Cidade de Hangzhou, na China, aposta na educação em inteligência artificial
De acordo com a medida, cada aluno terá no mínimo 10 horas de ensino de IA por ano letivo
247 – Hangzhou, capital da província de Zhejiang, no leste da China, anunciou a inclusão da educação em inteligência artificial (IA) no currículo de todas as escolas primárias e secundárias a partir do próximo semestre. A iniciativa foi revelada em coletiva de imprensa pelo departamento local de educação e ganhou destaque no portal The Paper, citado pelo jornal Global Times.
De acordo com a medida, cada aluno terá no mínimo 10 horas de ensino de IA por ano letivo. Para viabilizar a política educacional, foram publicados dois documentos que definem tanto os planos de ensino quanto os padrões de competência necessários para os professores que ministrarão as disciplinas relacionadas à inteligência artificial.
Estrutura do ensino e etapas de aprendizado
As orientações preveem flexibilidade na aplicação das aulas, que podem ser concentradas em semanas específicas ou integradas a matérias interdisciplinares, como ciência e tecnologia da informação. Além disso, escolas poderão criar projetos temáticos voltados à IA, incentivando estudantes mais interessados a aprofundarem seus conhecimentos.
O programa estabelece conteúdos e métodos de ensino ajustados a cada fase da formação:
- 1º e 2º anos (estágio inicial): crianças terão contato com aplicações comuns de IA em seu cotidiano escolar, realizarão interações simples com dispositivos inteligentes e aprenderão noções de privacidade e uso responsável da tecnologia.
- 3º e 4º anos: alunos serão estimulados a utilizar ferramentas de IA para coletar textos, imagens e áudios, desenvolvendo pequenos projetos sob orientação docente.
- 5º e 6º anos: estudantes começarão a explorar cenários de aplicação de IA, aprendendo conceitos básicos de modelos como árvores de decisão e redes neurais, além de princípios fundamentais de algoritmos.
- Ensino fundamental II (middle school): será introduzido o ciclo completo de desenvolvimento em IA, desde a preparação de dados até o treinamento e a inferência de modelos, incluindo a análise crítica de sistemas generativos.
- Ensino médio: os jovens participarão de iniciativas baseadas em projetos, com foco no design de sistemas de IA e na criação de agentes inteligentes aplicáveis a problemas reais.
China investe em formação tecnológica de base
A medida em Hangzhou integra uma estratégia mais ampla do governo chinês de difundir a educação em inteligência artificial em todo o país. Cidades como Pequim, Guangzhou e Chengdu já implementam programas semelhantes em escolas públicas, alinhando-se à visão de transformar a China em líder global na pesquisa e aplicação da IA.
A aposta em inserir conceitos de inteligência artificial desde a infância até a juventude reflete a intenção de criar uma geração de estudantes não apenas consumidores de tecnologia, mas também produtores e inovadores capazes de enfrentar os desafios do futuro digital.