Estadão critica Moraes e diz que ministro deu 'presentão' a Bolsonaro
Editorial aponta que decisão confusa do STF favorece narrativa de vitimização do ex-presidente
247 – O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro em caráter preventivo, além da apreensão de todos os celulares do ex-presidente. A medida, segundo editorial publicado pelo Estado de S. Paulo, foi motivada pelo entendimento de que Bolsonaro teria violado medidas cautelares impostas pela Primeira Turma do STF ao participar, ainda que remotamente, das manifestações pela anistia aos golpistas realizadas em Copacabana, no Rio de Janeiro. Na ocasião, o ex-presidente falou com apoiadores por meio de uma ligação transmitida pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que posteriormente apagou o conteúdo de suas redes sociais.
Na decisão, Moraes afirmou que “agindo ilicitamente, o réu Jair Messias Bolsonaro se dirigiu aos manifestantes reunidos em Copacabana, no Rio de Janeiro, produzindo dolosa e conscientemente material pré-fabricado para seus partidários continuarem a tentar coagir o STF e obstruir a Justiça, tanto que o telefonema com seu filho Flávio Nantes Bolsonaro foi publicado na plataforma Instagram”. Para o ministro, o ato configurou descumprimento das restrições que proibiam o uso de redes sociais e a instrumentalização de falas públicas para divulgação por terceiros.
O editorial do Estadão critica duramente a decisão de Moraes e sustenta que o ministro acabou entregando a Bolsonaro o que ele mais desejava: o reforço de sua narrativa de vítima de perseguição política. O jornal afirma que a escolha pela prisão domiciliar, em vez da detenção em regime fechado, cria uma situação contraditória, já que a suposta violação das medidas ocorreu justamente dentro da residência do ex-presidente.
Segundo o texto, a postura de Moraes favorece o discurso de que o Supremo age de forma política e arbitrária, alimentando a estratégia de vitimização de Bolsonaro e fragilizando a autoridade da Corte. Para o Estadão, decisões confusas e medidas vistas como excessivas podem comprometer o esforço de responsabilizar legitimamente o ex-presidente por seu envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado.
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