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      Prosus vende ações da Meituan para reforçar defesa do iFood no Brasil

      Controladora do aplicativo brasileiro mira recursos para expansão e possíveis aquisições diante da chegada da chinesa Keeta

      Entregador da Keeta, do grupo Meituan (Foto: Divulgação)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 – O grupo Prosus, controlador do iFood, começou a se desfazer de sua participação na gigante chinesa de delivery Meituan. A informação foi publicada pelo Pipeline, do Valor Econômico. A companhia detinha 4,5% do capital da Meituan, que vale cerca de US$ 99 bilhões na bolsa, e já reduziu sua fatia para pouco mais de 3% após vendas realizadas nas últimas semanas. Fontes do setor afirmam que o movimento deve continuar.

      A estratégia está diretamente ligada ao Brasil. A Prosus busca reforçar o caixa do iFood para enfrentar a chegada da Meituan ao país, onde a empresa asiática pretende operar com a marca Keeta. A operação brasileira da Keeta deve iniciar até o fim do ano, com planos ambiciosos: alcançar mais de 100 mil entregadores em um período de três a cinco anos e investir ao menos US$ 1 bilhão no mercado nacional.

      Segundo apuração do Pipeline, a Meituan já manteve conversas com potenciais alvos de aquisição, incluindo o Rappi — que nega qualquer negociação — e startups menores, como a brasileira Zig (antiga Zig Pay), especializada em soluções de pagamentos e atualmente assessorada pelo Bradesco BBI em busca de capitalização. Apesar das conversas, ainda não houve avanço concreto.

      Um executivo envolvido na estruturação da operação chinesa no país ressaltou que a Meituan tem liberdade para agir sem considerar acionistas minoritários: “A Meituan não vai ficar segurando qualquer decisão importante por causa de um acionista com menos de 5%”. Ele acrescentou que a companhia avalia diversas oportunidades de aquisição e parcerias comerciais, especialmente em soluções de pagamentos.

      A decisão da Prosus de vender sua participação na Meituan segue uma lógica estratégica: transformar uma fatia minoritária — avaliada em cerca de US$ 4 bilhões, o equivalente a R$ 22 bilhões — em recursos para proteger uma geografia considerada vital. Parte do montante deve ser destinada ao fortalecimento do iFood no Brasil, inclusive para financiar novas aquisições. Recentemente, a empresa já comprou participações em startups como Shopper e CRMBonus, com opção de controle, e negocia a compra da Alelo, do setor de benefícios.

      Outro fator que pesa na decisão é o desconforto em ser sócio de uma concorrente direta. Dirigentes do iFood afirmam que a Meituan adota práticas trabalhistas mais agressivas em relação aos entregadores, enquanto o aplicativo brasileiro enfrenta constante escrutínio sobre o tema. Ao sair do capital da Meituan, a Prosus evita qualquer constrangimento ao criticar a concorrente no debate público e deixa a disputa restrita ao campo comercial.

      Com capital fresco e uma estratégia de expansão ativa, a Prosus reforça o compromisso em defender a liderança do iFood no Brasil em um mercado de delivery cada vez mais competitivo e disputado por players globais.

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