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Milhares protestam contra discurso de Netanyahu na ONU em Nova York

Manifestantes denunciaram bombardeios a Gaza e exigiram o fim do apoio dos EUA a Israel, enquanto delegações abandonaram a Assembleia Geral

Diplomatas abandonam a ONU antes do discurso de Netanyahu (Foto: Xinhua)

247 – Milhares de pessoas foram às ruas de Nova York nesta sexta-feira (26) para protestar contra o discurso do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, na Assembleia Geral da ONU. Segundo informações divulgadas pelo Global Times e pelo New York Times, os manifestantes se concentraram na Times Square desde as primeiras horas da manhã, carregando bandeiras palestinas e cartazes com frases como “End All US Aid to Israel” (“Fim da ajuda dos EUA a Israel”), “Arrest Netanyahu” (“Prendam Netanyahu”) e “Stop Starving Gaza Now!” (“Parem de matar Gaza de fome agora”).

A agência estatal chinesa Xinhua relatou que, durante a fala de Netanyahu, diversos chefes de Estado abandonaram o plenário da Assembleia Geral em protesto. A reação foi recebida com aplausos e gritos de apoio entre os manifestantes que acompanhavam do lado de fora.

Protestos também no Oriente Médio

As ruas não se agitaram apenas em Nova York. No mesmo dia, dezenas de milhares de iemenitas marcharam em cidades como Sanaa e Hodeidah contra os ataques israelenses e em solidariedade à população de Gaza. De acordo com a China Central Television, os participantes entoaram palavras de ordem contra Israel e contra os Estados Unidos, carregando bandeiras do Iêmen e da Palestina.

Discurso de Netanyahu e reconhecimento da Palestina

No púlpito da ONU, Netanyahu atacou os países que, nos últimos dias, anunciaram o reconhecimento do Estado da Palestina, entre eles França, Reino Unido, Portugal, Austrália e Canadá. “Vocês sabem qual mensagem os líderes que reconheceram um Estado palestino esta semana enviaram aos palestinos? É uma mensagem muito clara. Matar judeus compensa”, afirmou o premiê israelense, segundo a Xinhua.

Mais de 150 países-membros das Nações Unidas já reconheceram a Palestina, apoiando a solução de dois Estados. Apesar disso, Netanyahu voltou a rejeitar a proposta: “Minha oposição a um Estado palestino não é simplesmente a minha política ou a do meu governo. É a política do Estado e do povo de Israel”.

A resposta palestina

Em mensagem por videoconferência, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, lembrou que a Palestina reconheceu o direito de existência de Israel em 1988 e novamente em 1993. Ele acusou Israel de promover um “genocídio” em Gaza: “Falo com vocês hoje depois de quase dois anos em que nosso povo palestino na Faixa de Gaza enfrenta uma guerra de genocídio, destruição, fome e deslocamento. O genocídio tem sido conduzido pelas forças de ocupação israelenses, que mataram e feriram mais de 220 mil palestinos”.

O Hamas também reagiu ao episódio, destacando que o boicote ao discurso de Netanyahu simboliza o isolamento internacional de Israel. “Boicotar o discurso de Netanyahu é uma das manifestações do isolamento de Israel e das consequências da guerra de extermínio”, disse Taher al-Nunu, assessor de imprensa da liderança política do grupo, em declaração reproduzida pela France 24.

ONU e a busca pela paz

No início de setembro, a Assembleia Geral da ONU aprovou a Declaração de Nova York sobre a Solução de Dois Estados, resultado de uma conferência internacional realizada em julho. O texto estabelece um roteiro de ações para a implementação da proposta de convivência entre Israel e Palestina, considerada por grande parte da comunidade internacional como a via mais viável para a paz no Oriente Médio.

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