ONG Médicos Sem Fronteiras decide suspender atuação na Cidade de Gaza: 'implacável ofensiva' de Israel
A organização pede o "fim imediato da violência" e o "acesso sem obstáculos" para trabalhadores humanitários
247 - A ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) anunciou nesta sexta-feira (26) a suspensão de suas atividades na Cidade de Gaza. Tropas de Israel fizeram uma "implacável ofensiva" militar para tomar a região, denunciou a instituição. De acordo com o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, mais de 65 mil palestinos morreram vítimas dos ataques israelenses desde outubro de 2023.
A organização pede o "fim imediato da violência" e o "acesso sem obstáculos" para trabalhadores humanitários. "As necessidades são enormes, e as pessoas mais vulneráveis, incluindo bebês em cuidados neonatais, feridos graves e pacientes em estado terminal, não conseguem se movimentar e correm grave perigo", afirmou Jacob Granger, coordenador de emergência da MSF em Gaza.
Em 22 de agosto, a ONU disse que mais de meio milhão de pessoas em Gaza estão passando fome. Foi a primeira vez que a fome foi declarada no Oriente Médio. Até o final de setembro, mais de 640 mil pessoas enfrentarão níveis "catastróficos" de insegurança alimentar, classificados como Fase 5 do IPC, em toda a Faixa de Gaza, alertou as Nações Unidas.
Na última semana, as equipes da ONG fizeram mais de 3.600 consultas e atenderam 1.655 pacientes com desnutrição.
Mais detalhes
Uma equipe jurídica da África do Sul denunciou Israel na Corte Internacional de Justiça pelo crime de genocídio. O Tribunal Penal Internacional emitiu, em 2024, o mandado de prisão do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
Mas a ofensiva de Israel continuou e as forças militares do país passaram não apenas a matar, mas a bloquear ajuda humanitária para as pessoas que vivem na Faixa de Gaza.
Apesar de não estar preso, Netanyahu está cada vez mais isolado. Reino Unido, Canadá, Austrália, Portugal, França, Bélgica e Mônaco oficializaram o reconhecimento da Palestina.