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China reage a tarifa de 100% dos EUA e critica "duplo padrão"

Ministério do Comércio declarou que "ameaças deliberadas de tarifas elevadas não são a forma correta de lidar com a China”

As bandeiras dos EUA e da China são vistas nesta ilustração (Foto: REUTERS/Dado Ruvic)

247 - O Ministério do Comércio da China criticou duramente o anúncio dos Estados Unidos de que imporão uma tarifa de 100% sobre produtos chineses, em resposta ao controle de exportação de terras raras anunciado por Pequim. Segundo o Global Times, a pasta classificou a decisão de Washington como uma ameaça deliberada e prejudicial às relações comerciais bilaterais.

O porta-voz do ministério afirmou que a posição da China permanece consistente: o país não deseja uma guerra comercial, mas não teme enfrentá-la. “Ameaças deliberadas de tarifas elevadas não são a forma correta de lidar com a China”, destacou o representante da pasta. Ele lembrou que as medidas anunciadas por Pequim em 9 de outubro fazem parte do aperfeiçoamento do seu sistema legal de exportações e estão em conformidade com normas internacionais.

Acusações de "dois pesos e duas medidas"

O ministério acusou Washington de aplicar “padrões duplos” no comércio global. O porta-voz ressaltou que, há anos, os EUA têm ampliado de forma abusiva o conceito de segurança nacional para justificar sanções unilaterais, afetando setores estratégicos como semicondutores e chips. Enquanto a lista de controle de exportações dos EUA ultrapassa 3 mil itens, a da China cobre menos de mil, lembrou.

A declaração enfatizou ainda que medidas norte-americanas, como a regra de de minimis (regra que submete produtos estrangeiros às leis dos EUA se tiverem qualquer conteúdo norte-americano), com limite zero, “prejudicam gravemente os direitos legítimos de empresas estrangeiras, desorganizam o comércio internacional e ameaçam a estabilidade das cadeias globais de produção e fornecimento”.

Escalada após negociações em Madri

A tensão ganhou força logo após a rodada de negociações econômicas entre os dois países realizada em setembro, em Madri. Desde então, apontou o Ministério do Comércio da China, Washington teria adotado diversas restrições adicionais contra empresas chinesas em menos de três semanas. Isso inclui a inclusão de companhias na chamada Entity List e na lista de Nacionais Especialmente Designados, além do uso ampliado da Affiliates Rule, que afeta milhares de empresas.

“As ações dos Estados Unidos prejudicaram seriamente os interesses da China e abalaram a atmosfera dos diálogos bilaterais”, disse o porta-voz.

Apelo ao diálogo

Apesar da firme oposição, Pequim afirmou que ainda vê espaço para negociações e pediu que Washington retome o caminho do entendimento. “A China insta os EUA a corrigirem suas práticas equivocadas, respeitarem os consensos estabelecidos nas conversas entre os dois chefes de Estado e preservarem os resultados conquistados com dificuldade nas consultas bilaterais”, afirmou o ministério.

O comunicado conclui que, caso Washington insista em manter a escalada de medidas restritivas, Pequim não hesitará em adotar ações resolutas para proteger seus direitos e interesses legítimos.

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