247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) exigiu celeridade dos ministros envolvidos na criação de um programa de crédito com condições especiais para entregadores de aplicativo adquirirem motocicletas, informa Igor Gadelha, do <a href="https://www.metropoles.com/colunas/igor-gadelha/o-pedido-de-lula-sobre-o-credito-para-entregadores-trocarem-motos">Metrópoles</a>.
Lula determinou que o projeto esteja estruturado para lançamento no início do segundo semestre de 2025. A meta é colocar o programa em funcionamento a partir de agosto. A proposta está sendo articulada entre o Palácio do Planalto, a equipe econômica, o Ministério do Trabalho e Emprego e a Caixa Econômica Federal, que atuará como agente financeiro.
Durante discurso em Mariana, Minas Gerais, na quinta-feira (12), Lula reiterou o compromisso com medidas que atendam aos trabalhadores de baixa renda. Anunciou que, ainda este mês, o governo lançará um programa nacional de financiamento para reformas habitacionais, voltado a famílias vulneráveis. “Esse programa vai ser anunciado esse mês”, disse o presidente, detalhando que será possível fazer reforma em com crédito acessível para quem quiser ampliar a moradia ou construir um novo cômodo.
No mesmo evento, Lula disparou críticas à estrutura de comercialização do gás de cozinha, classificando como inaceitável a diferença entre o valor cobrado pela Petrobras e o preço final pago pelos consumidores. “É normal a Petrobras entregar o gás a R$ 37 e ele chegar para os pobres consumidores a R$ 140? Alguém está ganhando dinheiro no meio”, afirmou. Para enfrentar o problema, o governo pretende garantir acesso gratuito ao gás para todas as famílias inscritas no Cadastro Único (CadÚnico).
Além das moradias e do gás, Lula destacou a política específica para os entregadores por aplicativo, prometendo incluir motos elétricas e um vale-refeição. “Nós vamos querer fazer uma política de crédito para eles terem uma ‘motozinha’ elétrica, para gastar pouca energia”, explicou. Ele também se solidarizou com a dura realidade enfrentada por esses trabalhadores: “o coitado que entrega comida não tem um banheiro para utilizar. Ele às vezes vai entregar comida para os outros, com o nariz cheirando a comida do outro, e o coitado está com fome".
Para o presidente, todas essas medidas fazem parte de um esforço integrado do governo federal para resgatar direitos e garantir qualidade de vida à população mais pobre. “Se a gente fizer tudo isso, a gente vai estar dando ao Brasil a dignidade que o povo precisa”, concluiu.

