EUA anunciam nova saída da Unesco e acusam agência de manter viés contra Israel
Repetindo decisões de seu primeiro mandato, Trump retira país de mais uma agência da ONU
247 - Os Estados Unidos voltarão a deixar a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), conforme o presidente Donald Trump retoma sua política de afastamento de instituições multilaterais. As informações são da Reuters.
A porta-voz do Departamento de Estado, Tammy Bruce, afirmou que a retirada está ligada à percepção de que a Unesco promove “causas sociais e culturais divisivas”. Em comunicado, ela destacou que a decisão da agência de admitir o Estado da Palestina como membro pleno é “altamente problemática, contrária à política dos EUA e contribuiu para a proliferação de retórica anti-Israel dentro da organização”.
A decisão marca mais um episódio da política externa de Trump, centrada na crítica a organismos internacionais. Durante seu primeiro mandato, o republicano já havia retirado os EUA da Organização Mundial da Saúde (OMS), do Conselho de Direitos Humanos da ONU, do Acordo de Paris sobre o clima e do acordo nuclear com o Irã. Ao assumir a presidência em 2021, Joe Biden reverteu essas decisões, mas com Trump de volta à Casa Branca em 2025, os EUA voltam a se afastar desses fóruns globais.
Além da Unesco, Trump já autorizou a saída dos EUA da OMS novamente e suspendeu o financiamento à Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA), como parte de uma revisão mais ampla da atuação americana nas agências da ONU. Essa revisão deve ser concluída até agosto, segundo informações de bastidores.
A Unesco, sediada em Paris e criada após a Segunda Guerra Mundial, é conhecida por promover a paz por meio da cooperação internacional em áreas como educação, ciência e cultura. Também é responsável pela designação de Patrimônios Mundiais da Humanidade, como o Grand Canyon (EUA) e a cidade histórica de Palmira (Síria).
A relação dos Estados Unidos com a Unesco tem sido instável há décadas. O país aderiu à agência em sua fundação, em 1945, mas se retirou pela primeira vez em 1984, sob o governo Ronald Reagan, alegando má gestão financeira e viés antiamericano. O retorno só ocorreu em 2003, durante o mandato de George W. Bush, que justificou a reintegração com base em reformas institucionais realizadas na época.
Atualmente, os EUA contribuem com cerca de 8% do orçamento da Unesco — uma queda significativa em relação aos 20% de participação que tinham antes da primeira saída promovida por Trump.
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