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Atos em memória de Vladimir Herzog vão marcar os 50 anos de seu assassinato pela ditadura

Cerimônias em São Paulo e no Rio destacam o legado de Vlado, jornalista morto em 1975, e a luta pela democracia e justiça no Brasil

Vladimir Herzog (Foto: Reprodução)

247 - Em 25 de outubro, o Brasil rememora um dos episódios mais cruéis da repressão da ditadura militar: o assassinato do jornalista Vladimir Herzog. A data marca os 50 anos do martírio de Herzog, ocorrido em 1975, quando o jornalista foi preso e brutalmente torturado no DOI-CODI de São Paulo. Na época, Herzog trabalhava na TV Cultura e também era professor na Universidade de São Paulo (USP), destaca Ancelmo Gois, do jornal O Globo.

Ele compareceu voluntariamente à sede do órgão de repressão, onde, segundo a historiadora Lilia Moritz Schwarcz, foi interrogado sobre supostas ligações com o Partido Comunista Brasileiro (PCB). A versão oficial do Exército, que tentava encobrir o assassinato alegando um suicídio, foi rapidamente desmentida e rejeitada pela sociedade, tornando-se um marco na luta pela restauração da democracia.

Lilia, que é conselheira do Instituto Vladimir Herzog, lembra com pesar: "O escárnio e a farsa incendiaram o movimento pela restauração da democracia e a luta por direitos". A historiadora também destaca a importância do legado de Herzog: "Vlado é hoje símbolo de um Brasil que se preza como uma democracia e que ainda luta pelo reconhecimento dos mortos e desaparecidos". A memória de Herzog permanece viva, não apenas entre os amigos e familiares, mas como um símbolo da resistência e da busca pela verdade e justiça.

Neste ano, diversos eventos estão programados para relembrar o martírio de Herzog, com destaque para o ato inter-religioso em São Paulo. No dia 25 de outubro, a Catedral da Sé será palco de uma cerimônia com a presença do cardeal Dom Odilo Pedro Scherer. A igreja, que já foi cenário de uma grande homenagem a Herzog em 1975, quando cerca de 8 mil pessoas se reuniram para protestar contra o regime, receberá novamente aqueles que buscam manter viva a chama da memória e da resistência. Durante o evento, também será exibido um vídeo que inclui a leitura de uma carta de Zora Herzog, mãe de Vlado, interpretada pela atriz Fernanda Montenegro.

Em paralelo, no Rio de Janeiro, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) promove um ato no dia 24 de outubro, um dia antes da data que marca o assassinato, para lembrar não só o colega Vladimir Herzog, mas também todas as vítimas da repressão militar. O evento de 2025, que foi proclamado "Ano Vladimir Herzog" pela ABI, é uma maneira de reforçar a importância da liberdade de imprensa e da memória histórica no Brasil.

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