Guilherme Levorato

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Economia

Linha de crédito para entregadores pode ser lançada em agosto

247 – A gigante chinesa Meituan, que anunciou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva um investimento de R$ 5,6 bilhões para iniciar operações no setor de delivery no Brasil, carrega consigo um histórico preocupante de violações trabalhistas, denunciadas por veículos de imprensa internacionais e por trabalhadores em seu país de origem. Embora a entrada da empresa no mercado brasileiro prometa acirrar a concorrência e impulsionar a oferta de serviços de entrega, é essencial que o governo e a sociedade civil estejam atentos ao modelo de negócios que a empresa pretende implantar.
A Meituan foi tema de uma <a href="https://www.cnnbrasil.com.br/economia/macroeconomia/a-beira-do-colapso-por-que-entregadores-delevery-na-china-estao-sendo-pressionados-ao-limite/">matéria da CNN Internacional</a> em outubro de 2024, que retratou o ambiente de extrema pressão enfrentado por entregadores na China, submetidos a metas exaustivas e algoritmos impiedosos. Segundo a reportagem, os motoristas enfrentam jornadas longas, penalidades por pequenos atrasos e têm sua saúde mental e física profundamente impactadas por um sistema de gestão automatizado, que privilegia a eficiência a qualquer custo. Os próprios trabalhadores relataram “colapsos nervosos” e situações de desespero, refletindo um cenário de verdadeira exploração moderna.
Além disso, uma <a href="https://www.scmp.com/news/hong-kong/society/article/3308574/exhaustion-and-short-breath-hidden-toll-hong-kongs-food-delivery-grind">investigação publicada pelo South China Morning Post</a>, um dos grandes veículos de comunicação chineses, revelou o impacto físico devastador que o ritmo de trabalho imposto por empresas como a Meituan causa aos entregadores em Hong Kong. A matéria destacou casos de exaustão extrema, dores respiratórias e doenças decorrentes da sobrecarga laboral, muitas vezes invisibilizadas por trás da promessa de “autonomia” e “flexibilidade” que esse tipo de ocupação costuma vender ao público.
Mesmo na China, país conhecido por sua legislação trabalhista mais permissiva em relação à proteção social, a Meituan já foi alvo de críticas severas por parte de acadêmicos, jornalistas e movimentos sociais. O documentário disponível no YouTube intitulado <a href="https://www.youtube.com/watch?v=eutXLGgqVWY">China's Food Delivery Meltdowns</a> apresenta relatos de motoristas em colapso e cenas de estresse extremo causadas pelas condições impostas pelos algoritmos da empresa, além da ausência de um sistema de apoio adequado.
Diante disso, o anúncio feito pela Meituan em encontro com o presidente Lula, durante sua recente viagem à China, exige uma reflexão crítica. A empresa prometeu um investimento bilionário, mas, em vez de saudar cegamente a chegada de mais um gigante internacional, é preciso perguntar: sob quais condições esses empregos serão criados? Quais direitos terão os trabalhadores que vestirem o colete da Meituan no Brasil?
Durante a visita oficial do presidente Lula à China, o fundador e CEO da Meituan, Wang Xing, reapareceu publicamente após anos afastado dos holofotes em razão das denúncias que envolvem sua empresa. A cerimônia de assinatura do acordo com o governo brasileiro, realizada em Pequim, contou com a presença de Lula e teve grande repercussão nas redes sociais chinesas por causa da imagem extremamente positiva do presidente brasileiro ao lado de Wang, que carrega uma imagem negativa e possui uma fortuna pessoal estimada em US$ 11,7 bilhões
Diante do compromisso do governo Lula com a valorização do trabalho, é imprescindível que esse investimento estrangeiro seja recebido com critérios e com lupa. O Brasil deve exigir que toda empresa operando em seu território respeite os direitos trabalhistas, promova condições dignas de trabalho e não repita por aqui os abusos que vêm sendo amplamente documentados em outros países. Afinal, gerar emprego não pode ser sinônimo de exploração moderna.

Redação Brasil 247

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Empresa que anunciou investimentos em delivery ao presidente Lula tem péssimo histórico trabalhista

247 - O impacto econômico do iFood no Brasil em 2023 foi expressivo, gerando mais de 900 mil postos de trabalho e contribuindo para 0,55% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, de acordo com uma pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), divulgada nesta quarta-feira (25). A plataforma de delivery movimentou R$ 110,7 bilhões em atividades econômicas, abrangendo diversos setores produtivos como agricultura, comércio, transporte e embalagens.
Em 2020, o impacto do iFood no PIB era de 0,43%, subindo para 0,53% em 2022 e alcançando 0,55% em 2023.
O estudo da Fipe mostrou que restaurantes pequenos que ingressaram na plataforma geraram, em média, 10,2% mais empregos do que negócios do mesmo porte que não utilizam o aplicativo. Além disso, o efeito multiplicador do iFood na economia se dá pela capacidade da plataforma de gerar atividade econômica adicional em diversos setores. 
Para o CEO do iFood, Diego Barreto, o crescimento da representatividade do iFood no PIB brasileiro em 2022 e 2023 mostra que o delivery por aplicativo vem se consolidando como hábito de consumo do brasileiro. 
"Isso se deve à inovação, à inteligência artificial, aos nossos parceiros e aos investimentos feitos nos últimos anos. Estamos só começando", afirmou.
A cada R$ 1.000,00 gastos em restaurantes e estabelecimentos através do aplicativo, outros R$ 1.390,00 são injetados na economia brasileira, impulsionando o crescimento e gerando mais renda e emprego em uma cadeia que vai desde a produção agrícola até o comércio varejista.
A pesquisa foi apresentada durante o iFood Move 2024, o maior encontro para restaurantes da América Latina, realizado em São Paulo. Em sua primeira edição, o evento ocorre nos dias 25 e 26 de setembro, no São Paulo Expo.

