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      Encontro entre Trump e Putin no Alasca pode reduzir tensões, mas efeito sobre guerra na Ucrânia é incerto

      Primeira reunião presencial levanta expectativas diplomáticas, mas analistas alertam para obstáculos e falta de consenso entre Moscou, Kiev e Europa

      Trump diz estar ansioso por segundo encontro com Putin (Foto: REUTERS/Jorge Silva)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 – O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se reunirão no próximo dia 15 de agosto, no estado norte-americano do Alasca, conforme confirmou o assessor do Kremlin, Yury Ushakov, à agência russa TASS. A informação foi repercutida pelo jornal chinês Global Times, que entrevistou especialistas sobre o significado do encontro.

      Segundo Ushakov, a escolha do local se deve à proximidade geográfica entre os dois países — separados apenas pelo Estreito de Bering — e ao caráter simbólico de uma reunião aguardada há meses. “Parece bastante lógico que nossa delegação simplesmente voe através do Estreito de Bering, e que um encontro tão importante e esperado entre os líderes de nossos países seja realizado ali”, afirmou.

      Trump, que anunciou a reunião na rede Truth Social, descreveu o evento como “altamente antecipado” e ressaltou que será sua primeira reunião cara a cara com Putin desde que voltou à presidência, em janeiro de 2025. A escolha do Alasca também tem valor político interno, segundo analistas ouvidos pela BBC e pelo Global Times, pois reforça a posição dos EUA como anfitriões e destaca o papel de Washington na tentativa de intermediar a guerra entre Rússia e Ucrânia.

      Significado diplomático e interesses estratégicos

      De acordo com Li Haidong, professor da Universidade de Relações Exteriores da China, a reunião acontece em um momento crítico, quando as relações entre Moscou e Washington corriam risco de deterioração acelerada. Para ele, o encontro pode ajudar a aliviar tensões recentes, mas não garante avanços concretos para a paz na Ucrânia.

      Li também destacou que a realização do evento em território norte-americano tem dupla função: projetar liderança dos EUA no cenário internacional e fortalecer a imagem interna de Trump diante de críticos que questionam sua política externa em relação à Rússia. Além disso, a geografia do Alasca simboliza a ligação direta entre os dois países, contrariando a percepção de que a conexão se dá apenas por meio da Europa.

      Obstáculos para um acordo de paz

      A agência AP observou que a reunião poderia representar um avanço nos esforços de Trump para encerrar a guerra, embora as diferenças entre Moscou e Kiev ainda sejam profundas. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, não foi mencionado na mensagem de Trump, e, segundo a BBC, o governo de Kiev não se pronunciou sobre o encontro.

      Fontes ouvidas pela CNN afirmam que autoridades norte-americanas e europeias foram informadas sobre uma proposta de Putin para encerrar o conflito, que incluiria concessões territoriais significativas por parte da Ucrânia. No entanto, especialistas alertam que qualquer entendimento entre EUA e Rússia precisaria do apoio de Kiev e da União Europeia, cujas reações são imprevisíveis.

      Cui Heng, pesquisador do Instituto Nacional da China para Cooperação Internacional da Organização de Cooperação de Xangai, declarou ao Global Times que é improvável que um único encontro seja capaz de resolver um conflito tão enraizado e complexo. “Será necessária uma coordenação muito maior para alcançar um resultado real e viável”, afirmou.

      Próximos passos nas negociações

      O assessor Yury Ushakov disse ainda que Moscou espera que o próximo encontro entre Putin e Trump seja realizado em território russo. Por ora, o mundo aguarda para ver se o encontro no Alasca abrirá caminho para negociações mais amplas ou se se limitará a um gesto simbólico em meio a um cenário geopolítico tenso.

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