Plataformas de delivery da China prometem fim da competição desleal após pressão de autoridades
Meituan, Eleme e JD.com anunciam medidas para evitar guerra de descontos e alinhar-se à regulamentação do governo chinês
247 – As principais plataformas de delivery de alimentos da China anunciaram que irão encerrar práticas de competição desordenada e ajustar suas estratégias comerciais, após alertas do governo e do setor sobre os riscos de guerras de preços. A informação foi publicada originalmente pelo Global Times, que destacou a reação imediata de empresas como Meituan, Eleme e JD.com às pressões regulatórias.
Na sexta-feira, as três plataformas divulgaram comunicados prometendo coibir comportamentos promocionais abusivos, interromper a rivalidade baseada em descontos agressivos e promover um ambiente de mercado justo e sustentável. A Meituan assegurou que seguirá rigorosamente a legislação local, incluindo as normas antimonopólio, de comércio eletrônico, concorrência leal e precificação, além de se comprometer a não vender produtos ou serviços a preços muito abaixo do custo.
Já a Eleme, pertencente ao grupo Alibaba, enfatizou em postagem online que irá “resistir firmemente à competição maliciososa” e trabalhar por um ecossistema de ganhos mútuos. A empresa também destacou que planeja organizar melhor a distribuição de descontos e garantir a proteção dos direitos de vendedores parceiros. A JD.com, por sua vez, anunciou que continuará evitando “involução” no setor, rejeitando subsídios extremos, como as promoções conhecidas como “compras a zero yuan”.
O movimento ocorre após uma convocação feita em julho pela Administração Estatal de Regulação do Mercado (SAMR), órgão máximo de fiscalização econômica da China. Na ocasião, Eleme, Meituan e JD.com foram orientadas a adotar competição racional, depois de meses de intensas promoções que dispararam o consumo, mas sobrecarregaram a cadeia de fornecimento. Segundo comunicado da agência, o objetivo é “regular ainda mais as promoções, incentivar a concorrência racional e criar um ecossistema saudável e de ganhos para consumidores, lojistas, entregadores e operadores de plataformas”.
Analistas alertam que, embora os descontos tenham gerado uma onda de consumo, guerras de preços não são sustentáveis a longo prazo e podem afetar toda a cadeia logística. O próprio governo reconhece os riscos da “competição involutiva” e anunciou, por meio da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (NDRC), que está acelerando a revisão da Lei de Preços. O órgão pretende detalhar o processo de identificação de práticas desleais, como o dumping, e promover estudos de custo em setores mais afetados, incentivando as empresas a ajustar voluntariamente seu comportamento comercial.
Segundo um porta-voz da NDRC, “a competição sem controle não apenas prejudica os direitos legítimos dos consumidores, como também compromete o desenvolvimento dos negócios, levando todo o setor a uma dinâmica ineficiente e, por vezes, prejudicial”. A meta do governo chinês é criar um ambiente em que o crescimento das plataformas de delivery seja sustentável, equilibrando interesses de empresas, trabalhadores e clientes.
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