Impacto do iFood elevou PIB brasileiro em 0,55% em 2023

(Reuters) - O iFood espera um crescimento de mais de 50% na receita de sua divisão financeira no ano fiscal de 2025, para 1 bilhão de reais, afirmou a companhia brasileira de entrega de alimentos, controlada pela empresa de investimentos holandesa Prosus.
Para o ano fiscal de 2024, que encerrou em março, a receita de seus negócios financeiros -- que agora passam a se chamar iFood Pago -- deverá atingir 658 milhões de reais, segundo a a companhia. O resultado de fato deve ser apresentado ainda neste mês.
A empresa realiza mais de 80 milhões de entregas por mês na maior economia da América Latina e também oferece serviços financeiros como crédito e contas digitais para restaurantes que vendem em sua plataforma.
“Temos a missão de ser o banco da alimentação”, disse Bruno Henriques, presidente do iFood Pago, em comunicado.
A empresa de entregas também iniciou testes para oferecer maquininhas de pagamento para restaurantes, pretendendo ter cerca de 5 mil terminais distribuídos nos próximos meses, com cerca de 20 mil restaurantes utilizando-os até março próximo.
A empresa, fundada em 2011, gerou receita total de 7,1 bilhões de reais durante o ano fiscal de 2023, último valor de receita total divulgado pela Prosus.
A Prosus, especializada em tecnologia, ganhou o controle total do iFood em 2022, após comprar a participação de 33% da empresa europeia de entrega de alimentos Just Eat Takeaway na brasileira por um pagamento inicial de 1,5 bilhão de euros.

iFood estima salto de 50% na receita da unidade financeira em 2025

247 – O empresário Fabrício Bloisi, o visionário por trás da Movile e atual CEO do iFood, assumirá a liderança da Prosus, uma gigante holandesa no mundo da tecnologia. Com um valor de mercado excedendo os US$ 95 bilhões na Bolsa de Amsterdam, a Prosus é uma gigante de investimentos que detém o controle acionário da Movile. Essa mudança estratégica coloca Bloisi em uma posição-chave dentro de um conglomerado com um portfólio diversificado e um foco particular nos mercados emergentes, incluindo o Brasil, a China e a Índia, segundo <a href="https://braziljournal.com/ceo-do-ifood-vai-comandar-a-prosus-a-gigante-holandesa-de-tecnologia/">reportagem</a> do Brazil Journal.
Como resultado da transição, Diego Barreto, um membro de longa data da equipe do iFood e atual vice-presidente de finanças e estratégia, assumirá as rédeas do iFood. Sua experiência consolidada dentro da empresa ao longo de mais de sete anos o coloca em uma posição privilegiada para liderar o próximo capítulo da empresa no cenário competitivo do delivery de alimentos.
A história da Prosus remonta a 1997, quando ela surgiu como um spinoff da Naspers, uma empresa de mídia sul-africana. Desde então, a Prosus ampliou significativamente seu alcance e influência, com um portfólio diversificado que abrange mais de 100 empresas em vários setores e países. Além disso, a Prosus tem um histórico de investimentos estratégicos em empresas líderes em seus segmentos, incluindo o iFood, a Meituan e a Delivery Hero.
A transição de Bloisi para a liderança da Prosus representa uma fase crítica para a empresa. Uma das decisões estratégicas que ele terá que tomar é como integrar e potencialmente consolidar os ativos de entrega de alimentos detidos pela Prosus em todo o mundo. Com marcas proeminentes como iFood, Meituan, Delivery Hero e Mr D sob seu guarda-chuva, a Prosus tem a oportunidade de moldar significativamente o futuro do setor de delivery global.
As negociações para essa mudança de liderança começaram há aproximadamente 45 dias e foram finalizadas há duas semanas, conforme relatado pelo Brazil Journal. Embora o anúncio oficial tenha sido feito hoje, Bloisi só assumirá o comando da Prosus em 1º de julho, após a divulgação dos resultados financeiros anuais da empresa. Enquanto isso, Barreto assume imediatamente as responsabilidades de liderança no iFood, em um momento em que a empresa atinge um ponto positivo de equilíbrio após anos de investimentos intensivos.
A relação entre a Prosus e a Movile remonta a 2008, quando a empresa holandesa realizou seu primeiro investimento na holding controladora do iFood. Desde então, a Prosus tem sido um parceiro estratégico crucial para o crescimento e desenvolvimento do iFood. A mais recente injeção de capital da Prosus na Movile ocorreu em 2018, quando ela investiu R$ 500 milhões exclusivamente no iFood, fortalecendo ainda mais sua posição como um dos principais players do setor de delivery de alimentos.

Fabrício Bloisi, fundador do iFood, assume comando global de gigante holandesa de tecnologia

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