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      China está pronta para sediar a maior cúpula da história da Organização de Cooperação de Xangai

      A Cúpula da SCO em Tianjin acontece em um contexto de incertezas globais, mas deve oferecer estabilidade e novas perspectivas de integração

      Tianjin, sede da cúpula da Organização de Cooperação de Xangai (Foto: VCG)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 – A cidade portuária de Tianjin, no norte da China, está finalizando os preparativos para receber a maior Cúpula da Organização de Cooperação de Xangai (SCO, na sigla em inglês), que acontecerá nos dias 31 de agosto e 1º de setembro de 2025. Segundo reportagem da Xinhua e do Global Times, o evento reunirá chefes de Estado da Ásia, Europa e África para definir o plano de desenvolvimento da organização para a próxima década.

      O presidente Xi Jinping presidirá a 25ª reunião do Conselho de Chefes de Estado da SCO, além do encontro “SCO Plus”, e fará os discursos principais. Mais de 20 líderes estrangeiros e dez dirigentes de organizações internacionais já confirmaram presença, o que torna esta edição inédita em escala e relevância.

      Expectativas de cooperação e desenvolvimento

      Especialistas destacam que o encontro representa um marco de integração entre países em desenvolvimento e economias emergentes. Zhao Huirong, pesquisadora da Academia Chinesa de Ciências Sociais, afirmou ao Global Times:

       “A participação ampla e ativa no encontro em Tianjin reflete, mais uma vez, a abertura e a inclusividade da SCO, bem como seu compromisso com o princípio do multilateralismo”.

      Ela acrescentou que, para a maioria dos países-membros, o desenvolvimento é uma prioridade urgente e que a cooperação no âmbito da organização deve “injetar novo impulso à paz e ao desenvolvimento regionais e globais”.

      Preparativos em Tianjin

      De acordo com a CCTV News, Tianjin já concluiu todas as obras e ajustes necessários para a recepção da cúpula. O Centro de Convenções Meijiang, palco principal do evento, passou por melhorias estruturais e tecnológicas.

      O centro de imprensa contará com um robô humanoide multilíngue, capaz de se comunicar em chinês, russo e inglês, além de máquinas de tradução simultânea. Cerca de 3 mil jornalistas nacionais e estrangeiros se credenciaram para cobrir a reunião.

      O espírito de Xangai e a expansão da SCO

      Criada em 2001, em Xangai, a SCO se consolidou como a maior organização regional do mundo em extensão territorial e população, reunindo hoje 26 países entre membros, observadores e parceiros de diálogo.

      Fan Xianrong, embaixador e coordenador nacional da China para a SCO, explicou que a chamada “Espírito de Xangai” se baseia em princípios como confiança mútua, benefício recíproco, respeito à diversidade cultural e busca pelo desenvolvimento comum.

       “O espírito de Xangai transcendeu noções ultrapassadas como o choque de civilizações, a mentalidade da Guerra Fria e o jogo de soma zero, ganhando cada vez mais reconhecimento da comunidade internacional”, afirmou Fan.

      Comércio, conectividade e novas áreas de cooperação

      Segundo o vice-ministro do Comércio da China, Ling Ji, mesmo diante do aumento do protecionismo global, a cooperação econômica no âmbito da SCO mostra resiliência. Ele destacou que o volume comercial entre a China e os demais países-membros chegou a US$ 512,4 bilhões em 2024, alta de 2,7% em relação ao ano anterior.

      Em entrevista ao Global Times, o ex-secretário-geral da SCO, Vladimir Norov, ressaltou que a organização é “não apenas um fórum de debates, mas também uma instituição que constrói, conecta e protege”. Ele apontou três áreas prioritárias para o futuro: segurança, comércio e economia digital.

      O cientista político kirguiz Mars Sariev afirmou à Xinhua que a SCO fortalece a voz do Sul Global no cenário internacional, permitindo que países em desenvolvimento defendam seus interesses de forma independente.

      Já Zhou Mi, pesquisador da Academia Chinesa de Comércio Internacional e Cooperação Econômica, destacou que, além de setores tradicionais como energia e transporte, a SCO pode expandir a cooperação em áreas de inovação, como inteligência artificial, segurança de dados e veículos de nova energia.

       “O potencial futuro de cooperação é vasto e promissor”, disse Zhou.

      Um marco para o multilateralismo

      A Cúpula da SCO em Tianjin acontece em um contexto de incertezas globais, mas, segundo especialistas, deve oferecer estabilidade e novas perspectivas de integração entre os países do bloco. O encontro deverá reafirmar os princípios do multilateralismo e projetar uma visão comum para o desenvolvimento sustentável nos próximos anos.

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