empresas norte-americanas e afeta a confiança no mercado. “Essa prática sinaliza uma tentativa crescente de instrumentalizar e politizar ferramentas econômicas para manter a hegemonia no setor de alta tecnologia”, afirmou.
Xiang alertou que, caso esse modelo de compartilhamento de receitas se torne comum, empresas chinesas podem enfrentar custos mais altos ou menor acesso a tecnologias importadas. Isso, segundo ele, poderia acelerar a substituição por alternativas domésticas, impulsionando a inovação local, mas também causando disrupções na cadeia de suprimentos no curto prazo.
<h2>Impacto sobre Nvidia e segurança dos chips</h2>
As críticas também se intensificaram após a Administração do Ciberespaço da China convocar a Nvidia para discutir supostos riscos de segurança ligados a vulnerabilidades no chip H20, apontadas como “portas dos fundos” (backdoors). A estatal People’s Daily publicou recentemente um artigo questionando a credibilidade da empresa: “Como podemos confiar em você, Nvidia?”.
Para Xiang, a credibilidade da Nvidia no mercado chinês já está comprometida. “Quando os chips H20 fornecidos pelos EUA apresentam desempenho reduzido, fornecimento instável e potenciais riscos de segurança, é natural que as empresas chinesas optem por alternativas nacionais que atendam melhor às necessidades de mercado e segurança”, disse.
<h2>Posição oficial da China</h2>
Questionado sobre o acordo, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Lin Jian, reiterou que a posição da China “é consistente e clara” contra a politização e o uso da tecnologia e do comércio como armas. “Práticas assim desestabilizam as cadeias industriais e de suprimentos globais e não atendem ao interesse de ninguém”, afirmou.
Xiang concluiu que, para empresas norte-americanas como a Nvidia prosperarem na China, é essencial que o governo dos EUA ofereça políticas estáveis e consistentes, em vez de impor regras mutáveis e interferência política. O sucesso de companhias como Microsoft, Intel e Qualcomm no país seria prova de que a cooperação aberta e respeitosa pode gerar benefícios mútuos.

Global Times

Acordo de chips com a China expõe “extorsão econômica” dos EUA e ameaça à concorrência, alerta especialista

247 - O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, sugeriu que o acordo inédito firmado pelo governo do presidente Donald Trump com as fabricantes de semicondutores Nvidia e AMD pode servir de modelo para outros setores da economia. Em entrevista à Bloomberg TV, Bessent afirmou que, embora o arranjo seja único no momento, ele abre espaço para replicação em diferentes indústrias, relata o <a href="https://www.ft.com/content/1434c913-be45-44b4-8947-4b53fadc9cd7">Financial Times</a>.
O entendimento, revelado na segunda-feira, prevê que as empresas entreguem ao governo norte-americano 15% da receita obtida com a venda de chips para a China em troca de licenças de exportação. A Nvidia aplicará a medida sobre os modelos H20, enquanto a AMD fará o mesmo com seus semicondutores MI308.
<blockquote>“Acho que poderíamos ver isso em outros setores ao longo do tempo”, disse Bessent. “Agora que temos o modelo e o teste beta, por que não expandir?”.</blockquote>
Segundo o secretário, o acordo não representa risco à segurança nacional, já que envolve componentes “níveis abaixo” na hierarquia tecnológica. “Não venderíamos nenhum dos chips avançados”, afirmou.
<h2>Possível ampliação do acordo</h2>
O presidente Trump declarou que considera permitir que a Nvidia exporte também seus chips avançados Blackwell para a China, atualmente proibidos, mas em versões “rebaixadas” — prática semelhante à venda de caças de tecnologia reduzida a outros países. Essa medida marcaria uma possível reversão das restrições impostas pelo governo Biden, que dificultavam o acesso chinês a semicondutores usados em áreas sensíveis, como modelagem de armas nucleares e desenvolvimento de armamentos hipersônicos.
Se aprovada, a mudança poderia destravar bilhões de dólares em vendas para a Nvidia, cujo CEO, Jensen Huang, tem feito intensa pressão pela liberação de exportações.
<h2>Impacto econômico e disputa tecnológica</h2>
Bessent argumenta que permitir a venda dos H20 à China transformaria a Nvidia em “referência para a tecnologia chinesa” e, ao mesmo tempo, aumentaria as receitas do governo, ajudando a reduzir a dívida pública. Ele também destacou que a medida visa conter a influência tecnológica de Pequim.
<blockquote>“O que não queremos aqui é que a Huawei tenha uma Rota da Seda digital”, disse. “Não queremos que o padrão se torne chinês no mundo ou mesmo na própria China".</blockquote>
A discussão se insere na disputa global por liderança em inteligência artificial, semicondutores e padrões tecnológicos, setores vistos como estratégicos para a economia e a segurança nacional dos EUA.

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