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Relatório sobre segurança marítima no mar do Sul da China destaca papel estratégico nas cadeias globais de comércio

Estudo inédito mostra que 40% das embarcações mundiais transitam pela região, reforçando sua importância para a estabilidade do comércio internacional

Mar do Sul da China (Foto: Xinhua)

247 – O Global Times publicou nesta sexta-feira (24) o Relatório sobre Segurança e Desenvolvimento do Transporte Marítimo no Mar do Sul da China (2025), elaborado por especialistas da Universidade Marítima de Dalian. Trata-se do primeiro estudo mundial a analisar de forma sistemática, com o uso de tecnologia de big data, os três principais elementos do transporte marítimo na região: portos, rotas e cargas.

Segundo o relatório, o mar do Sul da China é uma das principais artérias do comércio global, responsável por 40% de todas as embarcações mundiais, 34% do transporte marítimo de gás natural liquefeito (GNL) e 40% do transporte de petróleo cru. O estudo destaca que a estabilidade dessa região é diretamente ligada à segurança das cadeias globais de suprimentos e ao equilíbrio do mercado de energia.

Importância estratégica e integração regional

O documento mostra que o mar do Sul da China conecta as principais zonas econômicas da Ásia, incluindo China, Japão, Coreia do Sul e países da ASEAN, além de rotas para a Austrália e a África. São 29 portos principais e 14 rotas marítimas que fazem da região um dos maiores polos de transbordo de contêineres, petróleo e gás do mundo.

“O mar do Sul da China tem densidade de tráfego 7,5 vezes superior à do Caribe, três vezes maior que a do Báltico e 1,5 vez acima da do Mediterrâneo”, explicou Jia Peng, editor executivo do relatório, ao Global Times. Ele ressaltou ainda que a região é essencial para o comércio internacional e o abastecimento energético global.

Navegação livre e segurança garantida

Para Zhang Haiwen, ex-diretora do Instituto de Estratégia de Desenvolvimento Marinho do Ministério dos Recursos Naturais da China, o relatório é “objetivo, abrangente e inovador”. Segundo ela, o estudo demonstra que “a navegação na região é livre e que a segurança marítima está plenamente garantida”.

O levantamento também desmente a narrativa ocidental sobre supostas “ameaças à liberdade de navegação”. Ao contrário, ele aponta que a China é defensora e contribuinte da paz e da estabilidade regional, desempenhando papel fundamental na segurança das rotas comerciais.

Valor civil das instalações chinesas

O relatório destaca ainda o papel das ilhas e recifes controlados pela China, como Yongshu e Meiji, que têm reduzido significativamente o tempo de resposta em operações de resgate marítimo. “Essas infraestruturas são ativos públicos de valor internacional, voltados para a segurança marítima global”, afirmou Jia Peng.

Impacto econômico global

Em 2024, a China respondeu por quase 80% das importações mundiais de minério de ferro, um total de 1,5 bilhão de toneladas. O estudo observa que qualquer interrupção nas rotas do mar do Sul da China poderia provocar fortes oscilações nos preços internacionais do minério e do aço.

“O mar do Sul da China é uma ‘linha vital marítima’ para o transporte de bens essenciais”, disse Kuang Haibo, também editor executivo do relatório. “Garantir a segurança e o bom funcionamento dessas rotas é fundamental para a estabilidade dos mercados globais”, acrescentou.

Cooperação internacional e segurança das cadeias de suprimentos

O documento conclui que, diante de ameaças geopolíticas e desastres naturais, reforçar a cooperação internacional e aprimorar o gerenciamento das rotas e portos é essencial para manter a fluidez das cadeias globais de suprimentos.

“O fortalecimento da cooperação marítima é uma responsabilidade compartilhada de todos os países que dependem do comércio global”, afirmou Kuang.

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