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      Diretora da Unesco critica saída dos EUA da entidade: "contradiz os princípios fundamentais do multilateralismo”

      Diretora-geral Audrey Azoulay lamenta saída e afirma que decisão pode afetar parceiros americanos interessados na lista do Patrimônio Mundial

      Audrey Azoulay, Diretora-Geral da UNESCO, participa de uma coletiva de imprensa sobre o lançamento de um relatório histórico sobre os danos causados pela civilização moderna ao mundo natural pela IPBES (Plataforma Intergovernamental de Políticas Científicas sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos) na sede da UNESCO em Paris, em 6 de maio de 2019 (Foto: REUTERS/Benoit Tessier)
      Luis Mauro Filho avatar
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      247 - A diretora-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Audrey Azoulay, expressou “profundo pesar” com a nova decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de retirar novamente o país da agência. Em nota enviada ao jornal Global Times na noite de terça-feira (22), Azoulay afirmou que a medida “contradiz os princípios fundamentais do multilateralismo” e destacou que os Estados Unidos “são e sempre serão bem-vindos novamente” à Unesco.

      Segundo a agência Associated Press, a justificativa do governo Trump para a nova retirada é a mesma apresentada em 2017, durante seu primeiro mandato: um suposto viés anti-Israel dentro da organização. Os EUA haviam retornado à Unesco há apenas dois anos, mas decidiram se afastar novamente após a reeleição de Trump para o segundo mandato em 2024.

      “Essa decisão já era antecipada, e a Unesco se preparou para ela”, disse Azoulay. Ela lembrou que os argumentos agora utilizados são idênticos aos apresentados sete anos antes. Entre as consequências imediatas, a diretora-geral alertou para o impacto negativo sobre instituições americanas que mantêm vínculos com a Unesco, como universidades, prefeituras e organizações culturais.

      “Essa decisão pode afetar parceiros dos EUA que buscam inscrição de locais na Lista do Patrimônio Mundial, a obtenção do status de Cidade Criativa e a criação de Cátedras Universitárias”, advertiu.

      Em comunicado separado, o Departamento de Estado norte-americano declarou que “a decisão da Unesco de admitir o ‘Estado da Palestina’ como Estado-membro é altamente problemática, contrária à política dos EUA e contribuiu para a proliferação de retórica anti-Israel dentro da organização”.

      Azoulay rebateu essa acusação, dizendo que ela não reflete a realidade do trabalho desenvolvido pela Unesco. “Nosso objetivo é acolher todas as nações do mundo”, afirmou.

      Apesar da saída formal, a diretora-geral garantiu que a Unesco continuará colaborando com entidades americanas: “Seguiremos trabalhando lado a lado com todos os nossos parceiros nos Estados Unidos — no setor privado, na academia e nas organizações sem fins lucrativos — e manteremos o diálogo político com o governo e com o Congresso norte-americano”.

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