Simulado de emergência da Petrobras na Margem Equatorial acontece sem intercorrências
Exercício é considerado a última etapa antes da decisão do Ibama sobre a concessão da licença ambiental para perfuração de um poço exploratório na região
247 - O simulado de emergência realizado pela Petrobras na Margem Equatorial, em águas profundas do Amapá, segue em andamento e pode ser concluído nesta quarta-feira (27). Até o momento, segundo fontes da estatal ouvidas pela agência de notícias Reuters, não houve registro de intercorrências.
O exercício, iniciado na noite de domingo, é considerado a última etapa antes da decisão do Ibama sobre a concessão da licença ambiental para perfuração de um poço exploratório na região.
O Ibama, por sua vez, informou que a Avaliação Pré-Operacional (APO) continua em execução e que não há prazo oficial definido para encerramento. “Ainda não temos notícia do simulado ter acabado e a última informação é que não tem um prazo determinado para finalizar”, afirmou o órgão.
A Petrobras mobilizou cerca de 400 profissionais, além de aeronaves, embarcações e a sonda que será usada na futura perfuração. A companhia também investiu milhões de reais em infraestrutura, centros de tratamento de fauna e flora e demais exigências ambientais.
“Sem dúvida, é o maior investimento já feito por uma empresa no país para obter um licenciamento”, disse uma fonte com conhecimento direto do processo. O último exercício semelhante foi realizado em 2023, na Bacia Potiguar, no litoral do Nordeste.
Nova fronteira para o petróleo
A Margem Equatorial é vista como uma das regiões mais promissoras para a abertura de uma nova fronteira exploratória no país, diante das descobertas feitas por Guiana e Suriname em áreas geologicamente semelhantes.
Para o presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), Roberto Ardenghy, trata-se de um passo estratégico: “É uma região promissora, com geologia interessante. Como houve descobertas em países vizinhos, é lícito supor que há hidrocarbonetos, mas isso só será confirmado com a perfuração.”
O plano energético brasileiro prevê aumento da produção de petróleo até o início da próxima década, seguido de declínio. Nesse cenário, a indústria considera fundamental avançar na Margem Equatorial para garantir novas descobertas e manter a competitividade do Brasil no setor.